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Rede pública: aula remota começa com delivery para alunos sem internet

Estudantes da rede pública do DF iniciam o ano letivo com ensino virtual. Ao todo, são 20 mil novos alunos entre os 486 mil matriculados

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Aluna faz lição de casa junto com a familia
1 de 1 Aluna faz lição de casa junto com a familia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A rede pública de ensino do DF retoma as aulas de maneira remota nesta segunda-feira (8/3). Ao todo, serão 486 mil estudantes aprendendo por meio do aplicativo Escola em Casa, já testado em 2020. Entre eles, 20 mil efetivaram a migração da rede privada para a pública e fazem parte dos novos alunos.

De acordo com o secretário executivo da Secretaria de Educação do DF, Fábio Sousa, 99% das senhas de acesso foram repassadas aos estudantes, inclusive aos que fizeram matrículas em vagas remanescentes. Quem ainda não tem senha de acesso para o aplicativo e não receber até esta segunda-feira (8/3) deve entrar em contato com a unidade de ensino na qual foi efetivada a matrícula.

Os e-mails e tokens para acesso são criados a partir do número de cadastro de cada um. Os alunos que estavam em qualquer instituição da rede, mesmo que tenham feito transferência de localidade, já têm senha e e-mail gerados e, portanto, acessarão a plataforma normalmente. A migração de ano, caso tenham sido aprovados de uma série para a outra, é feita automaticamente.

“A classificação em turmas é feita pelas escolas, o e-mail criado e o código de acesso também. Tudo é enviado eletronicamente. Ninguém precisa ir presencialmente buscar senhas. Qualquer dúvida, pais ou estudantes podem entrar em contato com a própria escola em que foi realizada a matrícula”, ressaltou ao Metrópoles o secretário executivo da Educação do DF.

Sousa garante que não haverá alteração do modelo remoto nas 686 escolas da rede pública de ensino do DF, como ocorreu com as escolas privadas, que tiveram o ensino presencial liberado na sexta-feira (5/3).

“As aulas voltam, de forma remota, em 8 de março. Somente no dia 23, a secretaria voltará a analisar os casos de Covid-19, a vacinação, e uma nova decisão pode ser tomada. Nós somos uma rede. As escolas privadas podem optar em abrir só algumas ou em tomar medidas isoladas, a rede pública não. Temos meio milhão de alunos”, ressaltou Fábio.

Delivery

Como as escolas voltam somente no modelo remoto, os estudantes que não têm acesso à internet receberão em casa o material impresso para as aulas.

“Continuamos com a impressão de material para quem não tem internet. Será em delivery. Os interessados têm de entrar em contato com a própria escola. Eles receberam, no ato da matrícula, e-mail, telefone, WhatsApp, para que esse contato seja permanente. Cada escola buscou uma forma”, frisou Fábio Sousa.

Ainda de acordo com o secretário executivo, as regionais de ensino estão contratando empresas de motoboys para entregar o material na casa dos alunos. “Continuamos investindo no melhor modelo de aulas. Investimos no aplicativo e no atendimento a quem não tem acesso”, completou.

Professores

Também nesta segunda, 32 mil professores, entre efetivos e temporários, retomam as atividades. Eles vão ministrar as aulas no modelo home office, para garantir que não haja contágio de Covid-19. Para alinhar o ensino, os dias 4 e 5 de março foram de encontro pedagógico remoto.

“Pela primeira vez, os professores temporários participaram da semana pedagógica. Também pagamos o PDAF, cerca de R$ 50 milhões, antes do início do ano letivo, e o cartão material escolar foi depositado em 5 de março. A preparação para esse recomeço tem sido muito boa”, avaliou Fábio Sousa.

Chip para celular e internet

Como a plataforma é totalmente on-line, alunos e professores têm acesso a ela, sem pagar pelos dados móveis. Se precisarem de internet para buscas, pesquisas em sites e outras ações, precisarão fazer isso por meios próprios.

“Os alunos que têm o cartão material escolar podem comprar o chip pré-pago das operadoras com o benefício. Todos os matriculados têm acesso ao aplicativo”, completou o secretário executivo da pasta no DF.

A plataforma Escola em Casa DF é a sala de aula virtual da Secretaria de Estado de Educação desde 2020, quando o ensino remoto começou, devido à pandemia do novo coronavírus. A previsão era de que as aulas na rede pública para o ano letivo de 2021 começassem em 8 março usando o aplicativo de maneira híbrida, mas não foi possível em razão do agravamento de casos e óbitos em decorrência da pandemia.

A plataforma é utilizada por meio do Google Sala de Aula, de acesso exclusivo para professores e estudantes dessa secretaria, para fins pedagógicos.

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Os professores se comunicam com estudantes mediante videoconferências, troca de mensagens, acesso a materiais didáticos, aplicação de avaliações, formação de grupos de trabalho, entre outras atividades. No entanto, ainda existe uma reclamação generalizada por parte dos docentes no que diz respeito à internet.

De acordo com a diretora do Sinpro Rosilene Corrêa, em 2020, cada professor se virou como podia para dar aulas.

“Foi tudo de surpresa, tínhamos 15 dias para adequação. Os professores que não tinham internet tiveram de adquirir; quem não tinha computador, comprou. Em 2021, a responsabilidade continua com a gente. O ano letivo em 2020 foi de muitos desafios, mas os professores deram o máximo. Infelizmente, nosso retorno está se dando nessas condições, mas temos que manter o cuidado para não haver contaminação”, pontuou Rosilene.

A diretora é contra o retorno das aulas presenciais na rede privada, liberadas na sexta-feira (5/3), por meio de decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha. “Passa uma impressão ruim de que é possível ter normalidade com o vírus circulando e com as UTIs lotadas. Não é. Na rede pública, esperamos voltar somente quando houver vacina para os professores e treinamento para que os protocolos de higiene sanitária sejam cumpridos”, ressaltou.

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