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Lives da quarentena dão novo fôlego a artistas que andavam sumidos

César Menotti & Fabiano, Maurício Manieri e Raça Negra são alguns dos artistas que voltaram com tudo para o mercado graças aos shows on-line

atualizado

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Guilherme Prímola/Metrópoles
Arte live
1 de 1 Arte live - Foto: Guilherme Prímola/Metrópoles

O que seriam dos brasileiros no período da quarentena sem o alívio da lives? A ferramenta, utilizada por músicos de todos os segmentos como uma maneira de driblar a crise causada pela pandemia da Covid-19, deu novo fôlego à carreira de muitos artistas. César Menotti & Fabiano, Maurício Manieri e a banda Raça Negra são alguns dos nomes que voltaram com tudo para o mercado fonográfico e se reconectaram com o público graças aos shows virtuais.

Os irmãos Menotti sempre tiveram lugar cativo no coração dos amantes da música sertaneja. Mas, desde a estreia do álbum Palavras de Amor, em 2005, com os hits Leilão e Como Um Anjo, e, depois, em 2008, com a música Ciumenta, do disco Voz do Coração, a dupla não consegue uma repercussão midiática tão forte quanto a atual. O novo burburinho em torno dos mineiros começou durante a realização da primeira live-show, no dia 16 de abril.

A postura despretensiosa e bem-humorada da dupla durante a apresentação virtual conquistou o público. Rapidamente, a internet foi tomada de memes, levando a transmissão ao vivo a liderar o ranking de assuntos mais comentados do Twitter. O sucesso do vídeo nas redes sociais, que já ultrapassou a marca de 6,8 milhões de views no YouTube, deu origem ao  DVD Só As Antigas lançado pela Som Livre no dia 12 de junho.

“Sempre fomos muito bem recebidos em todos os lugares e a gente sente esse carinho especial que o público tem com o nosso trabalho”, diz César, que reconhece a força das mídias digitais nesse momento. “Agora, com mais tempo, e com a cabeça mais desocupada, surgem essas brincadeiras e é muito gostoso usar isso para ajudar a divertir a galera”, completa.

Para Fabiano, o que as lives da dupla têm de especial e que chama a atenção das pessoas, é mesmo o setlist. “A gente têm buscado trazer um repertório diferenciado, já fizemos uma só com músicas antigas, aquelas que mexem com as nossas lembranças e com o coração da gente. Para quem realmente ama música sertaneja, como nós amamos, isso é bom demais”, acredita.

Os irmãos não se incomodam com o empurrãozinho dado a trajetória de sucesso. “Acho que sendo leve, divertido e desde que não ofenda ninguém, os memes são válidos. Tenho recebido muitas mensagens positivas, nosso número de seguidores aumentou e estamos curtindo”, confirmou César.

Do samba ao rock

A banda ícone da Era de Ouro do pagode, nos anos 1990, Raça Negra também conquistou números expressivos com a primeira live, em 21 de abril. O show on-line viralizou com memes de sofrência e nostalgia nas redes sociais e  rendeu convites ao vocalista Luiz Carlos para participações nas lives de famosos como Wesley Safadão, em 17 de maio, e, em breve, com o cantor Leonardo, em 31 de julho.

As lives também têm sido um eficaz meio de divulgação de novos singles para o cantor Gabriel o Pensador. Desde o início do isolamento social, necessário devido ao novo coronavírus, o rapper já lançou três novas canções: A Cura Tá No Coração, Vamo Aí, e, a novíssima, Aglomeração a 2, em parceria com Ivete Sangalo.

“A gente já vinha num embalo de renovação do público, mas as lives com certeza nos aproximaram de pessoas que nunca tinham tido a oportunidade ir aos nossos shows. Agora, vemos a presença de pessoas mais velhas, até a minha avó, Eneida, de 91 anos, está me assistindo”, garante Gabriel.

Volta aos palcos

Como o Metrópoles já havia adiantado, em entrevista com o especialista em marketing digital João Mendes, o sucesso das lives vai refletir no sucesso pós-pandemia. “As lives vão definir o valor do cachê. Quem foi melhor sucedido no digital, será mais requisitado quando os eventos voltarem a acontecer”, afirmou o empresário.

Para o cantor Maurício Manieri, a previsão parece ter se confirmado. O artista que andava meio distante da mídia, já tem dois shows marcados para 2021: no dia 12 de junho, no Teatro Bourbon, em Porto Alegre, e, no dia seguinte, no Teatro Bradesco, em São Paulo. Os contratos são fruto da boa fase nas redes sociais. Desde o início da quarentena o compositor já fez três apresentações virtuais, somando mais de 1,2 milhões de views no YouTube.

De acordo com Fernanda Bas, head de Comunicação da Som Livre, o cenário digital da indústria fonográfica permitiu que o consumo, de uma forma geral, se mantivesse estável em tempos de Covid-19, e o mercado encontrou nas lives, e em conteúdos idealizados e produzidos durante esse momento, saídas para manter a divulgação dos artistas, os lançamentos musicais e a proximidade com o público.

“O retorno foi imediato, a presença e o consumo de lives dos brasileiros bateram recordes mundiais. Na Som Livre já contabilizamos mais de 90 lives nesse período, envolvendo cerca de 50 artistas e mais de 150 milhões de visualizações só em apresentações no YouTube”, explica Fernanda Bas.

Segundo a executiva da Som Livre, outro destaque interessante são os artistas que sempre tiveram grandes audiências em shows, mas não apareciam no ranking de consumo digital e puderam, através das lives, dialogar mais com o público nos meios digitais e, por consequência, aumentar o consumo nesse meio. “Estar à frente das inovações que a tecnologia traz para o comportamento e consumo da música é decisivo para o sucesso do nosso negócio”, conclui.

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