Vídeos mostram alas para pacientes com Covid-19 superlotadas no Hran
Segundo a denúncia, as gravações apontam improvisações nas camas e na instalação de oxigênios
atualizado
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Em meio ao crescente número de casos de infecção pelo novo coronavírus no Distrito Federal, os hospitais públicos da capital do país seguem com dificuldades para comportar o elevado número de pacientes. Imagens feitas por familiares de doentes e profissionais do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) denunciam a situação de calamidade no local.
Em uma das gravações, a esposa de um paciente mostra detalhadamente a situação no interior do hospital. “Meu marido está internado aqui no Hran desde o dia 26/2, está precisando de uma UTI com urgência, porque foram afetados os rins dele. O pulmão afetado em mais de 50%”, revela.
“Falta tudo no hospital, tudo precário. Tudo sucateado. Falta até luva para o pessoal trabalhar, máscara”, completa.
Assista:
Mais cedo, conforme mostrado no Metrópoles, a antiga sala de espera da emergência foi transformada em espaço para atendimento de pacientes.
Veja vídeo produzido pela reportagem:
Em outra gravação, desta vez registrada por uma profissional do hospital, há alertas sobre a dificuldade de realizar o atendimento da forma apropriada. “Essa gambiarra que estamos fazendo é para instalar oxigênio sem umidificador”, diz.
Assista:
O que diz a saúde?
Acionada pela reportagem, a Secretaria de Saúde encaminhou nota com esclarecimentos da direção do Hran. Segundo o texto, “devido ao aumento acentuado de casos da Covid-19 nos últimos dias, a unidade está operando além de sua capacidade”, mas que está ampliando a oferta de vagas no hospital para que a população não fique desassistida.
Nesse sentido, em 27 de fevereiro, houve a ativação de 20 leitos de UTI na unidade. Em 5 de março, mais oito leitos de UTI neonatal (UTIN) foram abertos para absorver a demanda existente.
“As unidades de saúde estão apresentando superlotação, pois o número de pessoas contaminadas tem crescido e, consequentemente, a busca por atendimento hospitalar”, reforça o texto. “A direção da unidade tem trabalhado para que situações como essa ocorram com menos frequência, e todos os pacientes sejam atendidos em um curto espaço de tempo”, completa.
Por fim, a Secretaria de Saúde explica que leva em consideração, seguindo o Plano de Mobilização, a taxa de ocupação de leitos de UTI, com o índice de transmissibilidade e a média móvel diária de óbitos.
“Na análise desses fatores, desde dezembro, a secretaria iniciou a mobilização de leitos, de acordo com a disponibilidade de cada hospital em liberar leitos que antes estavam sendo ocupados por pacientes não Covid-19. Só na última semana, foram mobilizados mais de 100 leitos de UTI Covid na rede pública e outros 100 leitos estão sendo abertos nesta semana. Além disso, foram abertos 88 leitos de enfermaria, nas últimas 48 horas”, conclui.
Ocupação
A taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) voltados para pacientes com Covid-19 na rede pública do Distrito Federal alcançou o índice de 97% nesta manhã e, durante a madrugada, de 100%.
No período da tarde, a última atualização nos dados do sistema InfoSaúde, do Governo do Distrito Federal (GDF), mostrou que 343 leitos estavam ocupados. A plataforma divulgou que 83 pacientes aguardavam por um leito e outros 29, por uma transferência.
Superlotação Hran
O Hran transformou antiga sala de espera da emergência em espaço para pacientes Rafaela Felicciano/Metrópoles
Superlotação no Hran
Superlotação no Hran Rafaela Felicciano/Metrópoles
Superlotação Hran
Procedimento foi realizado no Hran Rafaela Felicciano/Metrópoles
Vaquinha para EPIs
O Conselho Comunitário da Asa Norte (CCAN), que reúne prefeituras de superquadras da região, organizou uma campanha de financiamento coletivo para ajudar o Hran a comprar equipamentos de proteção individual (EPIs).
A ação tem a meta de arrecadar R$ 10 mil, conforme a página da campanha. A Secretaria de Saúde (SES) informou que não há falta de EPIs na rede pública. “Há em estoque luvas, aventais cirúrgicos, macacões, máscaras cirúrgicas e N95”, assegurou a pasta.
Ainda de acordo com a SES, apenas o estoque de aventais descartáveis está baixo, mas há processo de aquisição em andamento. A secretaria acrescentou que esses itens são substituídos por outros aventais e macacões.
Hospitais de campanha
O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, na manhã desta segunda-feira (8/3), que o GDF liberou R$ 36 milhões para a construção dos três hospitais de campanha, prometidos na semana passada. As novas unidades serão instaladas no Ginásio do Gama, no Ginásio Nilson Nelson e em Santa Maria e, juntas, somarão 300 leitos para o tratamento de pacientes com Covid-19.
