New Life S.A. (DF), primeiro longa de André Carvalheira, será apresentado ao público pela primeira vez neste domingo (16/9), na mostra competitiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Mas parte da produção se confunde com a própria história recente do evento.
Ano passado, então com o título Triz, o trabalho foi exibido ainda em processo de finalização para produtores de cinema e curadores de festivais internacionais no segmento paralelo Futuro Brasil, que volta a acontecer em 2018. Desde então, o longa ganhou forma e novo nome. Será a estreia do cineasta, experiente diretor de fotografia de produções como Uma Loucura de Mulher (2016) e O Último Cine Drive-in (2015), em longas-metragens.

O diretor André CarvalheiraKrishna Schmidt/Divulgação

Cena de New Life S.A.: utopia ambientada em BrasíliaDivulgação

Longa é o único representante de Brasília na mostra competitiva do 51º Festival de BrasíliaDivulgação

Filme também está na seleção da Mostra Brasília, segmento de produções da cidadeDivulgação

Utopia x ganânciaDivulgação
“É uma ideia antiga. Mas me envolvi muito na minha profissão como diretor de fotografia e ele acabou na gaveta”, conta Carvalheira. Escrita por Aurélio Aragão e Pablo Gonçalo, a história envolve o sonhador arquiteto Augusto (Renan Rovida).
Com ideias utópicas na cabeça, ele projetou um condomínio residencial em Brasília que parece condensar tudo que se espera de um lugar perfeito para se viver. Em meio aos planos ambiciosos, porém, ele se depara com profissionais de negócios dispostos a qualquer coisa em prol do lucro.
“A casa do arquiteto, por exemplo, a gente teve o cuidado de escolher uma locação que traduzisse o que queria. Essa família como tínhamos imaginado: a casa, em vez de ser um espaço acolhedor e íntimo, tem um pouco de falso”, aponta.
Apesar de ambientado na capital federal, o filme dispensa o uso de pontos conhecidos da cidade para trazer um arquitetura mais pessoal e particular.
São personagens confinados numa vitrine, para mostrar como se vive nesse espaço novo sendo criado. É muito mais interior do que exterior
André Carvalheira, diretor
Curtas da noite
Ambos documentários, os curtas de domingo (16/9) dialogam com temáticas urgentes da sociedade brasileira nos últimos anos: a experiência de imigrantes nas grandes cidades e as crises enfrentadas pelas universidades públicas do país.
Liberdade (SP) toma emprestado o nome do famoso bairro paulistano para comentar o cotidiano de estrangeiros na metrópole: os guineenses Abou e Sow e a japonesa Satsuke. O filme é dirigido pela dupla Pedro Nishi e Vinicius Silva.

Liberdade (SP): curta sobre imigrantes no bairro paulistanoPedro Micheletti/Divulgação

Liberdade (SP)Pedro Micheletti/Divulgação

Sempre Verei Cores no Seu Cinza (RJ): documentário registra luta de estudantes e professores pela sobrevivência da UERJDivulgação

Sempre Verei Cores no Seu Cinza (RJ)Divulgação
Dirigido pela portuguesa radicada no Rio Anabela Roque, Sempre Verei Cores no Seu Cinza (RJ) mostra um pouco da luta das universidades públicas brasileiras pela sobrevivência.
O filme volta ao ano de 2015 para mostrar as reivindicações de estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Uma das personagens é a ativista trans Matheusa Passareli, assassinada em abril de 2018.
51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Neste domingo (16/9), no Cine Brasília (106/107 Sul). Mostra Competitiva: às 21h, Liberdade (SP, 25min, livre), Sempre Verei Cores no Seu Cinza (RJ, 18min, livre) e New Life S.A. (DF, 79min, 14 anos). Preço: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio. Informações: (61) 3244-1660 ou festivaldebrasilia.com.br