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Restaurante Authoral: cinco anos comemorados com comida de bar

Chef André Castro revive fase inicial de sua carreira profissional com menu temático

atualizado

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Foto: Luciana Barbo
camarões abre
1 de 1 camarões abre - Foto: Foto: Luciana Barbo

Pouca gente sabe, mas o chef André Castro, do restaurante Authoral, começou a carreira profissional em bares de Salvador. A escolha pela cozinha foi motivada pela sociedade na segunda unidade do bar Casa Amarela, que já era sucesso entre os jovens soteropolitanos. Depois, veio o Tô Nem Aí, que deu ao cozinheiro autodidata a primeira premiação da trajetória.

“Tinha uma certa facilidade de ensinar as pessoas. A cozinha era comandada por senhoras, que, a princípio, torciam o nariz para as minhas ideias. Mas depois perceberam que a gente fazia coisas gostosas juntos e que eu era necessário para criar rotinas e processos que melhoravam a operação”, lembra Castro, que em seguida estudou e trabalhou na Alemanha e na Itália.

O título de melhor happy hour pela Veja Comer & Beber, em 2004, antecedeu diversos outros, como o de chef do ano, em 2018 e 2019, por seu trabalho à frente do Authoral. A casa, aberta em setembro de 2016, completa agora 5 anos. Para celebrar, ele decidiu reviver a vida de botequeiro e levar ao menu receitas que praticava em seus bares baianos. Mais do que o aniversário do restaurante brasiliense, a iniciativa também celebra a origem, a sobrevivência como empreendedor e o crescimento dos negócios mesmo com todas as dificuldades que o mercado gastronômico vem passando.

Em meio à pandemia, André comandou a criação de uma dark kitchen que concentra seis marcas diferentes. Na Ágile, é possível pedir hambúrgueres, pizzas, pratos asiáticos e italianos, comida saudável e criações com camarões. Os crustáceos também são o core business de outra empresa, da qual ele é sócio e embaixador, que vai comercializar pela internet camarões de diversos tipos e gramaturas, e entregar em todo o Brasil.

Um petisco aqui, outro acolá

O menu especial segue até o fim de setembro no almoço e no jantar. A ideia é que o cliente faça um passeio e, de repente, até dispense os pratos principais. Para iniciar a refeição, tem os tradicionais caldinhos (R$ 16). Provei o de sururu com coentro e limão cravo, que é um deleite para o paladar por conta do tempero muito bem acertado. A outra opção é o de mocotó com feijão branco e calabresa.

Boteco que é boteco tem moela (R$ 36). E como André Castro adora criar pratos com ingredientes tidos como “menos nobres”, é óbvio que ela tinha de ocupar um lugar neste menu. O miúdo de frango é cozido com camarão seco e servido com um molho daqueles que a gente quer tomar de balde, sabe? O pãozinho é o acompanhamento perfeito para ele. É só chuchar e ser feliz!

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Assim como os pratos anteriores, os escondidinhos (R$ 44) também fizeram parte da história do Tô Nem aí e do Casa Amarela e não poderiam ficar de fora. Ambos têm base de purê de mandioca e são cobertos por queijo coalho e requeijão. A variação é o recheio, no primeiro com carne de sol e charque e, no segundo, com camarões puxados no vinho branco com creme de moqueca.

O cardápio traz a milanesa de filé mignon (R$ 42) cortada à palito e servida com molho gorgonzola e toque de rôti. Outra delícia é o camarão (R$ 46) empanado e recheado com carne de porco servido com versão de molho tarê de acerola e com emulsão de leite e alho. Para finalizar, tem o sanduíche de carne louca de língua, cortada bem fininha, com vinagrete e queijo maçaricado (R$ 32).

As comidinhas podem ser acompanhadas pelas “roscas”, uma referência a como o baiano chama a caipirosca. O Casa Amarela (R$ 26) leva caju, redução de suco de tangerina com rapadura, sumo de limão, gengibre e vodka, que é refrescante e levemente picante.

Já o Cajazinho Rei (R$ 24) reúne vodka, cajá, limão cravo, melaço de cana com pimenta rosa. Vem ainda com um naco de torresmo de pancetta para o cliente degustar enquanto bebe. Eu adoro quando os drinques vêm com algo para harmonizar e devo dizer que esta combinação ficou muito boa. Chá de capim santo, calda de laranja com cardamomo, limão tahiti, vodka e cana caiana e laranja bahia é a composição do Brisa Leve (R$ 24), um sopro delicado para refrescar estes dias quentíssimos.

Mais do menu

Fora a ementa especial, o Authoral reserva pratos que considero imperdíveis, seja por saírem do lugar comum, seja pela técnica aplicada ou pelo gostinho de comfort food. Começo as indicações pelo steak tartar, já confessando a minha obsessão por este prato clássico e fresco. Nesta casa, me encanta o corte preciso na ponta da faca e a mistura harmônica dos temperos.

Romeu e Julieta (R$ 29) é o nome que Castro deu ao bombom de gorgonzola com cobertura de goiabada sobre fina camada de baguete, uma homenagem ao chef Ian Baiocchi, do Íz (Goiânia). Boa opção para quem gosta de sabores agridoces.

Já a carne de sol (R$ 68) curada na casa é o meu prato principal favorito. Difícil comer uma tão boa quanto essa em outro endereço de Brasília. O pedaço é salgado por 4 horas e curado na manteiga de garrafa e à vácuo por um período entre 24 e 36 horas. Antes de chegar à mesa, é selado e fatiado. O resultado é uma carne ainda vermelha por dentro, suculenta e extremamente macia. Os nacos são acompanhados com baião de dois inspirado no famoso rubacão, prato típico da Paraíba.

Bons também são o arroz de moqueca com camarão e lula (R$ 64), mais quiabo tostado, pururuca de frango e aioli de coentro; e o magret de pato (R$ 79) ao molho de missô com suco de tangerina e melado de cana, acompanhado por purê de mandioquinha e acelga na brasa.

André Castro
O chef André Castro

Ah, não poderia terminar este texto sem indicar pelo menos uma sobremesa. As de lá são muito boas. Para os chocólatras, torta mousse com crocante de caramelo aerado, crumble de cacau e calda de caramelo com flor de sal e sorvete de chocolate. Quem ama goiabada, vai gostar da mousse com coulis de morango, licor de cassis e manjericão, mais plaquinha de suspiro, sagu de hibisco e gelato de frutas vermelhas. Ambas saem a R$ 24.

Agora, sim, a coluna está chegando ao fim, especialmente, porque já estou com água na boca. E no resumo da ópera, devo dizer que o Authoral é sempre uma boa ideia para apreciar uma comida carinhosa com os ingredientes e que se vale da inventividade para cativar a gente. Que esses cinco anos sejam apenas o início de uma história longa. Se você ainda não foi, não perca mais tempo e apareça.

Serviço:
Authoral Cozinha
SCLS 302-B, Bloco A, Loja 10
Telefone: (61) 3225-0052
Funciona de segunda e terça, das 12h às 15h e das 19h às 22h30; quarta a sábado, de 12h às 15h e das 19hàs 23h; domingo, das 12h às 16h.

Para mais dicas de onde comer bem, siga-me no Instagram (@lucianabarbo)

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