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Triplica o número de enfermeiros contaminados com o novo coronavírus no DF

Segundo o Conselho Regional de Enfermagem, o problema é ainda maior, pois há suspeita de subnotificação do total de profissionais infectados

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Profissional de saúde colhe material para teste rápido para Covid-19
1 de 1 Profissional de saúde colhe material para teste rápido para Covid-19 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O número de enfermeiros contaminados pelo novo coronavírus no Distrito Federal subiu para 71 até às 14h desta segunda-feira (25/05), nas redes pública e privada de saúde. Em 2 de maio, o total de infectados era de 24. O número de casos triplicou.

Segundo o Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren-DF), o aumento acelerado de casos é preocupante. E, na avaliação da instituição, o problema é mais grave, pois há subnotificação dos profissionais contaminados.

“Recebemos informações de mais casos. Nem todos os responsáveis técnicos das redes pública e particular estão notificando os casos dos profissionais de saúde contaminados. Há uma certa resistência”, denunciou o presidente do Coren-DF, Marcos Wesley.

A entidade solicitou novamente informações das redes pública e privada. Também começou a fazer o mapeamento próprio dos casos. “A ideia é que a instituição de saúde seja o lugar de cura. Mas infelizmente, a fonte de contaminação está sendo a própria instituição”, pontuou Marcos Wesley.

Isolamento em queda

O Coren não nominou quais instituições privadas estariam sonegando informação. Independentemente da subnotificação, o crescimento dos número de enfermeiros contaminados segue o mesmo compasso da queda da participação popular no isolamento social.

De acordo o presidente do Coren-DF, a substituição dos enfermeiros contaminados não está sendo acompanhada de capacitação para os substitutos. Ou seja, os profissionais chegam sem experiência e preparo, prejudicando o tratamento de brasilienses com Covid-19.

Sem fluxo

“Há um problema grave no fluxo dos pacientes. Muitos assintomáticos estão misturados com sintomáticos”, alertou o presidente do Coren-DF. O Brasil é líder mundial em mortes de enfermeiros durante a pandemia.

Até às 14h de segunda-feira, 143 enfermeiras e enfermeiros morreram no Brasil. No DF, dois perderam a vida na luta contra a doença. Segundo o Boletim Epidemiológico de domingo (24/05), 658 profissionais de saúde pública e privada foram contaminados no DF.

Crescimento de 49%

No domingo anterior (17/05), o total de profissionais de saúde contaminados era de 441. Em outras palavras, houve aumento de 49% em apenas uma semana.

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Outro lado

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde informou que, boletim diário sobre os casos de Covid-19 no DF divulgado pela pasta, consta a informação de todos os pacientes que tiveram a doença e declararam ser profissionais de saúde, sem a discriminação da área na qual atual o paciente e se ele é da rede pública ou da privada de saúde.

“Todos os profissionais passam por treinamento nas próprias unidades de saúde em que atuam. Profissionais que prestam assistência diretamente aos pacientes com Covid-19 seguem os fluxos de atendimento preconizados no Plano de Contingência da SES”, destacou a pasta, em nota encaminhada à reportagem.

“Um exemplo é o que ocorre no Hospital Regional de Samambaia, em que todos os setores e chefias recebem capacitações específicas sobre a maneira de atender os pacientes com Covid-19, se paramentar e desparamentar, além de higienizar corretamente as mãos (veja matéria: http://www.saude.df.gov.br/profissionais-do-hrsam-sao-capacitados-para-atender-pacientes-com-covid-19/)”, prossegue o texto.

A pasta disse ainda haver equipamento de proteção individual (EPIs) em todas as unidades de saúde do DF. “A SES continua realizando aquisição de novos (equipamentos), para manter sempre os estoques abastecidos. No dia 16 deste mês, chegaram 500 mil máscaras cirúrgicas; e, no dia 19, mais um carregamento com um milhão de máscaras”, concluiu.

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