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Tesourinhas do Plano Piloto serão interditadas por conta de temporais

Ações serão emergenciais e atingirão aquelas que tiverem risco de alagar, como foi o caso da 209 Norte, no último domingo (21/04/19)

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Tesourinha da 211 Norte
1 de 1 Tesourinha da 211 Norte - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Emergencialmente, para evitar novos danos causados pelas chuvas, o Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu, nesta segunda-feira (22/04/19), interditar as tesourinhas do Plano Piloto que corram risco de alagamento sempre que houver um temporal. A medida surge após a tempestade desse domingo, que castigou o DF. Caso ocorram novas precipitações nas próximas horas, serão fechadas as passagens da 202, 203, 209, 210 e 711 Norte.

Além disso, o governo reativará as equipes de plantão da Novacap para atender as ocorrências de emergência. A médio e longo prazos, o GDF decidiu revisar a licitação de atualização do sistema de drenagem das chuvas. As medidas foram anunciadas durante coletiva de imprensa, nesta segunda, pelo governador em exercício, Paco Britto, ao lado de secretários e presidentes de empresas públicas.

Segundo o Executivo, as tesourinhas mais problemáticas são as da 402 Norte, 110 Norte, 109 Norte e 406 Norte. Paco explicou que a interrupção será feita conforme o clima. Em caso de chuva forte, equipes do Detran serão deslocadas para o ponto. Os agentes irão bloquear o acesso às vias.

“Terá obstrução caso haja novas chuvas. O Detran já está em alerta”, afirmou o vice-governador. A Polícia Militar (PMDF) também poderá ser mobilizada para as interdições. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, nesta segunda, há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Os servidores da Novacap serão destacados para ações como podas, retirada de árvores caídas e desobstruções de bocas de lobo.

Veja estragos causados pelas chuvas de domingo:

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No entanto, a solução para os alagamentos está longe de acontecer. Um projeto de drenagem para o Plano Piloto e Taguatinga é prometido por diferentes gestões há cerca de 10 anos. No governo de Agnelo Queiroz (PT), foi lançado o Águas do DF, mas a licitação foi interrompida pelo Tribunal de Contas (TCDF). No de Rodrigo Rollemberg (PSB), o Drenar DF também não saiu do papel.

O orçamento para a atualização da rede é de R$ 173 milhões. No entanto, o TCDF identificou indícios de irregularidades e cobrou explicações do governo. Segundo o órgão de fiscalização, a resposta foi dada em 16/04/2019 e está em análise pelo corpo técnico. Agora, o Executivo acredita que terão de ser feitos novos estudos.

“Terá que ser feita uma nova licitação, um novo projeto, porque a população cresceu. Nós temos muito mais pessoas hoje do que quando Brasília foi construída. E como a licitação está parada desde 2008, ela tem que ser totalmente readequada”, justificou Paco Britto.

De acordo com o secretário de Obras, o processo está sendo revisado lote a lote. “O projeto de Taguatinga tem como salvar e manter a licitação existente com as adequações, mas o do Plano Piloto tem muitos problemas. Provavelmente, nesse caso, vamos ter que lançar uma nova licitação”, explicou. Para ele, a construção do Estádio Nacional Mané Garrincha contribuiu para o alagamento na Asa Norte. “Com certeza”, cravou.

Assista aos vídeos do momento do temporal:

Veja vídeos da chuva forte na Asa Norte:

Ações emergenciais
Segundo o balanço do GDF, foram feitas 37 ações para conter os danos do temporal de domingo. Foram registradas quedas de árvores em sete pontos de Brasília. Ao mesmo tempo, houve cinco grandes alagamentos. Foram contabilizadas 11 inundações no Distrito Federal.

Na conta dos estragos, encontram-se a Rodoviária, a estação Central do Metrô e o Buraco do Tatu. Ondas de lama atrapalharam o trânsito nas proximidades do Hospital Sarah Kubitschek. Foram severamente afetadas a 211, 214, 415, 406 e 409 da Asa Norte.

Em função da queda de árvores, parte da W3 Norte precisou ser interditada. Segundo o governo, a via será liberada até o final da tarde desta segunda-feira. “A coisa mais grave foi a queda das árvores”, avaliou Paco Britto. Por isso, o governo está restabelecendo as equipes de plantão da Novacap em caráter definitivo. Também foram interditados quatro trechos no Plano Piloto.

Árvores caíram entre os blocos O e N da 411 Norte:

A tempestade atingiu a capital por volta das 16h. Árvores caíram, tesourinhas ficaram alagadas e a falta de energia atingiu Asa Norte, Asa Sul, Lago Sul e Santa Maria, entre outras áreas. Por conta do aguaceiro, o Aeroporto Internacional de Brasília passou a operar por instrumentos. Decolagens e voos ficaram suspensos por cerca de 20 minutos. A Estação Central do Metrô, na Rodoviária do Plano Piloto, também ficou fechada por duas horas.

A Subsecretaria do Sistema da Defesa Civil informou que foi acionada para ao menos sete ocorrências decorrentes dos estragos causados na Zona Central e na Asa Norte. O órgão estima que os ventos chegaram a mais de 70 km/h. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 26 milímetros em apenas duas horas de tempestade. No acumulado do mês, já são 292 mm, mais do que o dobro do previsto para abril inteiro.

Segundo a CEB, houve três ocorrências gerais de falta de energia em todo o DF. Às 16h32, uma árvore na rede ocasionou o desligamento do circuito que atende o Lago Sul, com restabelecimento às 2h04. Na Asa Norte, as quadras 211 a 216, 411 a 416 e SGANs 610 a 612 ficaram sem luz das 17h05 às 20h20. Em Santa Maria e no Condomínio Porto Rico, um cabo danificado ocasionou o desligamento do circuito que atende a área, das 16h19 às 18h06.

Veja mais vídeos do temporal:

Na Asa Norte, uma árvore de grande porte caiu na avenida W3 e deixou o trânsito obstruído por alguns minutos. Veja:

Na 309 Norte, o supermercado Pão de Açúcar ficou parcialmente ilhado. Um vídeo feito por um cliente mostra uma cascata de água caindo sobre palets carregados com caixas de cerveja. Assista:

Cratera
No Setor Bancário Sul, a força da água fez uma cratera abrir no solo, o que resultou em estragos no subsolo de um edifício comercial.

HRAN
O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) também sofreu com a chuva:

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