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A Febre: indígena ganha prêmio de melhor ator no Festival de Locarno

Filme brasileiro saiu do evento suíço com três troféus. Vitalina Varela, do português Pedro Costa, foi o grande vencedor

atualizado

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1 de 1 A-FEBRE_STILL-26_2K-FLAT_REC-709-22_00184003 - Foto: Divulgação

A Febre, filme brasileiro da diretora Maya Da-Rin, venceu o prêmio de melhor ator, para o estreante Regis Myrupu, no prestigiado Festival de Locarno, que chegou à 72ª edição em 2019. O longa nacional ainda ganhou em outras duas categorias: crítica (Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema) e Youth Prize. A honra máxima, o Leopardo de Ouro, ficou com o longa português Vitalina Varela, de Pedro Costa. Há cinco anos, o cineasta levou o troféu de melhor diretor por seu trabalho anterior, Cavalo Dinheiro (2014).

Com protagonistas indígenas e inspirado em histórias reais, A Febre recebeu elogios da crítica internacional após a exibição no festival. Myrupu, em depoimento divulgado pela assessoria de imprensa, se disse emocionado com o prêmio, mas afirmou que “nós, povos indígenas, estamos vivendo um momento muito difícil”.

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Protagonista de A Febre: estreante e premiado em um dos mais importantes festivais europeus

“Não só nós, mas também a nossa casa, a floresta, está sendo destruída. Então, um indígena recebendo um prêmio como esse, mostra a nossa força e capacidade de atuarmos na sociedade não indígena, seja participando de um filme, seja como médicos ou advogados, sem que isso signifique a perda das nossas origens ou o esquecimento da nossa cultura”, completou o ator.

Trama

A Febre acompanha o indígena Justino, um homem de 45 anos que vive na periferia de Manaus e ganha a vida trabalhando como vigilante em um porto de cargas. Viúvo, ele conta apenas com a companhia da filha, Vanessa, que está se mudando para Brasília, onde estudará medicina.

Tomado por forte febre, Justino é seguido por uma criatura misteriosa durante as noites e luta para conseguir ficar acordado durante os dias. Além disso, lida com a chegada de um novo vigia no porto e com as saudades da vida na aldeia – de onde saiu há 20 anos.

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