Metrô teve prejuízo de R$ 1,7 milhão com liberação de catracas em 2016
Empresa esclareceu que medida é tomada para evitar o fechamento das estações em caso de falta de funcionários. Sindicato estima déficit de 800 servidores
atualizado
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A falta de funcionários nas bilheterias do Metrô-DF e a consequente liberação das catracas têm gerado um grande prejuízo aos cofres públicos do Distrito Federal. Ao todo, a companhia contabiliza que as cancelas tenham sido abertas 746.464 vezes em 2015, o que resultou em uma baixa de R$ 2.338.621. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, o episódio ocorreu 434.477 vezes, média de 3.590 registros por dia, com perda de receita de R$ 1.737.908.
E o problema não é de hoje. Em janeiro, o Metrópoles noticiou que muitos usuários ganhavam viagens gratuitas por conta do déficit de pessoal. Segundo o metrô, seriam necessários mais 300 funcionários no quadro para suprir totalmente a demanda. Ainda de acordo com a empresa, a última nomeação de servidores selecionados em concurso ocorreu em 2014, quando 30 pessoas passaram a integrar a equipe.No início do ano, o Metrô-DF pediu ao Governo do Distrito Federal (GDF) a convocação de mais 320. No entanto, informou que “não foi possível chamar os aprovados porque o governo encontra-se impedido de fazer contratações em razão do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal“.
Em nota, a empresa ainda esclareceu que a liberação das cancelas é uma medida tomada para evitar o fechamento das estações em caso de falta de funcionários. “Como empresa pública, o foco é a prestação de serviço à população do Distrito Federal, mesmo que se deixe de arrecadar recursos com o fechamento das bilheterias momentaneamente”, completou o Metrô-DF.
Greve
Os metroviários estão em greve desde a última terça-feira (14/6) e reivindicam justamente a contratação de pessoal. Em entrevista à reportagem na semana passada, o diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF), Ronaldo Amorim, afirmou que o déficit é ainda maior que o admitido pela companhia. “Nas nossas contas, faltam entre 750 e 800 funcionários”, revelou.
De acordo com Amorim, o problema atrapalha o serviço prestado aos usuários: “As catracas ficam liberadas por falta de servidores. Também não temos como atender a emergências médicas ou oferecer segurança ao público”.