Turma da Mônica – Laços: filme traz febre live-action ao Brasil
Com estreia prevista em 27/06, adaptação de carne e osso dos quadrinhos de Mauricio de Sousa promete ser sucesso de bilheteria no país
atualizado
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Turma da Mônica: Laços, o aguardadíssimo filme baseado nos quadrinhos de Mauricio de Sousa, estreia nos cinemas nesta quinta (27/06/2019), prometendo, quem sabe, se tornar a grande bilheteria do audiovisual brasileiro em 2019. O longa também marca a entrada do país na febre mais lucrativa de Hollywood (ou melhor, da Disney) nos últimos anos: a conversão de desenhos megapopulares em produções live-action. Ou seja, tramas “em carne e osso”, com atores.
Ainda que a proposta soe meramente industrial e um tanto preguiçosa – refazer o que já deu certo para lucrar em cima da nostalgia –, esses remakes têm vencido qualquer sinal de desconfiança dos espectadores mais puristas. Puxando pela memória, nota-se que a Disney vinha tentando atualizar seu catálogo de animações desde os anos 1990, com O Livro da Selva (1994) e 101 Dálmatas (1996).
O formato voltou com tudo em Alice no País das Maravilhas, segunda maior bilheteria (US$ 1,025 bilhão) de 2010. Mas virou febre mesmo a partir de Mogli: O Menino Lobo, sexto filme mais lucrativo (US$ 966 milhões) de 2016, e principalmente A Bela e a Fera, vice-campeão de 2017 com US$ 1,263 bilhão.
As versões em live-action da Disney lançadas desde 2010:

Emma Watson e Dan Stevens em A Bela e a Fera (2017): o filme que transformou a tendência em febre bilionária Disney/Divulgação

Aladdin. laddin (Mena Massoud) é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine (Naomi Scott). Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar (Marwan Kenzari), o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio (Will Smith) capaz de conceder três desejos ao seu dono Disney/Divulgação

Angelina Jolie em Malévola (2014): bilheteria de US$ 758 milhões, a quarta maior daquele ano Disney/Divulgação

Ewan McGregor no live-action do ursinho Pooh, Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível (2018): bilheteria moderada de US$ 197 milhões, aliviada pelo orçamento de US$ 75 milhões Disney/Divulgação

Dumbo (2019): mais um live-action dirigido por Tim Burton Disney/Divulgação

Lily James em Cinderela (2015): bilheteria de US$ 543 milhões Disney/Divulgação

Neel Sethi em Mogli: O Menino Lobo (2016), dirigido por Jon Favreau, o mesmo do novo O Rei Leão Disney/Divulgação

Johnny Depp no papel do Chapeleiro em Alice no País das Maravilhas (2010), por Tim Burton Disney/Divulgação

Helena Bonham Carter viveu de novo a Rainha de Copas em Alice Através do Espelho (2016): arrecadou US$ 299 milhões e foi um fracasso de bilheteria Disney/Divulgação
Tendência bilionária
Só em 2019, o estúdio do Mickey já lançou Dumbo (US$ 351 milhões, bem abaixo do projetado) e Aladdin (US$ 735 milhões até a última sexta), ainda em cartaz.
Nas próximas semanas, chegam às telas O Rei Leão (18/07), sério candidato a maior arrecadação do ano, a sequência Malévola: Dona do Mal (17/10), com Angelina Jolie de volta ao papel da bruxa má de A Bela Adormecida, e A Dama e o Vagabundo, cujo lançamento (12/11) será exclusivo na plataforma de streaming Disney+.
Em 2020, devem estrear Mulan (26/03) e Cruella (22/12). E há uma porção de produções ainda sem data: A Espada Era a Lei (Disney+), Pinóquio, O Concunda de Notre-Dame, Lilo & Stitch e A Pequena Sereia.

Rodrigo Santoro no papel do Louco Divulgação

Floquinho: trama do filme Laços gira em torno do desaparecimento do cachorro de Cebolinha Divulgação

Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo), Cascão (Gabriel Moreira) e Cebolinha (Kevin Vechiatto): a Turma da Mônica com atores Divulgação

Longa é dirigido por Daniel Rezende, de Bingo: O Rei das Manhãs (2017) Divulgação

Pôster de Turma da Mônica – Laços Divulgação
Cinema infantil
Em certo sentido, na ausência de ideias originais, esses filmes em live-action e as animações –não apenas da Disney, claro – viraram sinônimo de cinema infantil na indústria de cinema.
Nada mais natural, portanto, que a tendência também seja adaptada à realidade brasileira. A criação de Mauricio de Sousa, certamente a HQ mais popular do Brasil, já gerou dezenas de versões animadas, sobretudo para a televisão.
Além do elenco mirim afinado ao visual dos personagens, o longa também aposta no olhar de seu diretor. Indicado ao Oscar pela montagem de Cidade de Deus (2002), o paulistano Daniel Rezende editou uma série de trabalhos importantes, sobretudo de José Padilha (Tropa de Elite) e outros de Fernando Meirelles (Ensaio Sobre a Cegueira).
Aos 44 anos, tornou-se sinônimo de cinema pop no Brasil, meio termo entre produções da Globo Filmes e o cinema independente, quando assinou Bingo: O Rei das Manhãs (2017), cinebio de um dos intérpretes do palhaço Bozo. Com Vladimir Brichta no papel principal, o título atraiu elogios por, entre outras coisas, articular de forma vistosa a nostalgia oitentista por meio da recriação de programas e bastidores televisivos.