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K-Pop é o novo tesouro da indústria musical que vale US$ 5 bilhões

Desconhecido até o anos 1990, o gênero é, atualmente, um dos maiores sucessos da cultura pop atual

atualizado

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Chelsea Guglielmino/Getty Images
Fans Await The BTS Concert At Staples Center As Part Of The “Love Yourself” North American Tour
1 de 1 Fans Await The BTS Concert At Staples Center As Part Of The “Love Yourself” North American Tour - Foto: Chelsea Guglielmino/Getty Images

Há uma semana, alguns jovens influentes foram convidados para uma assembléia das Nações Unidas. Lá, lançaram o projeto Generation Unlimited. Entre eles, estavam a youtuber Lilly Singh e a maior boy-band do mundo, BTS. Juntos a UNICEF e os garotos sul-coreanos já haviam feito um projeto humanitário com objetivo de dar cabo na violência contra jovens ao redor do mundo – o Love Myself, que arrecadou US$ 1,03 milhão em 2017.

Para quem ainda está confuso com a aparição repentina de artistas asiáticos no Ocidente, precisa conhecer a Hallyu: a onda do entretenimento coreano que, pouco a pouco, está conquistando o mundo inteiro. Esse fenômeno começou com PSY e o hit global Gangnam Style e agora se consolida no estrondoso sucesso do BTS, a boy-band capaz de quebrar a série de vitórias do Justin Bieber nos Billboard Music Awards e se consolidar como fenômeno pop.

Muitos não sabem que a Hallyu começou, nos anos 1990, com o Seo Taiji and Boys. Ícones da música moderna na Coréia do Sul, esse grupo da gravadora Banana Culture moldou a atual indústria fonográfica do país.

Outro sucesso da década de 1990 é BoA, uma cantora recrutada pela SM Entertainment aos 12 anos e construída por meio de um projeto denominado Project Mystique, no qual a gravadora investiu US$ 3 milhões – o aporte ocorreu durante uma das maiores crises financeiras do leste asiático. Atualmente, ela segue fazendo sucesso.

De lá para cá, o k-pop evoluiu profissional e artisticamente. O processo de seleção, sonho de diversos jovens coreanos, envolve rigorosos treinos, contratos milionários e uma infância e adolescência dedicados a esse trabalho.

O processo começa ainda na adolescência (entre os 10 e 12 anos) dos “trainees“, como são chamados após assinarem um contrato com uma gravadora e passam por treinamento de canto, dança e línguas estrangeiras a partir da pré-adolescência. Assim, surgem os idols, nome dado aos jovens cantores de sucesso. As performances apresentadas são de altíssima qualidade, a estética bem pensada e os grupos ainda são “adestrados” para criarem uma conexão pessoal com os fãs.

Conheça os idols que fizeram sucesso na “era de ouro” do K-Pop:

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Adotando esse estilo quase industrial, o gênero angariou fãs e começou a se espalhar pelo Ocidente  na última década. As primeiras artistas coreanas a chegarem na Billboard Hot 100 foram as integrantes do grupo Wonder Girls, com o hit Nobody – lançado em quatro línguas diferentes, incluindo o inglês. Segundo a Bloomberg, atualmente, o k-pop movimenta cerca de US$ 5 bilhões.

Após anos de fabricação incansável de artistas, grupos, atores e comediantes, alguns grupos servem de exemplo para a mudança do status quo da indústria queridinha da economia coreana. O maior exemplo é o BTS. O grupo, formado por sete membros coreanos, conseguiu atingir uma audiência global.

Tudo da história desses meninos não indicava esse sucesso: a agência para a qual trabalham, BigHit Entertainment, era pequena e desconhecida, eles distribuíam ingressos e o k-hip-hop ainda não era muito popular.

Hoje, estima-se que a BigHit valha US$ 1,85 bilhão, graças ao imenso sucesso do grupo. Por enquanto, a agência emprega apenas mais um artista: Lee Hyun, um cantor solo.

Atualmente, o BTS está fazendo uma turnê mundial para o lançamento do seu álbum Love Yourself, onde passarão por 33 cidades – todos os ingressos estão esgotados no site oficial. Eles ainda anunciarão mais shows em fevereiro de 2019.

K-pop feminino
Algumas mulheres no k-pop estão quebrando o molde da mulher “inocente” à procura de um grande amor. Uma delas é HyunA, artista há mais de 10 anos, que já foi integrante do grupo Wonder Girls e do 4minute. Após ter sido pioneira no gênero, ela recentemente começou a lutar contra o sistema.

Ela ignorou sua gravadora e foi à imprensa para anunciar seu namoro e tem lançado trabalhos solo, nos quais as letras escritas por ela não fazem sentido ao lado da batida alegre. Em Bebe, ela parece estar falando diretamente com alguém ao perguntar: “O que está olhando com esse sorriso estranho?”.

Sucesso brazuca
O Brasil não escapou da onda. Aqui estão alguns dos fãs mais dedicados aos grupos, especialmente se os mesmos fizerem alguma referência ao país. Em live-streams e programas de entrevista, um rapper do BTS já admitiu que a energia sentida ao fazerem shows na América Latina – em especial no nosso país – estão “em outro nível”.

Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Douglas Raslley, Pedro Henrique Santos Henrique, Nathália Hyume, Silmara Medeiros, Vitória Melo e Dylan Cavalcante

 

Silmara Medeiros é uma fã e organizadora de eventos de K-Pop em Brasília, e conta que os encontros ajudam os participantes. “A galera faz novas amizades, perdem a timidez. Uma mocinha, no primeiro evento dela, ela estava muito tímida, bem nervosa. Daí ela fez amizade com outra moça, então no evento passado elas [fizeram uma apresentação de dança cover] e foi muito fofo”, conta.

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