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Catraca livre no metrô. Por falta de funcionários nas bilheterias, passageiros ganham viagens de graça

Problema causa prejuízo de R$ 120 mil mensais ao sistema e tem impacto no preço da passagem. Segundo a empresa, é preciso contratar 320 novos servidores

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Metrô
1 de 1 Metrô - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Muitos usuários do transporte público têm ganhado viagens gratuitas no metrô do DF. Mas não é promoção nem golpe. Em algumas estações simplesmente não há funcionários nas bilheterias para atender os passageiros que querem comprar a passagem. O jeito é liberar a catraca para todos. A empresa alega que precisa de pelo menos mais 300 servidores para resolver o problema. A utilização gratuita do sistema causa um prejuízo de R$ 120 mil por mês, o equivalente a R$ 1,4 milhão por ano.

O prejuízo tem impacto no valor da tarifa paga pelos usuários. Em outubro do ano passado, o Governo do DF reajustou as passagens de R$ 3 para R$ 4 alegando que precisava reduzir o subsídio do Executivo para o funcionamento do sistema em cerca de R$ 5 milhões mensais. Sem o reajuste, o Metrô complementava a operação dos trens com R$ 246 milhões anualmente.

Especialista em transporte público, o consultor e economista Antônio Lopes Almeida destaca que todos os prejuízos acumulados pelo sistema entram no cálculo do preço da passagem. “Muitos gestores pecam e preferem aumentar as tarifas do que resolver os problemas. Não conheço a situação do metrô, mas às vezes um simples remanejamento pode ajudar. É uma questão de gestão. É mais uma forma de escorrer o dinheiro de um sistema que já não se paga e precisa de subsídios”, lamenta.

A estudante Laura de Souza Silva, de 18 anos, conta que, frequentemente tem usado o metrô sem pagar a passagem. “Chego na estação e os seguranças dizem que está liberado. Já aconteceu várias vezes”, relata a jovem. A última vez foi neste domingo (17/1), na estação Feira do Guará. “Estava voltando para casa, em Águas Claras. Não tinha funcionário na bilheteria e a catraca estava liberada”, contou.

Segundo a assessoria do Metrô-DF, a companhia necessitaria de pelo menos mais 300 funcionários para que as atividades fossem realizadas de forma plena. Em nota, a empresa afirmou que a liberação das catracas ocorrem nos chamados horários de vale, quando o movimento é menor, e em estações de pouca circulação.

Limite de gastos
A companhia informa, ainda, que já pediu ao GDF a convocação de 320 servidores aprovados no último concurso. Porém, a nomeação não ocorre por causa do limite de gastos do governo, controlado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Desde o ano passado o governo local ultrapassou os limites de gastos previstos com despesas de pessoal.

Segundo o Sindicato dos Metroviários do DF (Sindmetrô), além do déficit de pessoal está suspenso o pagamento de horas extras. “A situação é grave e precisa ser resolvida rapidamente”, defende Quintino dos Santos Sousa, diretor do Sindmetrô.

Em setembro do ano passado, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) , ministro Barros Levenhagen, suspendeu decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) que determinava a contratação dos candidatos em 60 dias. A decisão do TST referenda um pedido da Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) e do Metrô-DF. A alegação é que a contratação dos aprovados no concurso causaria impactos negativos na economia do DF.

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