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Voa, Boogarins: banda saiu de Goiânia para liderar o indie brasileiro

Com traços de psicodelia e experimentações que vão do eletrônico à MPB, grupo entra em seu sétimo ano acumulando fãs e turnês

atualizado

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Ann Alva Wieding/Divulgação
Boogarins – crédito Ann Alva Wieding1
1 de 1 Boogarins – crédito Ann Alva Wieding1 - Foto: Ann Alva Wieding/Divulgação

Forjada na frutífera cena de Goiânia, a banda Boogarins entra em 2018 após três temporadas quase ininterruptas de turnês entremeadas com gravações de discos. Dono de uma identidade sonora que mistura rock dos anos 1960, psicodelia, Tropicália e programação eletrônica, o grupo se firma cada vez mais como a grande banda indie brasileira dos últimos tempos.

Desde que despontou com o disco “As Plantas que Curam” (2013) – trabalho caseiro acolhido pelo selo americano Fat Possum –, o quarteto acumulou mais dois CDs, “Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos” (2015), divulgado pela mesma gravadora, e “Lá Vem a Morte” (2017), lançado de surpresa no meio de 2017. No ano passado, os goianos ainda soltaram “Desvio Onírico”, primeiro registro ao vivo.

Entre uma coisa e outra, a Boogarins simplesmente não parou de tocar. Turnês na Europa e nos Estados Unidos e presença em grandes festivais aqui (Bananada, Lollapalooza, Porão do Rock, Virada Cultural) e lá fora (Primavera Sound, Rock in Rio Lisboa, South by Southwest). Mais recentemente, acertou para se apresentar no Coachella.

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O sucesso, ainda que dimensionado dentro dos limites (extensos) da música independente, encontra explicação na postura como a Boogarins se vê no palco: sempre inquieta, em busca de experiências novas (para eles e para o público). “Tentamos criar nossa própria forma de compor e tocar”, explica o baterista Ynaiã Benthroldo (ex-Macaco Bong), cuiabano que se juntou ao grupo em 2014, após a saída de Hans Castro.

“No ‘Lá Vem a Morte’, isso ficou ainda mais aflorado, com experimentação e improvisação ao vivo”, diz o músico, membro do quarteto ao lado de Benke Ferraz (guitarra) e Fernando Almeida, o Dinho (voz e guitarra), ambos fundadores, e Raphael Vaz (baixo).

Entre vida na estrada e gravações
Em plena turnê nos EUA, os roqueiros moraram por um tempo numa casa em Austin, no Texas, cidade do festival SXSW. Como em uma residência artística, eles mergulharam na produção de “Lá Vem a Morte” combinando elementos que marcaram as sessões dos trabalhos anteriores: o clima caseiro de “Plantas” com os recursos de “Manual”, gravado na Espanha.

“Passamos horas e horas tocando, depois recortando e colando até achar as melhores sonoridades para cada coisa. Fizemos tudo isso tentando achar um caminho nosso, entre o experimental e o pop”, detalha o baterista. O clima do disco não poderia se outro que não o de melancolia – no texto de apresentação, Dinho classificou o trabalho como uma “reflexão da falta de sensibilidade que vivemos”.

“Foi um disco de absorção das coisas ao nosso redor, influenciado bastante por estarmos de quatro a cinco meses fora de casa e tocando bastante”, confirma Benthroldo.

Em algum momento entre o primeiro e o segundo CD, a Boogarins rendeu várias comparações ao grupo Tame Impala, conhecido pela pegada psicodélica e lisérgica. Aos poucos, a sintonia entre os membros ajudou a criar uma identidade mais mutante, amistosa ao rap e ao jazz, por exemplo.

Cada um curte um som diferente, mas “a gente sempre troca nossas playlists”, segundo o baterista. Ele procura sonoridades rítmicas dentro do jazz e da música brasileira e africana. Benke prefere o pop e o rap – chegou a citar Kanye West como possível influência em “Lá Vem a Morte” em uma entrevista à “Rolling Stone”. Raphael nutre interesse pelo shoegaze e por timbres eletrônicos, enquanto Dinho é vintage, indo atrás de gemas sessentistas (brasileiras e gringas).

A gente não tenta se rotular em nada, não. Hoje a gente pode ser uma coisa e amanhã querer ser outra. É um ‘trem’ que a gente procura deixar muito em aberto. Até pra ser livre

Ynaiã Benthroldo

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