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Grupo “Elas” cria calendário para apoiar pequenas empreendedoras

A previsão de lançamento é 8 de março de 2020, Dia Internacional da Mulher. Valor será R$ 30. Renda vai ajudar duas empresárias

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Elas + projeto de empoderamento feminino
1 de 1 Elas + projeto de empoderamento feminino - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Aos 60 anos de idade, a vontade de ser fotografada e virar modelo despertou para a servidora aposentada Eronildes Pio. Sem medir esforços e deixando a timidez de lado, a mulher pediu ajuda à irmã para vivenciar a experiência. “Comecei a fazer um trabalho de reposição hormonal e isso mudou muitas coisas na minha vida. Meu corpo, minha pele, os cabelos, as unhas e a vontade de viver. Nesse clima, indaguei a minha irmã sobre o que eu podia fazer para ser modelo na melhor idade”, comentou Eronildes.

Foi nesse momento que a produtora Eloia Moreira, 56, tomou posse da situação e decidiu criar o “Elas”. Trata-se de um grupo de mulheres na capital da República com o objetivo de disseminar o empoderamento feminino. E também realiza atividades diversificadas para que as integrantes possam compartilhar experiências e ajudar umas às outras.

A iniciativa lançará, no ano que vem, um calendário em que as modelos serão elas próprias. A finalidade vai além de aumentar a autoestima: também tem cunho social. A verba arrecadada com a venda da publicação será doada para duas pequenas empreendedoras. Uma costureira e uma vendedora de dindins receberão apoio.

A diversidade entre as participantes do projeto chama atenção. Além das idades variadas, entre 19 e 82 anos, as integrantes têm perfis distintos. Segundo Eloia, o Elas começou nas redes sociais, num grupo de WhatsApp, em maio deste ano. Desde então, une e empodera mulheres do Distrito Federal.

A produtora comenta que perdia muitas amigas para a depressão e entendeu que precisava apoiá-las. “Com as conversas e o contato, as pessoas saem da dor e começam a viver. Eu mesma já tive momentos de terror e pânico. Isso passou e o grupo me fortalece muito. Começamos os trabalhos com sete participantes. Hoje, estamos com 147 mulheres”, diz.

Acolhimento

As imagens das mulheres que inspiram o calendário serão guias na luta do grupo e base para discutir temas e gerar perspectivas de vida. “Nós temos um leque de integrantes que estavam se acabando em função de depressão por conta da solidão”, aponta Eloia.

“Juntei a necessidade em ter um acolhimento com a vontade de se mostrar e agora estamos aqui divulgando os nossos trabalhos, trocando informações de interesse do universo feminino, fazendo cursos e apoiando umas às outras com muito amor, atenção e carinho”, explica a produtora.

“Considero o projeto e o ensaio divisores de águas. É uma mudança muito radical. Quando elas começam a se olhar e se ver, a reação é muito positiva. Nós queremos auxiliar pessoas a ter uma visão mais nobre delas mesmas”, acrescenta.

 

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Ensaio fotográfico

Ser modelo nunca passou pela cabeça da psicóloga aposentada Djanira Cândida dos Santos. Aos 70 anos, ela topou a primeira experiência de ser fotografada profissionalmente. “Não queria participar, pois achava que não ficava bem nas imagens. Depois que aceitei a proposta, adorei tudo. Foi um dia único. Me sinto valorizada como mulher.”

Após ter trabalhado quase 42 anos como psicóloga, Djanira queria deixar um pouco a profissão de lado. Assim, achou que teria como contribuir com o grupo. “Quando aceitei fazer parte, descobri que tinha tudo a ver comigo. Eu sempre fui de dividir. A minha expectativa está sendo totalmente atendida. Eu sempre estou disponível, como elas estão também.”

Para a fotógrafa Alexandra Paz, 45, o convite para participar do calendário veio como um presente. “A proposta é extremamente enriquecedora. A cada clique, a gente percebe o quanto elas se despertam e se enxergam de uma forma que, até então, não se percebiam. É profundamente engrandecedor”, conta Alexandra.

Ela também passou por um problema pessoal recentemente e o grupo a ajudou muito. “São histórias de vida e de vitórias que impressionam e motivam. A minha mãe passou por todo um processo de tratamento após um câncer de mama no ano passado. No grupo, eu consegui falar sobre o assunto. Algo que ainda estava engasgado em mim”, diz a fotógrafa.

“Elas são muito acolhedoras. Qualquer momento do dia, prontamente, estão disponíveis. Enquanto mulher, tenho me enriquecido a cada dia. Uma experiência fantástica”, elogia Alexandra.

Ao saber da empreitada da amiga Eloia, a servidora aposentada Sandra Lucena, 56, topou de primeira entrar para o Elas. “O objetivo principal é fazer com que todas sejam auxiliadas e nunca se sintam só. Compartilhem o que gostam de fazer”, aponta.

Sandra coloca o próprio exemplo à disposição. “Eu sempre gostei de culinária e, hoje, faço uma gastronomia funcional voltada para o bem-estar. Adoro dividir isso com as meninas. É a minha contribuição para o grupo. Faço os meus experimentos e elas adoram experimentar. É o meu hobby.”

Para fazer parte do grupo e obter mais informações sobre o Elas, basta entrar em contato com Eloia pelo número de telefone (61) 98134-0755.

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