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CLDF sorteia gabinetes de distritais em dia de homenagens e gafe

Deputados reeleitos ficaram com suas atuais salas e três recém-eleitos tiveram prioridade na escolha

atualizado

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Filipe Cardozo/Especial para o Metrópoles
CLDF
1 de 1 CLDF - Foto: Filipe Cardozo/Especial para o Metrópoles

Os deputados distritais da próxima legislatura já sabem quais gabinetes irão ocupar a partir de 2019. A Mesa Diretora sorteou, nesta terça-feira (4/12), as salas onde os parlamentares eleitos cumprirão seus mandatos. Quem ficou com os números pares terá como vista o Eixo Monumental; os ímpares os prédios do Setor de Indústrias Gráficas (SIG).

O sorteio foi realizado com a presença de praticamente todos os parlamentares. Dois gabinetes foram escolhidos por consenso: Fábio Félix (Psol) ficou com o 24, e Martins Machado (PRB) herdou o 10 do colega de partido Julio Cesar.

“Eu não tenho problema nenhum com esse número. Até gosto”, brincou Fábio Félix, militante da causa gay, ao receber o gabinete.

Outros três distritais tiveram preferência: Arlete Sampaio (PT) e Júlia Lucy (Novo), por serem mulheres ficaram com as salas 16 e 23, respectivamente, além de Iolando (PSC), por ter necessidades especiais, com o 21. Iolando perdeu o movimento do braço direito em um acidente de moto e tem sequelas até hoje.

O gabinete número 1 será de Jorge Viana (Podemos). O 2, de José Gomes (PSB). Fernando Fernandes (Pros) ficará no 3. Reginaldo Sardinha (Avante) recebeu o 5; e João Cardoso (Avante), o 6. Todos esses ficam no primeiro piso, onde eles serão acompanhados pelos reeleitos Rodrigo Delamsso (PRB), no gabinete 4; Agaciel Maia (PR), no 7; e Telma Rufino (Pros), na 8.

No segundo andar ficarão, além de Arlete Sampaio e Martins Machado, Hermeto (PHS), no gabinete 11; Leandro Grass (Rede), 13; Roosevelt Vilela (PSB), 14; e Daniel Donizet (PRP), 15. Com eles estarão os reeleitos Chico Vigilante (PT), no 9; e Reginaldo Veras (PDT), na sala 12.

No terceiro pavimento, serão alocados Valdelino Barcelos (PP), no 18; Eduardo Pedrosa (PTC), no 20; além de Iolando, Júlia Lucy e Fábio Felix e dos reeleitos Cláudio Abrantes (PDT), no 17; Robério Negreiros (PSD), no 19; e Rafael Prudente (MDB), no 22.

Todos os gabinetes possuem a mesma estrutura, incluindo o tamanho das salas dos deputados. O que pode mudar, caso queira o parlamentar, é a divisão do ambiente ou a configuração das mesas dos servidores.

Para que os novos distritais tomem posse, os não reeleitos precisam deixar e esvaziar suas salas até o dia 30 de dezembro. Caso o material não seja retirado, a área de patrimônio da Casa recolhe o que for do ex-parlamentar e guarda por 60 dias.

O mobiliário dos gabinetes é todo fornecido pela Câmara Legislativa nos mesmos moldes e quantidade, o que inclui cadeiras, mesas, impressoras e computadores, entre outros objetos.

Gabinete mal-assombrado
Servidores da casa brincam que a sala de Eduardo Pedrosa é “mal-assombrada”. O gabinete foi ocupado por pelo menos dois deputados que perderam seus mandatos e um investigado por suposto esquema de corrupção.

Eurídes Brito (MDB) ficou conhecida por embolsar dinheiro do suposto esquema de corrupção conhecido como Caixa de Pandora. Ela acabou cassada pela Casa. Outro ocupante do gabinete foi Raad Massouh. O ex-distrital perdeu o mandato acusado de desvio de recursos de uma emenda destinada a eventos culturais em Sobradinho, mas acabou absolvido pela Justiça.

Na atual legislatura, a sina não mudou muito. Bispo Renato Andrade (PR) teve o nome envolvido em denúncias de corrupção na Operação Drácon. O processo ainda corre na Justiça.

Galeria
Ainda nesta terça (4), a Câmara Legislativa inaugurou a galeria de ex-presidentes, ex-vice-presidentes e ex-secretários. A cerimônia contou com a participação de deputados das antigas legislaturas, entre eles, o primeiro presidente da CLDF, Salviano Guimarães.

O primeiro chefe do Poder Legislativo local contou como se deu a formação da Câmara Legislativa, como foi a construção da primeira Casa e uma curiosidade que passa despercebida aos olhos de quem acompanha as sessões: o crucifixo sob a mesa da presidência foi abençoado pelo Papa João Paulo II, durante a sua visita a Brasília.

Membro da Mesa que comandou a cerimônia, o deputado Raimundo Ribeiro (MDB) defendeu a inocência de alguns distritais com nome envolvidos em escândalos e inocentados posteriormente às denúncias, entre eles, Raad Massouh, cassado e posteriormente inocentado pela Justiça; e o próprio Ribeiro. A ação penal que corria contra o emedebista referente à Drácon foi trancada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As declarações acabaram criando um clima constrangedor. O atual presidente, Joe Valle (PDT), foi o relator do processo que acabou resultando no fim do mandato de Raad Massouh.

Outro constrangimento
Durante a sessão ordinária à tarde, uma mensagem do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) causou desconforto entre os deputados ao se referir à saída da procuradora-geral do DF, Paola Aires, como uma “destituição” do cargo.

O termo “destituir” motivou protesto de Chico Vigilante (PT) e a reação imediata da equipe de relações institucionais do GDF. “Essa expressão destituir é muito ruim. Parece que ela está sendo punida e, até onde sabemos, a doutora Paola é uma pessoa sem nenhuma mancha no currículo”, disse o petista.

A mensagem foi trocada e retirada a expressão que causou discórdia.

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