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Só neste ano, polícia registrou 50 assaltos a motoristas de app no DF

Nesta terça-feira, a PCDF deflagrou operação e prendeu sete criminosos que agiam com violência para roubar carros das vítimas

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
PRESODPE
1 de 1 PRESODPE - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

Os ataques a motoristas de aplicativos têm sido cada vez mais constantes. Somente neste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal registrou 50 ocorrências dessa natureza. Em todo o ano de 2018, foram 90 casos que chegaram às delegacias. Nesta terça-feira (14/05/2019), a corporação prendeu criminosos que tinham como alvos condutores de app.

Os números acenderam o radar da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), que prendeu sete criminosos em Samambaia, Sobradinho, Taguatinga e no Guará. Segundo o coordenador da unidade policial, delegado André Leite, os suspeitos não integram uma quadrilha, mas agiam da mesma forma em cidades diferentes.

“Passamos a monitorar as regiões e conseguimos alcançar os autores. As prisões durante este ano serão sistemáticas no sentido de coibir esses crimes”, alertou André Leite. Um dos alvos mais frequentes dos bandidos é Samambaia, onde eles atacavam os motoristas sempre durante a madrugada. Depois de chamar o condutor para uma corrida, roubam os veículos das vítimas.

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“A polícia ainda investiga o destino desses carros. Muitos foram recuperados, mas sabemos que há um mercado de adulteração e receptação. Vamos apurar essa outra rede de receptadores que atua no DF”, destacou o delegado.

A maioria dos presos já têm antecedentes criminais por delitos contra o patrimônio. A polícia identificou 13 autores e a autoria de, pelo menos, nove. Há participação de dois adolescentes. “Eles são agressivos, algumas vítimas foram agredidas com socos. Fazem uso de facas e armas”, detalhou o delegado da Corpatri Renato Lourenço.

Além de três mandados de prisão preventiva, seis de temporária, a Justiça expediu 10 de busca e apreensão. Ainda de acordo com o delegado, os investigados responderão pela prática do crime de roubo, com pena de quatro a 10 anos. “Alguns terão essa pena aumentada de um terço até a metade. Nos casos em que foi usada arma de fogo, poderá incidir, ainda, um aumento de dois terços”, acrescentou.

Nos últimos dias, pelo menos dois casos de assaltos a motoristas de aplicativo chamaram a atenção. O primeiro registro, numa quarta-feira (25/04/2019), ocorreu no Recanto das Emas. A vítima viveu momentos de terror após ser assaltada e levar uma coronhada. O homem contou aos policiais militares que foi atender a uma solicitação de viagem e, ao chegar ao local, acabou rendido por três suspeitos.

O motorista, de aproximadamente 30 anos, foi abandonado na via principal da região administrativa, próximo à Quadra 300. O drama só teve fim após militares do Grupo Tático Operacional do 27º Batalhão (Gtop) da Polícia Militar receberem informações sobre o roubo. Eles iniciaram a busca pelo carro, um VW Gol branco, que foi localizado trafegando em alta velocidade com o trio. Entre eles, um homem de 22 anos e dois adolescentes, de 16 e 17.

Após perseguição policial, o veículo foi interceptado e os envolvidos acabaram detidos. Durante as buscas no interior do automóvel, os militares encontraram o revólver calibre .38 com quatro munições intactas, usado no assalto. O carro foi recuperado e devolvido ao proprietário, que estava bastante abalado.

Quadrilha
Na última sexta-feira (10/05/2019), a PCDF prendeu uma quadrilha que roubava veículos e motoristas de aplicativo. O grupo de cinco homens foi detido por policiais da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II). Eles têm idades entre 18 e 38 anos. A PMDF também auxiliou na prisão dos criminosos.

O bando foi pego após denúncia de uma mulher que solicitou o serviço de transporte por aplicativo. A passageira, que ainda não havia entrado no veículo, viu o grupo render o motorista com uma arma de fogo e informou a polícia. Segundo a corporação, os homens sequestraram, agrediram e amarraram a vítima.

 

“Após 40 minutos de tortura, os criminosos soltaram o motorista em um matagal. Na delegacia, todos confessaram o crime”, contou o delegado-chefe da 35ª DP, Laércio Carvalho. Com eles, a polícia encontrou celulares e um carro modelo Ford Ka, que pertencia a uma locadora. Também foram achados R$ 480 e o veículo do motorista de aplicativo, um Fiat Gran Siena.

Aos policiais, eles afirmaram que haviam usado drogas e que queriam dinheiro para comprar mais entorpecentes. De acordo com a PCDF, “a maioria dos envolvidos na quadrilha são moradores do Lago Oeste, em Sobradinho, e possuem várias passagens por roubos, furtos e outros crimes”.

Susto
Funcionário de um aplicativo, Everson Costa (foto em destaque), 33 anos, já ficou na mira de bandidos. Ele conta que aceitou uma viagem de Vicente Pires para o Setor O, em Ceilândia, há oito meses. Ao chegar no destino indicado deixou o seu passageiro e recebeu nova chamada a 600 metros do endereço.

“Era por volta de 1h. Como estava próximo, resolvi aceitar. Quando eu parei o veículo, dois homens entraram armados, me deram coronhadas e pediram para eu seguir até Brazlândia”, disse Everson.

Andre Borges/Especial para o Metrópoles
“Foram momentos horríveis. Achei que não voltaria vivo para casa”, disse Everson Costa

 

Ainda segundo o motorista, os homens eram violentos e o agrediram. “Me deixaram às margens da estrada e roubaram todos os meus pertences. Levaram até a minha roupa. Eu saí correndo para um matagal e eles chegaram a atirar, mas nenhum disparo me atingiu. Foram momentos horríveis. Achei que não voltaria vivo para casa”, acrescentou.

 

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