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Mesmo com apoio formal, Rollemberg terá oposição pedetista no DF

Distritais não gostaram da interferência nacional que colocou o partido nas mãos do governador e prometem não aderir à campanha

atualizado

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Hugo Barreto / Metrópoles
Abrantes
1 de 1 Abrantes - Foto: Hugo Barreto / Metrópoles

Rompidos desde o fim de 2017, pedetistas e o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) estarão novamente juntos em uma eleição no Distrito Federal, ao menos no papel. O anúncio da adesão do PDT à candidatura do socialista, nesta segunda-feira (6/8), não foi bem recebido por parte da militância local. Revoltados, alguns membros do partido, como os deputados distritais Cláudio Abrantes e Reginaldo Veras, pretendem fazer campanha contrária à recondução do chefe do Executivo.

A aliança foi determinada pela direção nacional do PDT com o objetivo de dar palanque ao presidenciável Ciro Gomes no DF. A legenda fechava as últimas negociações para apoiar Eliana Pedrosa (Pros), mas foi surpreendida pela decisão superior.

Cláudio Abrantes disse se sentir traído com a posição, uma vez que a condição imposta por ele para ingressar na sigla era exatamente a de não se aliar a Rollemberg.

“Fui enganado e atropelado pela direção do meu partido. Não aceito e não me vendo para esse governo. Não pedirei voto hora nenhuma para esse senhor. Aliás, farei campanha contra”, desabafou o policial civil.

Quando ainda era da base de governo, em 2017, Abrantes entrou em choque com Rollemberg ao defender a paridade salarial entre a sua categoria e a Polícia Federal. O governador ficou irritado com as críticas desferidas pelo então aliado e acabou exonerando indicados dele no Governo do Distrito Federal (GDF). Em seguida, o distrital pediu desfiliação da Rede Sustentabilidade, da qual fazia parte, e foi para a oposição.

Outro descontente com o cenário é Reginaldo Veras. Ele defendeu que os candidatos tenham autonomia em suas campanhas para decidirem se defenderão ou não o nome do PSB.

“Entendo que a nacional impôs o melhor para a candidatura do Ciro. Mas aqui em Brasília é diferente porque não temos uma boa relação com o governo”, avaliou Veras. Ele acredita ser necessário convocar os candidatos do partido para definir a estratégia de campanha.

Depois de ter visto ruir a composição com o PDT, a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa disse não ter ficado surpresa com a intervenção do diretório nacional. “Para entrar no jogo é preciso saber as regras. E nós sempre soubemos que poderia haver essa imposição, apesar dos nossos esforços”, afirmou a candidata do Pros.

Renovação
Indignados com a aliança, parte da militância quer a renovação da Executiva local após as eleições de outubro. De acordo com um membro da direção no DF, houve muita ingerência do partido. O PDT chegou a anunciar o nome de dois candidatos próprios ao Palácio do Buriti, em ocasiões diferentes. Inicialmente, o de Joe Valle, que desistiu do pleito; depois, o de Peniel Pacheco, derrotado nos últimos dias.

“Demoramos a assumir a candidatura de Peniel ao governo. Com isso, a Executiva deu margem para que a nacional impusesse a vontade dela e caíssemos no colo do PSB. Mais uma vez tínhamos o protagonismo e passamos a ser meros figurantes”, lamentou o pedetista.

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