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Crítica: fim do cinema mudo vira caos sem pé nem cabeça em Babilônia

A confusão sem fim de Babilônia estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (19/1), com Margot Robbie e Brad Pitt no elenco

atualizado

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Paramount Pictures/Divulgação
Trecho do filme Babilônia - Metrópoles
1 de 1 Trecho do filme Babilônia - Metrópoles - Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Ao que tudo indica, janeiro de 2023 ficará marcado pelos filmes que relembram o “velho” cinema e suas peculiaridades que se perderam ao longo dos anos. Uma semana após a Universal estrear Os Fabelmans, produção sobre a vida do cineasta Steven Spielberg, onde o diretor faz uma ode ao poder da arte e do cinema, foi a vez da Paramount lançar Babilônia. Avaliado (por mim) como a obra mais confusa da história, o longa-metragem de Damien Chazelle é nada menos que uma lembrança da morte do cinema mudo para a evolução inevitável dos meios de comunicação.

Em suas poucas mais de três horas de filme, Babilônia tem de tudo um pouco: muito sexo, muita droga, muita música, muita dança, muita gente diferente aparecendo de uma vez, muitas lágrimas, muitos animais selvagens e por aí vai. Sim, tudo é demais, justificando os US$ 80 milhões de orçamento na produção. O que não explica o montante descomunal é: por que um filme tão confuso para uma história que, por si só, já é tão pomposa?

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Mesmo com o orçamento gigantesco, trilha-sonora extremamente envolvente e um elenco de tirar o fôlego, Babilônia simplesmente… não faz sentido. O filme se passa no final da década de 1920, em Hollywood, e se apresenta em um período de grande mudança, com a transição do cinema mudo para os filmes falados.

Nellie LaRoy (Margot Robbie), estrela de cinema e recorde de bilheteria, ascende em sua carreira, migrando com sucesso de um modelo cinematográfico para o outro. Porém, nem todas os atores têm a mesma sorte, trazendo, a inovação tecnológica, dificuldade para alguns.

Pela sinopse já dá para notar que Babilônia representa a exata realidade, pelo menos quando se fala sobre a história do cinema e a verdade de uma Hollywood afundada em drogas e sexo. Até hoje se vê matérias sobre as estrelas do cinema mudo que não se adaptaram as mudanças da tecnologia e acabaram se perdendo no tempo, simplesmente desaparecendo dos holofotes e sendo relembrados em livros sobre a arte cinematográfica.

E é exatamente por isso que Babilônia não tem pé nem cabeça. A vibe de apresentar a beleza do cinema e o mundo obscuro de Hollywood, se perde no meio de tanta confusão, festas, cores, bagunça e momentos bizarros (muito mesmo) que poderiam ter sido retirados e não fariam diferença na história.

Veja o Metrópoles Já Viu de Babilônia:

Elenco de milhões em Babilônia

Essa crítica não poderia acabar sem um espacinho para os atores, que fizeram a produção valer a pena. No papel de Nellie, Margot Robbie reencarnou sua “Arlequina interior” e entregou uma personagem que transmite emoção, raiva, humor e todo o entretenimento necessário para garantir que, junto com o filme Barbie, este seja o ano estrelado da loira.

O mesmo vale para Brad Pitt, que parece ser o próprio Brad Pitt na produção, não Jack Conrad, um ator amargurado por perder seus dias de graça e estrelato com a chegada do cinema falado. Ao lado de Margot e Diego Calva (Manny Torres), o trio de “milhões de dólares” (literalmente) faz com que às três horas na cadeira do cinema sejam prazerosas.

No fim das contas, Babilônia não é uma produção ruim ou mal feita. Mesmo que já tenha a marca de “pior filme de 2022” pela crítica internacional e tenha dado prejuízo para a Paramount em sua semana de estreia, considerando o orçamento que ostentou, o longa-metragem peca somente por “ser demais” quando poderia focar apenas no básico e necessário.

Avaliação: Bom

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