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Mais segurança. Pais e alunos de colégio em que servidor foi assassinado enquanto esperava os filhos protestam

Além de policiamento, pais, alunos e professores cobram mudanças na lei da maioridade penal, já que suspeito do crime seria um adolescente

atualizado

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1 de 1 AqTPpvf7gSGDz1Zw5cMF81k6QsauohqFAr6uf-BjCEbu (1) - Foto: Mirelle Pinheiro/Metrópoles

Alunos e professores do Colégio Rogacionista participaram na manhã desta quinta-feira (4/2), na QE 38 do Guará II, de uma manifestação pedindo mais segurança no local. Na terça (2), Eli Roberto Chagas, de 51 anos, morreu na porta da escola enquanto esperava os filhos. Ele levou dois tiros e teve o carro roubado. Moradores e familiares da vítima também reforçam o protesto. Segundo dados da Secretaria de Segurança, o número de homicídios no Guará mais do que dobrou entre 2014 e 2015, passando de seis para 16 ocorrências.

O protesto foi aberto com uma oração. A ideia inicial era seguir em caminhanda pelo Guará até o 4º Batalhão da Polícia Militar, que fica a cerca de dois quilômetros da escola, mas os organizadores desistiram e encerraram a manifestação na própria porta da escola. Eli foi enterrado nessa quarta (3), num clima de comoção e indignação. O carro roubado foi localizado no mesmo dia do crime, mas o assassino – um menor que estaria com o uniforme de um outro colégio – ainda está foragido.

O padre e diretor da escola, Ademar Tramontin, explicou que país e alunos ainda estão assustados. “Muitos não vieram hoje. Há tempos pedíamos um reforço na segurança”. “Os professores estão orientados a ajudar e acolher esses alunos. Psicólogos estão de prontidão. Ex-alunos também se voluntariaram para ajudar no que for preciso”, completou.

Carlos Roberto chagas, primo do Eli, representou a família, que ainda está em choque. Ele contou que não aceita o que aconteceu: “Nossa família está destruída. Ele tinha dois filhos que precisavam dele. É um absurdo. Agora nós temos que focar presos em nossas casas e os bandidos soltos.” Chagas disse que a família ainda não sabe se os filhos de Eli terão condições de voltar a estudar na escola. “Vai sempre passar um filme na cabeça deles”.

Maioridade penal
Pai de alunos do rogacionista e organizador do movimento, Luciano Lima ressaltou que além de pedir mais segurança, o protesto tem o objetivo de alertar a sociedade e os parlamentares sobre a necessidade de se alterar a maioridade penal. “Isso precisa ser mudado. Menores têm que ser punidos pelos seus crimes”, destacou.

A bancária Monica Penna, é ex-aluna da escola e tem um filho matriculado na unidade: “A gente se assusta muito porque começamos a pensar na nossa rotina. Quantas e quantas vezes não parei meu carro ali. Hoje em dia não sabemos qual é o limite desses criminosos. No dia do crime meu filho escutou os tiros e ligou pro pai pedindo para não ir buscá-lo. Ficamos desesperados”.

A capitã da PM Cristiane Caldeira, responsável pela região, conta que “reforçamos o policiamento inclusive durante os horários de entrada e saída da escola. Foi uma fatalidade o que aconteceu”. Quatro viaturas, quatro motocicletas e uma unidade móvel da PM estão em frente ao colégio para acompanhar o protesto. Dez policiais militares também foram acionados.

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Comando do 4º Batalhão recebeu pais, professores e moradores*Mirelle Pinheiro/Metrópoles**

 

No batalhão
Um grupo de manifestantes foi recebido no 4º Batalhão da Polícia Militar. Os policiais apresentaram as estatísticas de crimes no Guará para a comunidade. Houve aumento no número de homicídios, roubo em coletivo, furto a transeunte e tráfico e uso de drogas na cidade.

Está sendo feito o melhor trabalho possível para garantir a segurança da comunidade. Porém, temos alguns empecilhos como o baixo efetivo das polícias e o alto índice de trotes que registramos nessa região. Fizemos apostilas, estamos abordando ônibus, prendemos traficantes. A interação entre os órgãos de fiscalização facilitou nosso trabalho. Mesmo com a redução de efetivo, apresentamos resultados bons com relação à redução de crimes.

Coronel André Luiz

“É importante alertar os moradores também sobre algumas medidas de segurança. Está me preocupando o fato de mães de alunos chegarem antes do horário e aguardarem os filhos por mais de 20 minutos dentro do carro”, disse o coronel André Luiz. “É orientação para os policiais do batalhão de trânsito e os demais para ter atenção redobrada nas áreas das escolas. O policiamento já era feito de forma efetiva. Agora, vamos reforçar ainda mais”, explicou. “Nós perdemos o sono aquela noite”, disse o coronel se referindo ao crime.

Moradores do Guará começaram uma mobilização nas redes sociais e organizam uma caminhada pela paz no sábado (6). A saída está prevista para as 8h, na administração regional da cidade.

 

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