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PCDF prende policiais militares acusados de extorquir traficantes

Um dos policiais detidos foi flagrado com drogas, como maconha e crack, além de anabolizantes e balança de precisão

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu PMs na manhã desta segunda-feira (26/11). Cinco PMs foram alvos de mandados expedidos pela Justiça. Destes, três acabaram detidos em flagrante, sendo um oficial da corporação.

A ação foi deflagrada pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor). Um dos policiais presos foi flagrado em casa com drogas, como maconha e crack, além de anabolizantes e balança de precisão. Também havia na residência munição de fuzil, revólveres e pistolas sem registro.

Os envolvidos no caso pertencem ao Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e ao Grupo Tático Operacional (Gtop) 22, de Taguatinga. De acordo com as apurações do Metrópoles, a operação é um desdobramento da Torre de Babel, deflagrada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), no dia 10 de outubro deste ano.

Os PMs presos nesta segunda são acusados de extorsão e abuso de poder contra traficantes que estão na mira da operação. Um dos criminosos da Torre de Babel teria sido mantido em cárcere privado pelos militares.

A Polícia Militar informou que está acompanhando os desdobramentos da operação deflagrada pela PCDF, por meio da Corregedoria. A ação – que recebeu o nome Dolus Malus, ou fraude, em latim – tem o apoio da Promotoria de Justiça Militar do DF e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDF).

Torre de Babel
Durante a segunda fase da Torre de Babel, os alvos foram traficantes. Segundo a PCDF, os investigados desviavam cargas da Região Sul para São Paulo, Paraná e DF. Da capital federal, o produto do roubo seguia para o Nordeste. As mercadorias serviam como moeda de troca para os entorpecentes, comercializados no Distrito Federal e em Goiás. Com o dinheiro obtido por meio da atividade criminosa, a quadrilha adquiria imóveis e carros de luxo.

Confira imagens da Torre de Babel:

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As investigações, que duraram cerca de nove meses, apontam que o líder da organização é Antonio Cesar Campanaro, conhecido como Toninho do Pó. Segundo a PCDF, ele comandava as ações criminosas da cidade de Cristalina (GO).

Toninho do Pó foi preso no dia 10 de outubro em Morro de São Paulo (BA), município baiano distante 250 quilômetros de Salvador. Policiais acharam na ocasião R$ 76 mil em fundo falso da Hilux do homem apontado como líder da organização criminosa.

Foram cumpridos 57 mandados de busca e apreensão e cerca de 48 prisões. Os mandados, provenientes de dois inquéritos, foram expedidos pela Vara Criminal de Recanto das Emas e pela 1ª Vara de Entorpecentes de Brasília.

Carga de maconha
O envolvimento dos policiais teria sido revelado durante as investigações da Torre de Babel. Na ocasião, aproximadamente 200 quilos de maconha foram apreendidos pelos militares. A droga foi levada para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama).

O dono do carregamento seria Toninho do Pó. Antes de se preso pela PCDF, o traficante teria sido mantido em cárcere privado e sido extorquido pelos policiais. Em depoimento aos investigadores da Cecor, ele contou que o carregamento de maconha apreendido seria de aproximadamente meia tonelada, quantidade bem abaixo do que foi entregue pelos PMs na delegacia.

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