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Ibaneis quer que distritais votem pacote emergencial durante recesso

Redução de impostos, criação de administrações regionais e expansão da gestão do IHB para outras unidades vão entrar na pauta

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Ibaneis Rocha
1 de 1 Ibaneis Rocha - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

O governador Ibaneis Rocha (MDB) quer que a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realize uma sessão extraordinária durante o recesso parlamentar para aprovar projetos que o emedebista considera emergenciais. Entre as propostas que serão encaminhadas ao Legislativo, estão a criação das administrações regionais no Sol Nascente, Arniqueiras e Arapoanga; a expansão do modelo de gestão do Instituto Hospital de Base (IHBDF) para outras unidades, a redução da alíquotas de impostos como o IPVA e ICMS, e a renegociação de dívidas.

No caso do IHBDF, Ibaneis disse que vai manter o modelo, mas “com alterações”. “Por várias vezes, questionei o formato. Falta transparência, principalmente, nas compras e nas contratações. Hoje, o modelo de licitação é desconhecido por todas as empresas”, afirmou.

Para o emedebista, a gestão precisa ser “verticalizada”, com critérios e regras que sirvam de exemplo para outras unidades. “Vamos propor um modelo para uma gestão estratégicas da saúde. De imediato, vamos entregar seis UPAs e o Hospital de Santa Maria para a administração deles, porque essa é a maneira de darmos respostas rápidas a sociedade”, sentenciou.

O governador também quer aprovar a gratificação de R$ 2,5 mil para policiais civis inativos que retornarem ao trabalho. A intenção do Palácio do Buriti é enviar o pacote de medidas à CLDF na próxima semana. A decisão foi tomada após a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2019.

O governador sancionou a proposta com vetos e identificou a necessidade de mudanças urgentes. “Se eu vetasse tudo ontem, não teria como atender questões emergenciais”, explicou, se referindo ao aumento do ICMS para a cesta básica.

Ao Metrópoles, o presidente da Câmara disse que conversou com o governador na noite de quarta-feira (9), quando ele falou sobre o pacote, mas nada é oficial ainda. “Se ele nos convocar, está previsto na lei e vamos reunir a Mesa Diretora para avaliar o assunto”, disse o parlamentar, lembrando que Ibaneis precisa encaminhar uma exposição de motivos à Casa para justificar a necessidade de uma sessão extra, sem custos ao erário.

Bate-boca
O orçamento de 2019 virou um embate entre Ibaneis e seu antecessor, o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB). O socialista se recusou a assinar a lei.

Ibaneis, por sua vez, vetou alguns dispositivos da lei por considerar que são contrários ao interesse público. Entre as negativas do chefe do Executivo, estão nomeações na Defensoria Pública do DF (DPDF), a revisão geral da remuneração dos servidores, além da equiparação dos vencimentos dos defensores públicos e analistas da DPDF. O governo alega que essas “programações orçamentárias totalizam R$ 28.630.336,00”.

Outros vetos incluem a construção de prédios próprios, como o Museu da Educação, e a reforma da sede da Câmara Legislativa.

O governo, no entanto, assegurou que vai manter todos os benefícios fiscais acertados com o setor produtivo para criar empregos e garantiu que não haverá aumento de impostos. Assim, fica mantida a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o diesel para empresas de ônibus.

Fica ainda garantida a redução da alíquota local do ICMS para o combustível das companhias aéreas que operam no Distrito Federal. O benefício só atingirá empresas que criarem ou retomarem destinos internacionais com origem em Brasília.

De autoria do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do Ministério da Fazenda, o texto passa, agora, a ter a adesão do governo local, que autoriza a queda de 12% para até 7% na alíquota sobre o querosene das aeronaves, a depender da quantidade de novos destinos criados.

Os números da LOA
A Câmara Legislativa encerrou o ano legislativo de 2018 com a aprovação da LOA para o próximo exercício. As receitas do DF – estimadas em R$ 27,7 bilhões – são compostas pelo orçamento fiscal (R$ 21,3 bilhões), orçamento da seguridade social (R$ 4,9 bilhões) e orçamento de investimento das estatais (R$ 1,5 bilhão).

No que diz respeito ao Fundo Constitucional, o montante a ser repassado pela União deverá ser distribuído da seguinte forma: R$ 8 bilhões para segurança pública (56,45%); R$ 3,3 bilhões para a saúde (23,14%), e R$ 2,9 bilhões para educação (20,41%). Dessa forma, o valor global do Orçamento do DF para 2019 chega a R$ 42 bilhões.

No documento, está especificado o valor para investimentos, contratação de pessoal, realização de concursos, entre outros.

Rollemberg não sancionou a LOA
O agora ex-governador Rollemberg encerrou a gestão sem sancionar o Orçamento de 2019. Segundo alegou, por meio da Secretaria de Fazenda, os deputados fizeram alteração da carga tributária da cesta básica em 157% e ele não compactuava com a mudança. A Secretaria de Comunicação do governo Ibaneis Rocha criticou a decisão.

“A equipe econômica do governo Rollemberg nunca se preocupou com os cidadãos e com a justiça fiscal. Se assim fosse, teria ajustado os impostos na época própria e auxiliado a equipe de transição na instrução das alterações demandadas, que beneficiariam toda a população. Isso não foi feito”, disse a secretaria, por meio de nota.

Segundo a pasta, as medidas saneadoras necessárias ou as providências legislativas serão todas implementadas pelo novo governo. Todas as alíquotas serão revistas para sancionar o Orçamento 2019 estão sendo adotadas. (Com informações da Agência Brasília)

Veja os vetos:

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