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Crítica: WiFi Ralph desbrava a internet, mas não supera Detona

Sequência da animação de 2012 acompanha Ralph e Vanélope em busca de uma peça para consertar o jogo Corrida Doce

atualizado

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1 de 1 wifiralph1 - Foto: Disney/Divulgação

WiFi Ralph: Quebrando a Internet dá sequência às aventuras de Detona Ralph (2012), filme responsável por dar novos ares criativos ao estúdio clássico de animação da Disney. Na época, atraiu elogios por se parecer com os filmes da Pixar – um selo Disney, vale lembrar. Não à toa, vários desenhos lançados depois, como Frozen (2013) e Zootopia (2016), evidenciaram essa aproximação.

WiFi Ralph, como adianta o título e manda o roteiro de qualquer continuação, busca expandir os horizontes. Mais precisamente, criar pontes entre o ambiente de fliperama habitado por Ralph e Vanélope, os protagonistas da franquia, e a infinitude da internet.

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Amizade em crise: Ralph e Vanélope vivem experiências distintas na internet

 

Um roteador de Wi-Fi é instalado na empoeirada (e meio vazia) casa de jogos do Sr. Litwak, gerando alguma curiosidade na imensa comunidade de personagens dos games. Certa feita, o volante do joguinho Corrida Doce acaba nas mãos de uma garotinha. Vanélope e suas companheiras de pista ficam temporariamente sem casa.

Só a internet pode ajudar nossos heróis. Ralph e Vanélope descobrem um “lugar” chamado eBay e que há um único exemplar do volante à venda por lá – por uns US$ 200. Mas a grande rede reúne distrações à beça.

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WiFi Ralph imagina a internet como um mundo futurista lotado de edifícios monumentais – os sites e empresas digitais mais populares – e avatares circulando por toda parte – nós, os usuários humanos. Em suma, um caos organizado (?) no qual é difícil se situar e fácil se perder. A melhor coisa da sequência.

Emoji: O Filme tentou fazer algo semelhante dois anos atrás. Resultou numa das piores animações de todos os tempos.

De certa maneira, a internet ocupa o espaço que deveria ser dos games no longa. Sobram referências ao que vivemos diariamente nos nossos navegadores – memes, virais, mensagens de spam, anúncios mentirosos, haters, perfis virulentos de redes sociais. A Disney aproveita esse universo ilimitado, “sem regras”, para desfilar autorreferências.

Há uma cena de perseguição envolvendo stormtroopers de Star Wars e toda uma longa sequência em que Vanélope conhece as princesas do estúdio. Surgem personagens de variadas épocas e produções do selo.

As interações soam espirituosas e bem realizadas, com ironia programada para fisgar os adultos. Mas pouco colaboram para a jornada dos personagens centrais. É como se, por alguns generosos minutos, o filme abrisse dezenas de novas abas e se esquecesse da página principal.

Vanélope já estava meio enjoada da mesma coisa de sempre na Corrida Doce e descobre uma galera nova na Corrida do Caos, uma espécie de Mad Max urbanizado. Ralph, grudento, apela para a deep web para tê-la de volta e periga quebrar a internet – no mau sentido.

WiFi Ralph, além de um tanto prolixo nesse constante jogo de sacadinhas visuais e conexões intertextuais com a cultura pop, força a barra no terceiro ato para dizer uma ou duas coisas sobre amizades tóxicas – com direito a um “monstro da insegurança” feito por milhões de clones de Ralph. Um filme difuso, longe do desastre, mas inferior a Detona Ralph.

Avaliação: Regular

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