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Governador afirma que atleta trans não é “vencedora legítima” de prova

Lia Thomas conquistou o título da NCAA de 500m de nado livre na última quinta-feira (17/3), em Atlanta, nos Estados Unidos

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Lia Thomas vence prova da NCAA - Metrópoles
1 de 1 Lia Thomas vence prova da NCAA - Metrópoles - Foto: Rich von Biberstein/Icon Sportswire via Getty Images

O governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou que o título da Associação Atlética Nacional de Colegiados (NCAA) de 500m de nado livre, conquistado recentemente pela primeira vez por uma nadadora trans, Lia Thomas, seria de uma estudante do seu estado de maneira “legítima”.

Lia Thomas subiu no lugar mais alto do pódio na última quinta-feira (17/3), em Atlanta, e se sagrou a primeira atleta transexual conhecida da história a vencer um campeonato estado-unidense de natação universitária. Apesar da conquista histórica, o fato gerou reação entre os políticos de direita e outros grupos que se opõem à participação de atletas trans em competições femininas.

Nessa terça-feira (22/3), DeSantis, um possível candidato republicano nas próximas eleições presidenciais do país, disse que Emma Weyant, residente da Flórida e vice-campeã do NCAA, era a “vencedora legítima” do campeonato.

“É minha determinação que os homens não devem competir contra mulheres como Emma Weyant […]. A Flórida rejeita os esforços da NCAA para destruir o atletismo feminino, desaprova a ideologia da NCAA sobre a biologia e se ofende com a tentativa da NCAA de tornar os outros cúmplices de uma mentira”, escreveu o governador.

As regras da USA Swimming (Federação Americana de Natação) se diferem das adotadas pela NCAA: a federação pede que atletas trans tenham no máximo 5 nmol/L de testosterona durante 36 meses, o que equivale a 3 anos de terapia de reposição hormonal, enquanto a associação permite que essas atletas possam competir após completarem o período de um ano de tratamento de supressão de testosterona.

A proclamação de DeSantis não tem poder para mudar o resultado da competição e é uma continuação de suas políticas na Flórida que vão contra a comunidade LGBTQ+.

A 3ª colocada na competição, Erica Sullivan, do Texas, escreveu um ensaio para a Newsweek, em que argumenta que o esporte feminino tem questões mais importantes a serem abordadas.

“Como mulher no esporte, posso dizer a você que sei quais são as verdadeiras ameaças ao esporte feminino: abuso e assédio sexual, salários e recursos desiguais e falta de mulheres na liderança. Meninas e mulheres transgênero não estão nesta lista”, escreveu Sullivan.

Lia Thomas, por sua vez, afirmou que o objetivo é se concentrar na natação. “Tento me concentrar na minha natação, no que preciso fazer para me preparar para minhas provas e apenas tento bloquear o resto”, relatou ela depois da vitória.

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