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PCDF investiga professor da UnB que bateu e ameaçou ex-namorada

O docente de 45 anos, que trabalha no Departamento de Medicina da UnB, é acusado de lesão corporal, ameaça e injúria

atualizado

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Professor agride namorada
1 de 1 Professor agride namorada - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Uma mulher de 44 anos registrou boletim de ocorrência por lesão corporal, ameaça e injúria contra o professor de patologia clínica do Departamento de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Rivadávio Fernandes Batista de Amorim, 45. A vítima é ex-namorada do docente e o denunciou na sexta-feira (22/7), na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam), em Ceilândia.

A vítima, que terá a identidade preservada, conhece o suposto agressor há 26 anos anos. Amigos de longa data, eles iniciaram um relacionamento no fim de 2020. Porém, meses depois, os primeiros problemas do casal começaram a ocorrer.

“Ele demonstrava ser uma pessoa muito ciumenta, o que me causava medo. Certo dia, pegou meu celular e me acusou de traição após ver uma conversa no WhatsApp com um contato salvo como ‘Baby’. No caso, a pessoa era o meu tio, que é conhecido por todos por esse apelido. Tentei explicar para ele, mas foi a maior confusão e, depois disso, nos separamos”, relembra ela.

No mesmo ano, após um período afastados, a mulher e o professor reataram o relacionamento e tudo parecia muito bem entre os dois. “Ele voltou, pediu perdão e estava tudo correndo direitinho entre a gente, mesmo a minha família não apoiando mais o namoro”, conta.

Após o retorno, o casal passou alguns meses vivendo tranquilamente, sem crises. Até que em julho deste ano, a felicidade da vítima com o parceiro tornou-se pesadelo quando ela foi agredida fisicamente, pela primeira vez.

O episódio ocorreu no dia 21/7, quando os dois voltavam para o apartamento do educador, em Taguatinga, por volta das 9h, e teria sido motivado por ciúmes. “Um morador do condomínio que eu não conhecia nos cumprimentou e comentou sobre o tempo naquele dia e eu respondi educadamente. Quando entramos na casa dele, ele falou que não tinha gostado e começou a agir agressivamente”, detalha.

Segundo a mulher, neste momento, Rivadávio começou a xingá-la, a puxou pelos cabelos e ameaçou matá-la com uma faca. Em determinado momento, chegou a furar um colchão com faca e a prendeu em um dos quartos.

“Ele ainda me mordeu, me trancou com o ar-condicionado na temperatura mais fria e quebrou meu celular. Foi horrível, não tive como pedir ajuda a ninguém”, diz a vítima. O casal estava sozinho no imóvel do agressor e a violência perdurou até o final da tarde daquele dia. Em determinado momento, o professor a expulsou da casa dele, momento em que ela conseguiu pegar suas coisas e sair do local.

“Antes de estragar meu aparelho, ele apagou todos os meus arquivos. Não consegui recuperar nada. Antes de sair, ainda o avisei que iria na delegacia para denunciá-lo e, debochado, ele me me disse que não ia dar em nada a ocorrência”, lamenta a mulher.

Veja imagens das lesões: 

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Medida protetiva

No dia seguinte, com apoio das duas filhas, a vítima tomou coragem para ir à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam), em Ceilândia. “É uma vergonha horrorosa. Tenho medo de sair de casa, não consigo andar na rua mais”, revela.

Após o registro da ocorrência, a vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) em virtude das agressões físicas.

Além disso, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) concedeu medidas protetivas de urgência no âmbito da Lei Maria da Penha para a mulher e as filhas dela. “Você não espera nunca que uma pessoa que conhece há mais de 26 anos e que dorme com você vá cometer algo como o que ele fez. Era só falar que não queria mais manter o namoro”, pondera ela.

A reportagem tentou entrar em contato com Rivadávio por e-mail, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

O que diz a UnB

Em nota, a Universidade de Brasília informou não ter recebido comunicado formal protocolado por meio de seus canais oficiais sobre as denúncias apresentadas. “Em ações que extrapolam a alçada administrativa da UnB, dentro das prerrogativas legais, cabe aos órgãos competentes tomar as providências necessárias”, esclarece.

“De toda forma, é importante frisar que a Administração Superior da UnB repudia todo e qualquer ato de violência contra as mulheres. No âmbito de sua competência, a UnB vem empenhando esforços pela promoção dos direitos humanos e para a erradicação da violência. A Universidade é espaço de respeito, tolerância, pluralidade, integração, debate e reflexão”, ressalta.

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