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Música gospel cresce 44% no streaming e atrai novos públicos e artistas

Plataformas digitais tem motivado artistas a se lançarem no gênero, como Anitta, Whindersson Nunes e Luciano Camargo

atualizado

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Whindersson Nunes e Priscilla Alcântara
1 de 1 Whindersson Nunes e Priscilla Alcântara - Foto: Reprodução

A música gospel sempre teve um público forte, mas com o reforço das plataformas de streaming, o gênero tem conseguido se expandir, alcançar ouvintes fora da redoma cristã e registrar números à altura de artistas internacionais. Prova disso é que mesmo impossibilitados de fazer show, os representantes do segmento continuam em ascensão — o que tem chamado atenção de músicos de outros estilos e impulsionado lançamentos.

De acordo com dados fornecidos pela Deezer, a playlist Top 50 Gospel cresceu 37% em relação a fevereiro, quando a quarentena ainda não havia começado no Brasil. Ao comparar março, abril e maio com os três meses anteriores, a seleção teve um incremento de 23% em reproduções e 11% em ouvintes.

Já no Spotify a tendência era observada antes mesmo da pandemia. Em 2019, o estilo cresceu 44% no número de ouvintes, perdendo apenas para o sertanejo. Na plataforma, as playlists mais populares são Sucessos Gospel e Louvor e Adoração.

Com o cenário promissor, músicos de outros gêneros também passaram a flertar com a música religiosa. Anitta, por exemplo, realizou uma live apenas com sucessos do gospel, no início da pandemia. Em abril, o humorista Whindersson Nunes foi parar na lista dos mais ouvidos, graças à canção Girassol, que gravou com a ex-apresentadora Priscilla Alcântara.


O estilo musical também marcou presença em apresentações de pagode e sertanejo, como as promovidas por Dilsinho e Mateus e Kauan. Já Luciano Camargo, depois de quase 30 anos de carreira, anunciou o lançamento de seu primeiro disco solo, A Ti Entrego, com 15 faixas religiosas.

Músicas que confortam

Em entrevista ao Metrópoles, Gabriela Rocha, uma das 15 artistas gospel que possuem mais de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify Brasil, atribui a expansão do filão da música cristã à busca das pessoas por mensagens de conforto.

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“As pessoas estão buscando mais a Deus, principalmente agora durante a pandemia. Todo mundo tem passado por tantas coisas, tantas mudanças de rotina. E o louvor tem esse poder de trazer paz, de fazer as pessoas sentirem a presença do Pai a cada dia”

Gabriela Rocha, cantora gospel

Atenta ao comportamento do público e dos novos ouvintes, Gabriela está lançando dois novos projetos em parceria com o Spotify. Um deles é o seu novo álbum Juntos em Adoração, gravado em abril. O outro é um podcast, com devocionais de sua autoria. “Tudo é sobre Ele, eu fico feliz em saber que o senhor tem ecoado as canções que ele me deu pelo Brasil e o mundo todo”, diz.

 

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Vai ter os ESPONTÂNEOS também no Spotify!!! 💚 tá chegando! DIA 24/09 – quinta feira! O álbum JUNTOS EM ADORAÇÃO !!! Quem está na expectativa?

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Maurício Soares, Diretor de Artistas & Repertório Gospel da Sony Music Brasil, também acredita que o consumo dessas músicas foi impulsionado pelo streaming, a qual muitos brasileiros só tiveram contato a partir do distanciamento social. Atualmente, o cast da gravadora conta com cerca de 60 artistas dos mais diversos estilos.

“O segmento evangélico no Brasil possui mais de 60 milhões de pessoas, maior do que muitos países pelo mundo. O Brasil é a segunda maior nação cristã do planeta. Nada mais natural que o gênero musical que os representa seja forte. Com o advento do digital, a música e artistas do gênero gospel passaram a ser consumidos também por católicos e mesmo apenas por simpatizantes”

Maurício Soares, Diretor de Artistas & Repertório Gospel da Sony Music Brasil
Para o público infantil

Atualmente, com mais de 3 bilhões de views e 4 milhões de inscritos no canal do YouTube, sendo reconhecido como o maior projeto para crianças do segmento gospel no mundo, o grupo 3 palavrinhas confirma o êxito do nicho também com o público infantil.

“Isso é demais não é mesmo? Nos dá uma alegria imensa e um senso de responsabilidade maior ainda. Acho que esse sucesso é um pouco de tudo, mas mais ainda da graça de Deus”, comemora Samuel Mizrahy, idealizador do projeto.

Com sete anos de caminhada, uma base de fãs forte, e shows lotados até mesmo em drive-ins, o grupo resolveu dar um passo adiante e agora tem um canal pago. “É um clube de assinaturas, exclusivo e totalmente seguro para pais e crianças. Com um aporte bem pequeno, todos terão acesso a conteúdos exclusivos e diversão. Para nós, foi um grande desafio construir esse aplicativo, mas estamos muito felizes”, conclui.

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