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Paulo Octávio: “Durval disse que eu era um inimigo a ser derrotado”

Um dos réus da Caixa de Pandora, o empresário negou que tenha participado de esquema de pagamento de propina em troca de apoio político

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A penúltima audiência de instrução realizada no âmbito da Operação Caixa de Pandora na Justiça começou às 9h18 desta terça-feira (18/12). Oito dos 16 réus devem ser ouvidos na ação que analisa suposta formação de quadrilha.

O ex-governador José Roberto Arruda seria o primeiro a prestar depoimento, mas usou o direito de ficar em silêncio. O ex-vice-governador Paulo Octávio, no entanto, cumpriu o prometido nas outras audiências e respondeu ao interrogatório do juiz substituto da 7ª Vara Criminal de Brasília, Newton Aragão, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e de um dos seus advogados de defesa Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Ele negou ter qualquer envolvimento no esquema de propina em torno de contratos de informática. “Durval nunca me deu apoio, ajuda, e disse várias vezes que eu era um inimigo a ser derrotado”, afirmou Paulo Octávio ao magistrado.

O empresário começou a falar às 10h08 e foi questionado por cerca de duas horas. Paulo Octávio afirmou que todos os contratos de informática eram fechados de maneira descentralizada e ficavam sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan). “Meu foco era gerar empregos, renda”, afirmou.

Segundo ele, havia uma decisão de reduzir em 30% os contratos com diversas empresas. “Não seria admissível ter cobrança de propina se havia redução de gastos”, ressaltou, durante depoimento. Ao juiz, afirmou ainda não ser capaz de emitir juízo de valor sobre um suposto esquema do qual não participou. “Nunca encontrei com Durval de maneira privada. Sempre encontros públicos. Não tinha convivência com ele”, afirmou.

O MP questionou se a assinatura do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) teria sido feita sob influência de Paulo Octávio. O empresário negou. “Não tive benefício nenhum com o PDOT. Não trabalho com condomínio irregular. Minha empresa tem 700 empreendimentos na cidade. Todos com Habite-se. Todos cumprindo sua função. Minha empresa sempre foi pautada pela legalidade.”

Advogado do ex-vice-governador, Marcelo Turbay disse que “Paulo Octávio tem enfrentado um calvário por longos nove anos”. “Finalmente pode provar sua inocência e explicar tudo que foi perguntado pelo juiz e pelo Ministério Público, esclarecendo como eram as disputas políticas da época e reafirmando que jamais participou de esquema algum, que jamais recebeu valores ilegais ou cometeu irregularidades.”

Réus
Nesta terça, a Justiça quer ouvir oito réus e, na quarta-feira (19), mais sete. Ao todo, 15 terão a oportunidade de falar. Durval Barbosa já prestou depoimento em 2016.

Outros três réus na ação tiveram as penas prescritas: o ex-secretário chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel; o ex-tesoureiro de campanha José Eustáquio; e o empresário Renato Malcotti. Nesse caso, de formação de quadrilha, a pena de quem tem mais de 70 anos prescreve em quatro.

Depois de Paulo Octávio, é a vez de o ex-secretário de Obras Márcio Machado ser ouvido. “Jamais tive conhecimento de qualquer compra de apoio político”, disse ele ao juiz substituto Newton Aragão, logo no início da oitiva.

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