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Pedido de prisão de Lula enfraquece PT e as pretensões da sigla no DF

Partido está focado em promover atos em desagravo ao ex-presidente da República e, por ora, não concentra energia na disputa de outubro

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

O pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá impacto direto nas eleições de outubro de 2018 no Distrito Federal. Desde que a capital conquistou a emancipação política, a tradicional polarização nas campanhas entre o Partido dos Trabalhadores e antagonistas do momento tornou-se cenário recorrente nas disputas regionais. Muito dessa realidade é devida à participação ativa do então candidato Lula, com grande liderança regional.

Hoje, a sigla está ressentida do baque imposto pelo juiz Sérgio Moro na quinta-feira (5/4). Na tarde desta sexta (6), o partido promoverá um ato no Conic e, a depender da adesão, haverá marcha até o Supremo Tribunal Federal (STF). A mobilização será um termômetro para aferir como anda o engajamento da militância na capital federal e prospectar o que a legenda pode esperar em outubro.

Com 19.265 filiados, o PT é o terceiro maior partido no DF em números oficiais de militantes. O valor representa 9,7% do eleitorado brasiliense, mas se mostra ainda maior em resultados quando é feita análise das últimas eleições. Em praticamente todos os pleitos passados, a campanha para o governo foi decidida em segundo turno, sempre com representante petista na disputa.

Bastante mobilizada na capital, a legenda conquistou, por dois mandatos, a principal cadeira do Palácio do Buriti. Na primeira vez, em 1994, quando Cristovam Buarque, ainda filiado à sigla, venceu o representante do grupo rorizista Valmir Campelo (PPS). Na segunda, com Agnelo Queiroz (PT), venceu a ex-primeira-dama Weslian Roriz (PMN).

Em 1994, Cristovam Buarque representava os petistas na corrida ao Buriti e foi eleito governador com 53,89% dos votos válidos. O nome representante do grupo rorizista recebeu menos que o esperado: Valmir Campelo terminou o pleito com 46,11% de votos dos eleitores.

Quatro anos depois, em 1998, Buarque tentou a reeleição, ainda pelo PT, e saiu na frente com 42,67% contra Joaquim Roriz, com 39,23% das intenções de voto. No segundo turno de 1998, as posições se inverteram e Roriz teve 51,74% contra 48,26% dos votos válidos de Cristovam.

Novas surpresas
Assim como ocorreu em 1998, a eleição de 2004 no Distrito Federal foi marcada por surpresas. A primeira delas: Roriz, o então favorito, teve um desempenho abaixo do esperado. Isso o impediu de reeleger-se no primeiro turno. Magela, que nas pesquisas eleitorais tinha 35% das intenções de voto, apareceu no resultado parcial com 40,87% dos votos válidos, somente 2,08% a menos que Roriz (42,95%).

No segundo turno, o então candidato peemedebista conquistou a vitória, novamente com diferença irrisória de votos (642.256, contra 626.478 de Magela – vantagem de 15.778 sufrágios para Roriz). À época, Lula foi eleito presidente do Brasil.

Em 2010, quando Roriz foi impossibilitado de concorrer por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o petista Agnelo Queiroz venceu as eleições, com 875.612 votos, representando 66,10% dos votos válidos. Weslian Roriz manteve o desempenho do primeiro turno, com 449.110 votos – 33,9% dos válidos.

Ex-presidente do PT-DF, o ex-deputado federal Roberto Policarpo afirma que a militância não pretende esmorecer após a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro. “Estaremos mobilizados e não há chance de desistirmos de manter Lula como nosso candidato”, declarou o petista, enquanto participava de uma reunião fechada na Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Policarpo contesta a legitimidade do ato do magistrado federal e classifica como “impiedosa” a perseguição contra o ex-presidente do Brasil. “O Lula teria direito de embargos de declaração e o Moro acabou atropelando tudo, ceifando os direitos do ex-presidente. Está claro para nós que trata-se de uma prisão extremamente política”, desabafou.

Fato é: hoje, o PT ressente-se do alijamento de sua maior liderança, que poderia ajudar o palanque dos candidatos no DF, e não está com ânimo para pensar na disputa eleitoral de outubro.

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