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Vigilante é morto por PM de Goiás em casa de festa do Gama

De acordo com testemunha ouvida pelo Metrópoles, o PM teria atirado cinco vezes contra a vítima, que o teria indagado sobre estacionamento irregular

atualizado

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Facebook/Reprodução
Kadu Souza
1 de 1 Kadu Souza - Foto: Facebook/Reprodução

Uma discussão entre um policial militar e um vigilante no estacionamento da Mansão Millenium, casa de festa localizada na Quadra 50 do Gama, acabou em morte na madrugada deste domingo (23/10). O cabo lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar de Goiás (PMGO) Yuri Rafael Rodrigues da Silva Miranda atirou contra Kássio Enrique Ribeiro de Souza, 26 anos, que trabalhava como segurança free-lancer em uma festa que acontecia dentro da mansão.

Um dos vigilantes da festa, que preferiu não ser identificado, viu o crime acontecer e contou o fato, com exclusividade, ao Metrópoles. De acordo com a testemunha, por volta das 5h40, Yuri estava à paisana, dentro de um carro que teria estacionado em local proibido ao chegar à festa. Ele e o motorista então teriam sido questionados por Kássio. De acordo com a testemunha, o segurança pediu a retirada do veículo.

Em seguida, ainda segundo a testemunha, o PM, que estaria bêbado no momento chamou o vigilante para uma briga, sacou a arma, e disparou cinco vezes contra a vítima. Um dos tiros acertou o rosto do rapaz. Kássio era casado e, além da esposa grávida, deixa um filha de 2 anos. A família mora no Jardim Ipê, em Luziânia (GO). O jovem era conhecido entre os amigos como Kadu.

Uma das testemunhas-chave diz que a mãe de Kadu estava no local no momento em que ele foi assassinado. A mulher também é vigilante e era responsável por fazer revistas femininas na festa. Ela viu o momento em que o filho foi atingido e entrou em desespero.

Reprodução/Whatsapp
Mãe com o filho morto nos braços: desespero

A Polícia Militar de Goiás informa que Yuri se apresentou na 14ª Delegacia de Polícia (Gama) após o crime, prestou depoimento e foi liberado. Na versão do policial, Kássio teria apontado um simulacro de arma no meio da discussão e, em função disso, ele fez o disparo. Porém, a testemunha nega. “Não portamos simulacro”, diz.

Advogado do cabo Yuri, Sérgio Amaro disse que conversou com seu cliente e ele nega que tivesse ingerido bebida alcoólica. “Ele está muito abalado e não consegue falar muito neste momento”, afirma. Amaro confirmou que o policial militar se apresentou na 14ª DP e entregou a arma (uma pistola .40) para ser periciada.

Erica Carvalho, que seria a esposa de Kássio, fez um desabafo nas redes sociais:

Gilmar Rodrigues, diretor do Sindicato dos Vigilantes do DF, garante que vai acionar a Polícia Federal nesta segunda-feira (24/10). “O serviço de vigilância nesta casa de festas era clandestino. A vigilância tem que ser feita por uma empresa especializada e não por free-lancer. Vamos pedir providências à PF”, assegura.

Não é a primeira vez que um crime desse tipo ocorre na casa de festa Millenium. Em 2012, um adolescente de 16 anos morreu ao ser alvejado por um tiro na cabeça no mesmo local. O assassinato aconteceu por volta das 4h e havia ao menos 600 pessoas no local. O atirador fugiu.

O Metrópoles não conseguiu falar com nenhum responsável pela casa de festas até a última atualização dessa reportagem.

Este é o segundo caso, em menos de 15 dias, no qual a ação de um policial resulta na morte de civis em festas do DF. No último dia 9, o agente da Polícia Federal Ricardo Matias Rodrigues atirou contra duas pessoas após uma confusão durante uma festa em um barco no Lago Paranoá. Um dos atingidos, Cláudio Muller Moreira, 47 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (região central do Plano Piloto).

 

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