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Crítica: O Mês que Não Terminou tenta explicar o Brasil atual

Duas produções políticas examinam a situação do país e um curta-metragem singelo formam o panorama da competitiva de terça-feira (26/11/2019

atualizado

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1 de 1 O-Mês-Que-Não-Terminou-RED - Foto: YouTube/Reprodução

A linha de investigação histórica do documentário O Mês que Não Terminou começa a ser traçada nos protestos de Junho de 2013. A tese defendida pelo longa-metragem, em competição na 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, desdobra-se na guinada conservadora no Brasil, que levou à eleição de Jair Messias Bolsonaro como presidente. O líder de extrema-direita teria capturado a imagem do “grande pai” (segundo Freud) na psiquê popular.

Para sustentar a tese, a película se apoia em bons depoimentos de economistas, cientistas políticos e psicanalistas. Mas, padece de visões de figuras dos movimentos sociais. Esses são representados pela voz do midiativista Pablo Capilé, criador do Mídia Ninja. Capilé é conhecido por ser o manda-chuva do Fora do Eixo, ONG de atuação cultural denunciada pelo não pagamento de cachê aos artistas vinculados aos seus projetos, o que valeu vaias à sua figura durante a projeção de terça-feira à noite (26/11/2019), no Cine Brasília.

A narração em off, feita pela atriz Fernanda Torres, às vezes se torna maçante e prejudica a boa fruição do filme. O Mês que Não terminou elabora uma linha do tempo que pode ser complementada com outros títulos lançados sobre o tema. É bom o espectador também consultar Democracia em Vertigem (Petra Costa, 2019), Excelentíssimos (Douglas Duarte, 2018), O Processo (Maria Augusta Ramos, 2018) e Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Júlia Murat e Miguel Antunes Ramos, 2018) para ampliar as visões sobre os últimos desdobramentos políticos e sociais no Brasil.

Avaliação: Bom

Curtas-metragens

Há algo de extremamente bucólico em Parabéns à Você, curta dirigido por Andréia Kaláboa. Seja nas paisagens captadas em uma comunidade rural do Paraná, seja no tema do filme: a descoberta da mortalidade humana pelos olhos de uma menina (Yiúlia, Mônica Christo) que somente deseja ter uma festa de aniversário, com bolo e suco de caixinha. Trama simples, com pitadas etnográficas ao retratar ritos de uma colônia de imigrantes ucranianos.

Avaliação: Bom

A ficção científica Pelano!, de Christina Mariani e Calebe Lopes, imagina um Brasil distópico em que a camada de ozônio foi destruída e os moradores do Nordeste brasileiro foram obrigados pelo governo autoritário a obedecer um toque de recolher surreal. O curta-metragem baiano mostra que dá para fazer cinema sci-fi com poucos recursos e muita criatividade.

Avaliação: Bom

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