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Basquete do Botafogo tem salários atrasados e ordem de despejo

A esperança de dias melhores após faturar o título da Liga Sul-Americana em dezembro de 2019 rapidamente se transformou em pesadelo

atualizado

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O atual grupo do Botafogo conquistou o troféu mais importante da história do clube no basquete. A esperança de dias melhores após faturar o título da Liga Sul-Americana em dezembro de 2019 rapidamente se transformou em pesadelo para os jogadores neste ano.

São quatro meses sem receber salários, sem qualquer perspectiva de pagamento. A situação financeira é gravíssima. A pandemia do coronavírus só serviu para ampliar o drama do basquete do Botafogo.

Dois jogadores atrasaram o aluguel dos apartamentos onde moravam no Rio e sofreram uma ordem de despejo. Sem perspectiva, Wesley Sena e Mogi voltaram para Campinas e Mogi Guaçu, respectivamente, cidades onde nasceram. Alguns atletas estão com dificuldade até comprar itens básicos.

Questionado pela reportagem sobre o momento de dificuldade dos jogadores e das pessoas que trabalham com o basquete no Botafogo, o técnico Léo Figueiró desabafou:

“Está realmente muito complicado. Entendemos que o mundo vive um momento de incertezas por conta do coronavírus e que isso acaba afetando todas as áreas, mas é preciso entender o nosso lado, também. Até porque esse é um problema que já vem no basquete do Botafogo desde antes da pandemia. Temos compromissos para honrar e contas para pagar. É muito caótico para qualquer trabalhador ficar sem receber por quatro meses e meio, pois acaba colocando famílias em situações extremas, de dificuldade e constrangimento. Esperamos que isso se resolva logo.”

O mesmo fez o armador Coelho, capitão da equipe, ao ser procurado pela reportagem. Ele falou em nome do grupo, que sofre sem receber há quase cinco meses, e ainda alimenta um pouco de esperança de o Botafogo colocar tudo em dia.

“Confio na diretoria e espero que as coisas se resolvam logo, pois a situação está ficando realmente insustentável. Nosso grupo sempre deixou tudo em quadra, alcançamos feitos importantes ao longo desses anos e temos muito orgulho de defender a camisa do Botafogo. Mas é preciso que entendam que já são quatro meses de salário atrasado e isso prejudica a vida de todos, pois temos família e contas para pagar”, afirmou.

Neste cenário de terra arrasada é pouco provável que o Botafogo continue na disputa do NBB. A competição está paralisada desde 15 de março por causa do avanço da Covid-19 e ainda não há previsão de retomada, apesar do desejo da Liga Nacional de Basquete de fechar esta temporada em quadra.

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