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CPI da Saúde inicia trabalhos com a promessa de não morrer na UTI

Presidente da comissão, deputado Wellington Luiz (PMDB), diz que distritais querem entender se os problemas na rede pública são decorrentes da má-gestão ou se existe intenção de sucatear o setor para terceirizá-lo

atualizado

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Rinaldo Morelli/CLDF
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1 de 1 cpi-saude2 - Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

Um dia depois de ser instalada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde começa a mobilizar a Câmara Legislativa. Na sessão plenária desta terça-feira (17/5), o presidente da comissão, deputado Wellington Luiz (PMDB), pretende apresentar aos demais distritais vídeos que retratam a triste e preocupante realidade do sistema de Saúde do DF.

“A nossa saúde pública está sendo sucateada. A gente precisa saber até que ponto os problemas são decorrentes da má-gestão ou se existe uma intenção de sucatear o setor para terceirizá-lo”, afirmou o presidente da comissão, deputado Wellington Luiz (PMDB). Segundo o distrital, a CPI dará essas respostas ao brasiliense. A comissão foi instalada depois de uma série de idas e vindas, manobras por parte do Buriti para tentar evitá-la e discussões sobre o alcance das investigações.

Nesta segunda (16), os deputados fizeram os primeiros encaminhamentos, entre os quais, pedidos para agendar encontros com o presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF), Renato Rainha, e o promotor de Justiça da Defesa da Saúde, Jairo Bisol. A ideia é que Rainha e Bisol subsidiem a CPI com informações, uma vez que ambos apuram problemas na Saúde local.

As reuniões do colegiado serão sempre às quintas-feiras. Em entrevista ao Metrópoles, Wellington Luiz (foto abaixo) destacou como pretende conduzir os trabalhos da comissão.

Confira entrevista com o presidente da CPI

Michael Melo/Metrópoles

Quais serão os passos iniciais da CPI?
Na terça-feira (17), vou apresentar em plenário alguns vídeos que mostram as pessoas desesperadas — realidade que se tornou cotidiana no DF. Na frente de um hospital, um pai chorando diz: “Não sei o que fazer, não sei para onde ir”. Esse é o cotidiano hoje. É mais do que suficiente para abrir uma CPI que investigue o que está acontecendo. A nossa saúde pública está sendo sucateada. A gente precisa saber por quê. É má gestão? Existe um sucateamento para depois terceirizá-la? Se ocorre agora ou vem de anos atrás, vamos investigar. Pretendemos apurar uma série de situações. A CPI tem que apontar soluções e sugerir mudanças, mas não pode ficar apenas no discurso. Se alguém, em algum momento, tentar transformar os trabalhos em palanque político, pode ter certeza de que não somente eu, mas os demais parlamentares vão rechaçar a prática.

O senhor falou em investigar situações. Pode exemplificar?
A situação das unidades de terapia intensiva (UTIs) é emblemática. Hoje, as pessoas que precisam de uma UTI não encontram leitos. Um juiz, atualmente, acaba sendo obrigado a brincar de ser Deus. É ele que escolhe quem vai ficar vivo e quem vai morrer. Para colocar alguém numa unidade, outra pessoa continua à espera. Muitas acabam morrendo. Será que o DF, com dinheiro do Fundo de Saúde e do Fundo Constitucional, não tem capacidade de gerir os recursos para termos o número suficiente de UTIs e atender aqueles que estão em situação crítica?

A CPI vai dar respostas satisfatórias a essas questões e ter resultados práticos?
Vamos trabalhar para que essa comissão não seja comparada às que deram errado. Sabemos, como parlamentares, como cidadãos, que temos responsabilidades. CPI não é um playground. É para responder à expectativa da população de Brasília, que espera melhorias na saúde pública.

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