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Saúde do DF confirma manutenção da vacinação de adolescentes de 14 a 17 anos

Apesar de recomendação contrária do Ministério da Saúde, GDF diz que não houve efeitos adversos em menores de idade e manterá imunização

atualizado

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Gustavo Alcântara/Metrópoles
Vacinação de jovens de 18 e 19 anos no DF
1 de 1 Vacinação de jovens de 18 e 19 anos no DF - Foto: Gustavo Alcântara/Metrópoles

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou a informação dada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) mais cedo, ao afirmar, nesta quinta-feira (16/9), que manterá a vacinação de adolescentes de 14 a 17 anos contra a Covid-19. Apesar de o Ministério da Saúde ter recomendado a suspensão da imunização de jovens menores de 18 anos, o governo local decidiu dar continuidade à campanha destinada ao grupo.

No início da tarde desta quinta, o governador distrital anunciou que a imunização de jovens de 13 anos começaria na sexta-feira (17/9). Pouco depois, Ibaneis informou que o início da vacinação desses adolescentes está suspenso até que seja realizada uma reunião com o Ministério da Saúde, prevista para ocorrer amanhã (17/9).

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta, o secretário de Saúde do DF, general Manuel Pafiadache, ressaltou que a capital federal não registrou efeitos adversos da vacina em adolescentes e que manterá a imunização deste público.

“Não tivemos nenhum tipo de consequência da vacina da Pfizer [nos adolescentes]. Não houve nenhum evento adverso nos nossos jovens que já foram vacinados.”

“Amanhã nós teremos reunião do comitê técnico do Ministério da Saúde, que é especialista. Em função da conclusão do comitê de vacinação do Ministério da Saúde é que nós vamos tomar alguma outra providência, mas ouvindo também a parte técnica”, enfatizou.

“O importante é que a vacina Pfizer é a única que contém registro mundial e que é recomendada para os adolescentes, e nós não abrimos mão de seguir essa orientação. A nossa preocupação foi colocar a Pfizer para os jovens em posto de vacinação exclusivos para eles”, declarou o secretário.

Vacinação não recomendada

Em entrevista coletiva na sede da pasta, em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, na tarde desta quinta-feira (16/9), que foram registrados cerca de 1,5 mil eventos adversos à vacina e atribuiu a suspensão da campanha ao que chamou de “desorganização” dos estados e municípios. Ele ainda afirmou que há casos em que imunizantes da AstraZeneca, Coronavac e Janssen foram aplicadas nesse público.

Em relação ao DF, o general Pafiadache disse que a pasta investigará o possível erro, mas que a secretaria acredita tratar de “questão de digitalização”. “A Secretaria de Saúde do Distrito Federal tomou medidas para evitar qualquer tipo de dificuldade na cobertura vacinal dos adolescentes do DF. Os nossos postos de vacinação eram exclusivos para os jovens e com a vacina Pfizer”, comentou.

“Nós temos um registro publicado pelo Ministério da Saúde constando que alguns jovens foram vacinados com outras vacinas que não Pfizer. Vamos investigar se isso não foi uma questão de digitalização ou alguma desatenção, mas nós vamos investigar, porque se tomou todas as medidas para que o jovem fosse para um posto de vacinação onde estava a Pfizer aguardando ele. Mas, de primeira ordem, está parecendo uma questão de registro equivocado. Mas nós vamos investigar”, afirmou.

Morte de adolescente em SP

Nesta quinta, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou o óbito de um jovem de 16 anos em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, após aplicação do imunizante da Pfizer contra a Covid-19. A pasta do estado, entretanto, comunicou que ainda investiga se há alguma relação entre a vacina e a causa da morte. O órgão destaca que “qualquer afirmação ainda é precoce e temerária”.

Ao comentar o caso, Divino Valero, subsecretário de Vigilância em Saúde, disse que a Secretaria de Saúde do DF aguarda “evidências científicas” antes de tomar novo posicionamento.

“O que está acontecendo do ponto de vista epidemiológico são rumores. Nem o estado de São Paulo se pronunciou com relação a isso. Então, nós precisamos de evidências científicas mais robustas e sistematizadas, para que essa secretaria, baseada nessas evidências, nessas documentações, possa tomar outros posicionamentos”, afirmou.

O secretário de Saúde do DF também comentou o ocorrido, e ressaltou o avanço da imunização do DF. Pafiadache chegou a comentar que, se o neto estivesse em Brasília, certamente iria para a fila de vacinação. Ele lamentou a morte do adolescente de São Paulo, mas garantiu que, no DF, não houve qualquer evento adverso entre os adolescentes.

“Como secretário de Saúde, eu lamento muito esse incidente [da morte do adolescente]. Estamos numa cobertura vacinal muito avançada. Queria propor uma reflexão: aqui no Distrito Federal, 88.705 adolescentes de 14, 15, 16 e 17 anos já se vacinaram, e nenhum evento adverso foi notificado. Será que a família não poderia considerar que a Pfizer é uma vacina segura, a única certificada mundialmente? E pensar: por que não prosseguir?”, finalizou o secretário de Saúde, general Pafiadache.

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