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Sem tíquete desde janeiro, vigilantes do TJDFT recorrem a “bicos”

O pagamento do benefício continua suspenso desde que venceu a Convenção Coletiva do Trabalho da categoria

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Fachada TJDFT
1 de 1 Fachada TJDFT - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Desde janeiro deste ano, 254 vigilantes que prestam serviço para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) estão sem receber o tíquete-alimentação. O benefício deveria ter sido pago pela empresa terceirizada, responsável pela contratação dos funcionários, a Multiserv, mas está suspenso por uma pendência legal. Muitos trabalhadores estão precisando recorrer a “bicos” para não faltar comida à mesa.

O tíquete não é repassado desde que venceu a Convenção Coletiva do Trabalho da categoria, no dia 31 de dezembro de 2017. No início de fevereiro, o Metrópoles chegou a contar o drama dos empregados. Na época, quase 400 funcionários do TJ e outros órgãos, como Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Ministério do Esporte, haviam perdido o benefício.

Enquanto os vigilantes, que prestam serviços para o Poder Judiciário, enfrentavam a penúria, os magistrados do país travavam uma “luta”, conforme definição da própria Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), para manter o auxílio-moradia de R$ 4,3 mil mensais.

De lá para cá, a Brasfort passou a pagar o tíquete. A Multiserv, ainda não. Uma das colaboradoras da empresa diz estar há sete meses sem o benefício. Segundo informou a trabalhadora, o benefício também não teria sido repassado durante o período de férias. Para ela, a situação mais grave é dos que trabalham durante os cinco dias da semana, na escala 5×2, e não conseguem arrumar uma renda extra.

Um dos funcionários, sob condição de anonimato, devido ao medo de uma possível retaliação da empresa, diz ter recorrido a “bicos” para complementar a renda de casa. Ele afirmou trabalhar como serralheiro aos fins de semana, pois o dinheiro faz muita falta dentro de casa. “É uma renda a mais. É dele [do tíquete-alimentação] que sai a comida da minha família. Prejudica muito no fim do mês”, desabafa.

Conforme relato de outro vigilante, a empresa ameaça demitir ou trocar de posto os profissionais que reclamarem da situação. Ele também protestou contra a demora no pagamento. “Para não passar fome, somos obrigados a fazer compras usando dinheiro de outras finalidades e, consequentemente, sofremos uma redução salarial”.

De acordo com o diretor de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF), Gilmar Rodrigues, os valores são de R$ 540 para os profissionais com escala 12×36 e de R$ 700 para os colaboradores que trabalham durante os cinco dias da semana.

A indefinição, segundo o sindicalista, é por conta do impasse em torno da convenção. Rodrigues afirma que já foram mais de 20 rodadas de negociação com os patrões e, agora, as tratativas estão sendo comandadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). “É pura intransigência dos donos de empresas. A categoria está perdendo muitos benefícios”, pontua.

Outro lado
Segundo informou em nota, o TJDFT está aguardando a publicação da nova Convenção Coletiva, com essa previsão de pagamento, a fim de providenciar o repasse dos devidos valores, uma vez que tal medida depende de embasamento legal.

Já o proprietário da Multiserv, Luiz Gustavo Barros, confirmou que os funcionários estão sem receber o tíquete. Mas, de acordo com ele, “em decorrência da nova legislação trabalhista, a empresa não tem mais a obrigação de pagar o benefício aos empregados”.

 

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