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Aos 77 anos, Dona Severina expõe sua arte pela 1ª vez em um museu

A artista constrói esculturas de animais com fios, crochê, isopor e sacos de batata. Com as peças, ela tirou o sustento da família

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Severina Gonçalves – obras com material reciclado
1 de 1 Severina Gonçalves – obras com material reciclado - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Gente como a gente, uma pessoa simples que nos remete às lembranças da nossa infância. A figura tímida de Dona Severina traz a história humilde em suas obras de arte. Ao criar réplicas minuciosas de animais fabricados com material reciclado, a senhora de 77 anos mostra a grande artista que existe nas matriarcas costureiras, fiadeiras e bordadeiras. As peças compõem a exposição Arte Severina, em cartaz até setembro, no Museu Histórico e Artístico de Planaltina (Setor Tradicional).

São mais de 30 anos morando em Planaltina e mais de 40 anos fazendo artesanato. Muitas vezes a arte foi necessária para ajudar no orçamento de casa. Foram 13 filhos, dos quais apenas nove ainda estão vivos, criados com a renda complementar da venda das esculturas e do trabalho de costura. “Eu aprendi a costurar cedo, com minha irmã, mas nunca gostei”, conta.

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A história de Severina Gonçalves começa no interior do Rio Grande do Norte, onde, aos cinco anos de idade, começou a modelar pequenos animais com a massa do favo de mel. “Tinha uma colmeia de abelha em casa e eu amassava o favo e ia criando uma galinha, um bichinho. Minha mãe dizia: ‘Esta menina vai ser artista’”, lembra.

Com o passar do tempo, as criações começaram a ficar mais detalhadas. Um esqueleto feito de arame serve como base principal para o que virá a se tornar, com um realismo admirável, um leão, um galo, um pato ou vários pássaros. As técnicas de criação são variadas, assim como os materiais utilizados. Fios de sacos de batata, de cobre, de telefone, isopor e recipientes de água sanitária se tornam penas, pelos, olhos e cascos de tartarugas ou tatu.

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“Precisa desfiar o saco de batata, cortar, passar a pontinha em uma vela e ir colando no esqueleto um por um. Alguns são feitos de crochê e outros enrolando os fios de cobre ou de telefone”, explica Severina. As peças, em exposição no Museu Histórico e Artístico de Planaltina, contam a história da família que, ao sair do Nordeste, instalou-se em Minas Gerais até se fixar na região administrativa do Distrito Federal.

A curadora da exposição, Simone Macedo, diz que conheceu a arte de dona Severina em um catálogo e nas feirinhas de artesanato da região. Agora, ela reúne materiais e documentos para tornar suas obras um patrimônio imaterial da cidade. Algumas peças estão à venda e podem ser adquiridas no Museu de Planaltina.

“Arte Severina”
Museus Histórico e Artístico de Planaltina (Setor Tradicional). De segunda a sábado, das 8h às 18h. Entrada franca 

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