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PCDF faz operação contra traficantes que usavam até fuzil de ouro

Quadrilhas chegavam a enviar, mensalmente, armas de grosso calibre e 90kg de cocaína para o Rio de Janeiro e 10kg para o DF

atualizado

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Imagem cedida ao Metrópoles
fuzil de ouro
1 de 1 fuzil de ouro - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Três quadrilhas especializadas no tráfico de drogas sintéticas e de armas pesadas foram desmanteladas por uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (07/05/2019) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ao todo, 102 policiais cumprem 11 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão em seis cidades do Distrito Federal, além de Goiás e Paraná, onde um dos bandidos tinha um fuzil banhado a ouro.

A Operação Sem Fronteiras, coordenada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), é resultado de dois anos de investigação e mapeou a produção das organizações criminosas que chegaram a enviar, mensalmente, 10kg de cocaína para o DF e 90kg para o Rio de Janeiro, além de armas de grosso calibre.

A ação é desdobramento da Operação Delivery, deflagrada em 6 de fevereiro do ano passado, que resultou na prisão de 24 suspeitos envolvidos com o tráfico de drogas.

Um dos principais alvos da ação estava em Foz do Iguaçu (PR) e se especializou na venda de fuzis para facções criminosas no Rio de Janeiro. Os policiais fizeram a prisão em uma casa anexa a um lava-jato onde o suspeito morava.

No celular do criminoso, os investigadores encontraram vídeos em que o homem ostentava armas de grosso calibre banhadas a ouro.

Veja vídeo:

 

Cozinheiro
Outro grupo investigado se especializou no tráfico de drogas sintéticas para usuários de alto poder aquisitivo. Um dos alvos da operação, preso nesta manhã em Águas Claras, produzia entorpecente em casa. De acordo com as investigações, o rapaz teria aprendido na Califórnia, nos Estados Unidos, técnicas para “cozinhar” as drogas.

Entre as substâncias produzidas pelo suspeito está o cristal – derivada da metanfetamina e chamada de MD por traficantes e usuários. A droga é rara no DF e o homem preso na operação seria um dos poucos fabricantes de cristal que existe em Brasília.

Além de em Águas Claras, outros traficantes foram presos na Asa Sul, Guará, Samambaia, Paranoá e Alto Paraíso (GO).

Haxixe e maconha
O terceiro grupo desarticulado pela PCDF também faturava alto com a venda de drogas geneticamente modificadas, como é o caso da maconha gourmet. Imagens que estavam no celular dos criminosos mostram como o grupo negociava. Eles pesavam os carregamentos, fotografavam e enviavam as imagens para os compradores.

As apurações policiais apontam que apenas um grupo seleto de usuários tem acesso a esse tipo de maconha. Uma pequena porção chega a custar R$ 1,4 mil. Ao contrário do produto vendido nas ruas e em bocas de fumo, as substâncias gourmet são negociadas em rodas de amigos.

A diversidade oferecida pelos traficantes elevavam o valor do produto. Um deles fotografou grandes tijolos de haxixe – subproduto potencializado da maconha – de sabor uva e origem afegã, considerado um dos mais fortes, raros e caros do mercado da droga.

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Operação Delivery
Durante a Operação Delivery, a PCDF prendeu 24 pessoas em fevereiro do ano passado. Na ocasião, a polícia investigava acusados que vendiam diversos tipos de entorpecentes, como escama de peixe (cocaína com alto teor de pureza), haxixe, maconha, merla e LSD. Os criminosos usavam motocicletas para entregá-los.

Os entorpecentes vinham da Bolívia. Os traficantes atuavam somente no Distrito Federal, especialmente para atender a clientela da Esplanada dos Ministérios. Entre os consumidores, havia jornalistas, médicos e servidores públicos, alguns de alto escalão.

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