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“Ficou um vazio”, diz esposa de segurança morto a tiros por PM

Érica Carvalho estava em um relacionamento estável com Kássio Souza havia três anos. Eles têm uma filha, e ela está grávida de 3 meses

atualizado

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Reprodução
kássio e erica
1 de 1 kássio e erica - Foto: Reprodução

A esposa do vigilante Kássio Enrique Ribeiro de Souza, 32 anos, morto por um policial militar do estado de Goiás durante uma festa no Gama, na madrugada deste domingo (23/10), ainda tenta entender a tragédia. “Estou péssima. Ele era a base da nossa casa. Um bom pai, um bom esposo. De repente, tiraram tudo isso de nós. Ficou um vazio, estou péssima”, desabafou Érica Carvalho.

Ela conta que vivia em uma união estável com Kássio, mais conhecido pelos amigos como Kadu, havia três anos. O casal tem uma filha, de 2 anos, e Érica está grávida de três meses. De acordo com a esposa, ele trabalhava como vigilante desde que era mais novo e nunca teve problemas com a profissão antes: “Ele levava muito a sério”.

A mulher explicou ao Metrópoles os fatos da madrugada em que o marido foi morto. Segundo Érica, o policial militar Yuri Rafael Rodrigues da Silva Miranda, responsável pelos disparos, estacionou no gramado da casa de festas Millenium, o que é proibido.

Reprodução/WatsApp
Corpo de Kadu coberto

“Kássio pediu para o policial se retirar, mas ele resistiu. Kadu voltou a pedir e os dois se alteraram”, conta Érica. Ela afirma que, nesse momento, o marido virou as costas para pegar o rádio e chamar reforço de outro vigilante. Então, Yuri disparou cinco vezes. A esposa do segurança também confirma que a mãe do marido, Iberenice Ribeiro, trabalhava no local e viu toda a ação.

O policial militar alegou legítima defesa. Segundo a mulher, ele teria fugido da casa de eventos e se apresentou à 14ª Delegacia de Polícia (Gama). Prestou depoimento e foi liberado. “Falou que foi legítima defesa e está, infelizmente, solto para tirar a vida de outro pai de família”, desabafa a mulher de Kadu.

À reportagem, o advogado do cabo Yuri, Sérgio Amaro, disse que conversou com seu cliente e que ele nega ter ingerido bebida alcoólica. “Ele está muito abalado e não consegue falar muito neste momento”, afirmou, na manhã de domingo (23).

Amaro confirmou que o policial militar se apresentou na delegacia e entregou a arma (uma pistola .40) para ser periciada. De acordo com a ocorrência, ele também entregou o simulacro de arma, que teria sido utilizada por Kássio.

Uma das testemunhas, no entanto, nega que o segurança portasse qualquer equipamento do tipo. A esposa de Kássio também afirma que ele não tinha simulacro. “Só andava com o rádio durante o serviço.”

Tortura em Valparaíso
O policial militar Yuri Rafael Rodrigues da Silva Miranda está lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar de Goiás, na cidade de Novo Gama (GO). Esta não é a primeira vez que ele se envolve em problemas judiciais. Em 2014, ele foi denunciado pelo Ministério Público do estado, acusado de abuso de autoridade e pela tortura de três mulheres.

Segundo a denúncia, Yuri e um grupo de outros quatro policiais queriam saber o paradeiro de um suposto criminoso na cidade de Valparaíso de Goiás (GO). O documento afirma que a equipe invadiu a casa da mãe do procurado e torturou três mulheres que estavam no local. Dois dos policiais teriam agredido as vítimas fisicamente, tentado asfixiá-las, e até as ameaçado de estupro com um cabo de vassoura.

Yuri foi denunciado por estar presente durante a situação e não ter feito nada para impedir os abusos. O Ministério Público pediu a suspensão do policial militar.

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