metropoles.com

Após pressão, distritais querem anular plano de saúde para ex-deputados

Quatro parlamentares pediram revisão da polêmica votação à Mesa Diretora e ingressaram com Mandado de Segurança no TJDFT para anular sessão

atualizado

Compartilhar notícia

Myke Sena/ Especial para o Metrópoles
cldf
1 de 1 cldf - Foto: Myke Sena/ Especial para o Metrópoles

Quatro deputados distritais assinaram, nesta quinta-feira (21/05), um pedido de revisão da sessão que ampliou o plano de saúde da Câmara Legislativa para ex-parlamentares e ex-servidores da Casa, além de seus dependentes.

O Projeto de Resolução nº 40/2020, que altera o Fundo de Saúde dos Deputados Distritais e Servidores da CLDF (Fascal), foi apreciado na noite dessa quarta-feira (20/05).

Dos seis parlamentares que se abstiveram da votação, três assinam o pedido de revisão apresentado à Mesa Diretora da CLDF: Leandro Grass (Rede), Reginaldo Veras (PDT) e Fábio Felix (PSol). Embora tenha votado a favor da proposta, Júlia Lucy (Novo) também é signatária do documento. Os quatro também ingressaram com Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para anular a votação, que alegam ter sido feita à revelia do Regimento Interno da Casa.

Os distritais afirmam que não tiveram acesso às emendas aprovadas: a principal e mais polêmica, da Mesa Diretora, estendeu o benefício a ex-deputados e seus familiares. Além disso, os parlamentares que defendem a revisão da sessão dizem que o texto não constava na ordem do dia e a emenda da Mesa só foi assinada após a votação.

Veja as íntegras do pedido de revisão e da emenda aprovada: 

Leandro Grass pede revisão … by Metropoles on Scribd

Emenda que inclui ex-deputa… by Metropoles on Scribd


 

Segundo um dos distritais que participaram da reunião do Colégio de Líderes desta quinta, e pediu para não ser identificado, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso (Republicanos), se mostrou contra a revisão da votação.

Delmasso teria apontado que todos os deputados sabiam o que estava sendo votado e em nenhum momento houve oposição à apreciação da matéria ou pedido de retirada do texto de pauta. O vice-presidente, que é o gestor do Fascal, ainda teria alertado que sem a aprovação da matéria, o fundo quebraria. Por ano, o Fascal recebe R$ 30 milhões do orçamento da CLDF. Entre 2018 e 2019, o prejuízo passou de R$ 3 milhões.

Procurado pelo Metrópoles, Rodrigo Delmasso disse que os demais distritais não podem acusar a Mesa Diretora de não ter divulgado a emenda aprovada, já que a proposta de reinclusão de ex-parlamentares estava no Sistema Eletrônico de Informação (SEI) desde o dia 8 de maio.

“A população eu entendo que pode não ter tido acesso, mas não posso ser acusado de algo que não fiz. Primeiro por que não sou eu quem faz a pauta e depois as minhas emenda (1 a 3) estavam no sistema. A culpa de não estar no sistema não é minha, mas da terceira secretaria, que é a responsável pelo Legis”, completou.

Novas regras

A revisão apenas da tabela de participação dos beneficiários do plano de saúde também foi discutida pelos líderes. Segundo o parlamentar que participou do encontro, os R$ 774 de contribuição previstos estariam errados: ela passaria de R$ 1.200, já que os percentuais de participação vão variar entre 10% e 50%, a depender do serviço prestado.

Caso a votação seja mantida, a partir da publicação da norma aprovada, as novas regras entram em vigor. Uma das mudanças é que, após o desligamento da Câmara, os ex-funcionários devem ter dois anos de contribuição e solicitar a manutenção do Fascal em prazo máximo de 30 dias após a exoneração.

A regra valerá para os exonerados após o dia 31 de dezembro de 2020. Entretanto, por eles não terem mais vínculo financeiro com o Legislativo local, passam a ter custos maiores do que os ainda nomeados. E quem não quitar as mensalidades estará sujeito a ser inscrito na dívida ativa.

Outro ponto são os dependentes. Os filhos de associados com idades entre 21 e 24 anos poderão continuar no plano, desde que comprovem dependência financeira dos titulares. Nos casos em que o titular vier a óbito, os cônjuges só poderão permanecer no plano se estiverem inscritos até o dia da morte do titular.

Segundo nota da vice-presidência da Câmara Legislativa, “o novo regulamento aprovado para o Fascal visa modernizar o modelo de gestão administrativa e atualizar a política de assistência à saúde dos servidores e deputados”.  A nota continua: “As novas regras contribuirão para a redução de custos, dos aportes pelo Poder Público, aumento das receitas e trazendo reequilíbrio financeiro ao Plano”.

0

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?