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Liliane Roriz grava diálogo com o ex-senador Gim Argello

No áudio, o político procura comprador para propriedade do clã Roriz e tenta convencer a distrital a empregar sobrinha do padre Moacir

atualizado

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Gim/Flickr
Liliane Roriz, Joaquim Roriz e Gim Argello
1 de 1 Liliane Roriz, Joaquim Roriz e Gim Argello - Foto: Gim/Flickr

Uma conversa recheada de gargalhadas, cifras bilionárias e a menção a um príncipe de verdade. As curiosidades estão em um grampo feito pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB) enquanto dialogava com o ex-senador Gim Argello, preso na operação Lava Jato. A parlamentar procurou e gravou em áudio o aliado histórico da família enquanto oferecia a Fazenda Palma, propriedade do clã Roriz há décadas. O valor? R$ 1 bilhão.

Na conversa, Gim usa sua experiência como corretor para tentar ajudar a distrital. E resolve ligar para uma pessoa identificada apenas como “Manoel”. A gravação não deixa claro se o homem no outro lado da linha é um vendedor ou algum tipo de investidor. “Estou recebendo aqui a visita ilustre da deputada Liliane Roriz e ela veio me oferecer a fazenda, mas não disponho deste recurso. Trata-se da Fazenda Palma, melhor fazenda de Brasília”, contou Gim, ao homem.

Empolgado, Gim, que assumiu a vaga de Joaquim Roriz no Senado em 2007, continua narrando as qualidades da propriedade de 14 mil hectares. “Tudo que você imaginar essa fazenda tem. Estão pedindo R$ 1 bilhão, mas a fazenda é de cinema, pensa em Dallas (EUA). É um lugar fora do normal de bonito”, afirmou Gim na conversa com o interlocutor.

Áudio em que Gim oferece a fazenda para “Manoel”:

 

Gim ainda garantiu ao homem com quem falava ao telefone que a fazenda não possui qualquer dívida e que a Palma abriga uma imensa criação de gado. “Lá, existe o laticínio Palma. Eles produzem 60 mil litros de leite por dia. É uma coisa de cinema, Manoel. Vamos juntos lá”, explicou o ex-senador.

Após desligar o telefone, Gim diz a Liliane que vai apresentar um príncipe – daqueles de verdade – para a parlamentar. O objetivo é oferecer a fazenda para o membro da realeza. “Vou te apresentar um príncipe, que mora na Itália. Ele tem um principado e possuía duas nacionalidades, a americana e a italiana, mas abriu mão de tudo para ter a nacionalidade do principado”, contou o ex-senador à distrital.

Áudio em que Gim se oferece para apresentar um príncipe para Liliane:

 

Gim ainda afirmou ser próximo de um dos embaixadores do principado, que já seria dono de duas casas no Lago Sul e de carros importados. “Vou marcar pra esses caras virem aqui falar com você”, finalizou, para logo depois cair na gargalhada.

Padre Moacir
No longo diálogo entre Liliane e o ex-senador, que está preso em Curitiba e teve o pedido de habeas corpus negado pela Justiça nesta quarta-feira (24/11), surge um outro personagem recorrente nos últimos escândalos políticos, o padre Moacir Anastácio. O religioso é citado na Operação Lava Jato por ter recebido doações de empreiteiras investigadas pela operação.

No áudio, Gim Argello aconselha a deputada a contratar uma sobrinha de Padre Moacir, que ele chama de Alessandra (mas na verdade trata-se de Elisângela Martins), que estaria lotada no gabinete de Robério Negreiros (PSDB). O motivo é a suposta capacidade de ela influenciar o padre e conseguir até “cinco mil votos” para a distrital.

Áudio em que Gim tenta convencer Liliane a contratar a sobrinha do padre Moacir:

“Ela manda no padre, ela manda no padre Moacir e o Robério puxou ela. Não estou pedindo por mim não, estou pedindo por você. Você contrata ela para você, porque ela é a única pessoa que manda no padre. Porque o padre quando tá falando dá voto mesmo, uns cinco mil. Só aqueles carolas da igreja dele, dá. Ele fala, ele pede”, prosseguiu.

De acordo com a assessoria de imprensa da deputada Liliane Roriz, a sobrinha do padre não foi nomeada em seu gabinete nem trabalhou para a parlamentar em nenhum momento. Procurado, o advogado do ex-senador não se manifestou sobre os diálogos até a última atualização desta reportagem.

Os diálogos grampeados por Liliane constam no processo da Operação Drácon, cujo sigilo foi quebrado pela Justiça esta semana. A operação investiga suposto esquema de corrupção na Câmara Legislativa.

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