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The Witcher mostra origem segundo os livros, mas não isola jogos

Série é a aposta da Netflix para os órfãos de Game of Thrones e conta com Henry Cavill, Freya Allan e Anya Chalotra no elenco

atualizado

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Netflix/Reprodução
Foto sombria de Henry Cavill em The Witcher - Metrópoles
1 de 1 Foto sombria de Henry Cavill em The Witcher - Metrópoles - Foto: Netflix/Reprodução

A nova série da Netflix, The Witcher, teve sua primeira temporada lançada no dia 20 de dezembro com oito episódios de duração entre 50 minutos e uma hora cada. A segunda temporada já está confirmada.

A trama segue principalmente o mutante Geralt de Rívia (Henry Cavil) e mostra a origem do protagonista, que está compilada nos livros O Último Desejo e A Espada do Destino, de Andrzej Sapkowski. Mas Geralt não é o único a ganhar espaço, explicações e motivos nesta primeira temporada.

Baseado no best-seller de fantasia, The Witcher é um conto épico sobre destino e laços familiares. Geralt de Rivia é um caçador de monstros solitário que luta para encontrar seu lugar em um mundo onde as pessoas são mais perversas do que as criaturas que ele caça. Quando o destino leva Geralt a uma poderosa feiticeira, e a uma jovem princesa com um segredo perigoso, os três devem aprender a navegar juntos pelo crescente e volátil Continente.

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Cirilla Fiona Elen Riannon, a princesa de Cintra – mais conhecida como Ciri (Freya Allan) – e a feiticeira, literalmente agente do caos, Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra) também ganham destaque e tem suas histórias explicadas em linhas temporais diferentes.

Boa parte do que vemos no passado de Yennefer é original da série, já que nos livros e jogos a feiticeira tem suas origens pouco exploradas. Com isso podemos ver a formação da personalidade controversa e astuta de Yen, mas alguns aspectos dessa explicação deixam a desejar. Falta na feiticeira uma transição entre suas idades e objetivos. Ela sai de uma jovem adulta com sede de poder, sem se importar com os meios usados para saciar essa ânsia, até chegar na mulher neutra e sensata, porém caótica e fatalista retratada nos últimos episódios.

Na produção da Netflix existem três linhas do tempo entrelaçadas em cada episódio. Isso deixa quem assiste preso esperando o ponto de convergência em que o bruxo finalmente encontra as pessoas com as quais é “ligado pelo destino”. Em muitos muitos momentos o telespectador torce pela vinda de Geralt, ou a aparição da controversa Yen no caminho da futura rainha de Cintra – que acaba de passar por maus bocados.

Para os fãs dos livros e jogos, é fácil saber que as histórias se passam em épocas diferentes. Mas para quem teve o primeiro contato com esse universo pela série, fica mais difícil entender o quando cada coisa acontece. Ciri está no presente depois da queda de Cintra, Geralt se torna o Carniceiro de Blaviken 25 a 30 anos no passado e Yennefer aproximadamente 70 anos antes da queda de Cintra.

A trama segue as obras literárias e o desenrolar das aventuras de Geralt, mas os personagens conseguem misturar bem características dos livros, jogos e originais da série. Geralt, por exemplo, nos livros é magro, sem barba e tem sua aparência descrita como “inquietante”.

Nos jogos ele assume atributos mais agradáveis, ganhando músculos e barba. Na série, Henry Cavill aparece com o mesmo porte do Super-Homem e sem barba. A atuação de Cavill é precisa ao interpretar o bruxo que, por suas mutações, não tem a mesma intensidade emocional, deixando o personagem ácido e um pouco caótico.

Yennefer mantém seus olhos roxos nas três versões de sua personagem. No livro, ela é descrito como uma mulher belíssima, porém com falhas perceptíveis apenas para os olhos modificados do bruxo. Nos jogos, é simplesmente perfeita, com um pouco do sotaque britânico.

Na série, ela é definitivamente britânica e com a beleza natural somada aos olhos roxos. Chalotra consegue trazer a presença esmagadora da feiticeira e ao mesmo tempo sabe dosar um pouco de ternura em sua atuação, dando mais profundidade à personagem.

Princesa e futura rainha de Cintra, Cirilla é retratada nos livros como arrogante e relativamente mimada. Nos games, assume uma postura mais imprudente e ansiosa por aprendizado. Na série da Netflix, Ciri é uma menina imprudente e em crescimento, com o mesmo anseio visto no jogo.

Mas a garota sabe aceitar ajuda e claramente tem o necessário para ser uma governante melhor que sua avó e antiga rainha de Cintra, Calanthe (Jodhi May). Freya Allan consegue incorporar as características da princesa e demonstrar a ligação entre Ciri, sua avó e o povo de Cintra, deixando a carga emocional mais densa.

A parte visual da série é extremamente agradável: cenários bem pensados, figurinos, maquiagens e outros elementos importantes, como os monstros, não são esquecidos, com caraterização digna de elogios. Cada episódio prende o telespectador e deixa aquela vontade de acabar com a série em menos de um dia – o que é completamente possível. Uma maratona para terminar a primeira temporada dura pouco mais de oito horas.

Avaliação: Ótimo

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