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Suspeita de crime sexual: Rubiana correu nua antes de ser morta

Testemunhas dizem ter visto a vítima nessa situação em prédio no Guará. Delegado afirma que suspeitos presos mentem sobre a dinâmica do caso

atualizado

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Jak Spies/Metrópoles
Caso-Rubiana-Presos
1 de 1 Caso-Rubiana-Presos - Foto: Jak Spies/Metrópoles

Os três suspeitos de participarem da morte de Rubiana Rosa dos Santos, de 44 anos, foram presos na manhã desta segunda-feira (04/11/2019). Uarlei Alves de Lima, 29, e Wilson Rodrigues Amodeu, 37, estavam no mesmo prédio na QE 40 do Guará onde a polícia encontrou o corpo da mulher no último dia 21 de outubro. Já Danúbia Mangueira de Santana, 23, se encontrava em um hotel em Samambaia.

O que mais causou estranheza, segundo o delegado-chefe da 4ª Delegacia de Polícia (Guará), João Maciel Claro, que cuida do caso, está no fato de eles estarem bebendo juntos. “Disseram que Rubiana estava no telhado, falando em suicídio, não deram atenção e foram dormir. Mas não a procuraram no dia seguinte”, aponta o policial.

A mulher foi encontrada morta por funcionários de uma oficina. Rubiana estava dentro de um tanque do estabelecimento. De acordo com o delegado, um dos presos chegou a mencionar a motivação do crime.

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“Disse que houve uma tentativa de crime sexual e a vítima reagiu”, diz João Maciel. A certeza da violência sexual virá com o resultado dos laudos. De acordo com o policial, há testemunhas que afirmam ter visto a vítima correndo nua no prédio entre a noite de 19 de outubro e a madrugada do dia 20.

“Quando encontraram o corpo, eles desapareceram, o que é muito duvidoso”, afirma o delegado. Assim, a suspeita de crime sexual é cada vez maior. “Ela ficou uma vez com o Uarlei, não havia uma relação. Temos provas de que Rubiana não queria mais”, diz João Maciel. “Talvez isso tenha motivado o crime, mas, como os suspeitos mentem descaradamente, não chegamos a uma conclusão ainda”, conta.

Prisões preventivas

Os três suspeitos foram presos preventivamente. De acordo com o delegado, há a certeza de que houve um crime entre a noite do dia 19 e a madrugada de 20 de outubro. A partir de agora, novas testemunhas serão ouvidas para que a polícia saiba a dinâmica do que aconteceu.

“Todos os suspeitos mentem muito. Wilson coloca a culpa no Uarlei. Acredito que, no momento do fato, os três podem ter agido. Eles negam a discussão que ocorreu antes da morte, mas há testemunhas de que houve esse bate-boca”, aponta o policial.

“Em certo ponto, um deles disse que foi correndo avisar que Rubiana ameaçava pular do prédio. Entretanto as filmagens mostram ele andando normalmente”, destaca o delegado.

João Maciel falou também sobre o motivo de Rubiana estar lá no dia da morte: “Os amigos disseram que iam fazer um macarrão”, explica o delegado. De acordo com o delegado, no intervalo de uma hora entre a discussão e a queda de Rubiana, os três estavam no prédio. “Eles sabem o que aconteceu”, afirma o delegado.

De acordo com o delegado, a hipótese de suicídio segue praticamente descartada. A perícia afirmou que ela morreu com a queda. “Os suspeitos vieram com o depoimento montado para que a polícia acreditasse que havia sido um suicídio”, afirma o delegado.

Veja os vídeos obtidos pela polícia:

Casal

Além de Wilson e Uarlei Alves de Lima, que estão presos preventivamente, a polícia acredita que a companheira de Wilson, Danúbia Mangueira de Santana, também estava no local do crime. Ela acabou detida em um hotel em Samambaia.

Uarlei já tinha passagem por receptação e Wilson, por violência contra mulher (Lei Maria da Penha). O delegado informou que pediu a prisão dos suspeitos após analisar mais de 30 horas de gravações de câmeras de segurança do prédio onde ocorreu o crime e a partir das contradições apresentadas pelos envolvidos na DP.

O casal estava desaparecido desde a data do crime e se apresentou aos policiais da 4ª DP na quinta-feira (24/10/2019), para prestar depoimento. A versão narrada pela dupla, no entanto, não convenceu as autoridades policiais, que praticamente descartaram a hipótese de que Rubiana tenha sofrido um acidente.

O delegado João Maciel explicou que o casal é proprietário do imóvel onde Rubiana esteve. “Ainda não sabemos como tudo aconteceu. Descobrimos que eles são donos do apartamento onde a vítima estava. Tiveram uma discussão 30 minutos antes da morte”, explicou.

“Ela caiu em pé e teve fratura exposta no tornozelo. Pode ter escorregado também, parece que se segurou nos grilhões e nas telhas na descida. A queda foi muito rente ao prédio. Seria difícil uma pessoa jogá-la de lá, a queda seria mais afastada”, completou o investigador.

Na oficina

Edilson Gonçalves, 40, dono da oficina, contou ao Metrópoles que chegou ao local por volta de 7h50 e se espantou quando viu o corpo: “Abrimos a porta para ligar o compressor, que fica na parte de peças, e me deparei com a telha quebrada. Achei que era uma pedra que poderia ter caído por causa da obra”, lembra.

“Quando olhei para o chão, vi o corpo dentro do tanque de lavar peças. Na hora, acionei a polícia e os bombeiros. Estou chocado”, afirmou o empresário, no dia da morte da mulher. Vizinhos relataram ter escutado um barulho muito alto no sábado (19/10/2019) à noite, por volta das 23h.

Amigos que estiveram no local disseram à reportagem que Rubiana fazia acompanhamento psicológico e tomava remédios contra depressão. Mãe de três filhas, estava separada havia dois anos e tinha um namorado.

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