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“Passarinho verde contou que fui traído”, diz homem após matar mulher

Ele foi detido pela Polícia Militar e conduzido à 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), responsável pela investigação

atualizado

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Arquivo Pessoal
Homem acusado de matar a mulher com facada no pescoço
1 de 1 Homem acusado de matar a mulher com facada no pescoço - Foto: Arquivo Pessoal

Preso em flagrante após matar a companheira a facadas, Valdemir Pereira da Silva Júnior (foto principal), 30 anos, deu detalhes sobre a sua versão dos fatos ao policiais. O homem relatou que descobriu por “um passarinho verde” que havia sido traído pela mulher, Leidenaura Moreira Rosa da Silva, 37 anos. Ele foi detido pela Polícia Militar e conduzido à 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), responsável pela investigação.

Segundo Júnior, o casal estava junto havia nove anos. O homem detalhou que, no sábado (5/6), o casal estava bebendo na casa do vizinho, quando escutou a sua esposa falando dele para os convidados. O homem disse que percebeu algo estranho, pois os colegas olhavam para ele e sorriam. Entretanto, não entendia o motivo.

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O autor contou que sua companheira falou que ele não prestava pois quem pagava as contas da casa era ela. Relatou que “aguentou tudo calado”. No domingo (6/5), o casal recebeu amigos para um almoço. Júnior disse que o pivô da suposta traição apareceu no almoço e sentou ao lado de sua mulher.

Segundo o autor, a companheira chegou a passar a língua nos lábios ao ver o homem. Ao presenciar a suposta cena, Júnior disse que ficou “cego”, “não aguentou tanta humilhação” e resolveu pegar uma faca para matar o rival. O homem o viu saindo da cozinha com uma faca na mão e fugiu. Ele conta que a mulher entrou no meio para tentar impedi-lo e foi aí que Júnior a esfaqueou por três vezes no tórax, pescoço e barriga.

Depois de golpeá-la tentou correr atrás do homem, mas foi impedido pelos convidados da sua casa. Uma vizinha entrou no meio da confusão e foi ferida na mão. Por fim, o autor disse que foi espancado e só parou de apanhar quando chegou a Polícia Militar. Destacou que confessou para a PMDF que matou a esposa, estava arrependido e podia ser preso.

Testemunha

Uma pessoa que estava no almoço promovido pelo casal contou que a relação entre a vítima e o companheiro era conturbada. Afirmou que ele é usuário de drogas, bebida alcoólica e costuma ter surtos, passando a agir com violência.

A mulher lembrou que todos estavam sentados em frente à casa quando Leidenaura chamou o marido e disse: “Vem comer, meu amor”.

A mulher entrou na residência para procurar o companheiro. Logo em seguida, ela saiu com um corte profundo e sangrando muito. Ninguém ouviu discussão entre o casal. As filhas da mulher também estavam na casa e viram a cena.

Denúncia

Familiares de Leidenaura Moreira Rosa da Silva relataram ao Metrópoles que, há 1 ano, a mulher já havia denunciado o ex-companheiro.  Ela deixou seis filhos, cinco deles perderam o pai há nove anos, vítima de acidente de carro.

A relação de Leidenaura e Valdemir Pereira da Silva Júnior foi marcada por ameaças, agressões e separações. “Moravam juntos, mas se separaram recentemente. Há alguns dias decidiram reatar. Ela já havia denunciado o companheiro e chegou a pedir medida protetiva à época”, explicou um familiar.

Apesar da situação difícil, os parentes afirmaram que a mulher evitava falar sobre o assunto. “Acho que somente ela e as crianças sabiam o que acontecia dentro daquela casa, pois quando ela se juntou com ele e foi morar na Estância 5, se afastou bastante da gente, inclusive já tinha algum tempo que eu não a via”, detalhou o familiar ao Metrópoles.

O enterro ainda não foi marcado, mas deve ocorrer ainda nesta segunda-feira (7/5). A mãe de Leidenaura saiu da Bahia e deve chegar nesta tarde à capital federal.

Crime

O feminicídio foi registrado na tarde desse domingo (6/6), por volta das 15h30. O Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) foi chamado, mas, quando chegou ao endereço, os moradores haviam levado a vítima ao hospital.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Leidenaura chegou à unidade de saúde, mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.

Os bombeiros também precisaram atender o Valdemir Júnior, que foi agredido pela vizinhança após o feminicídio. Apesar de algumas escoriações, o homem não precisou ser levado ao hospital. Ele acabou preso em flagrante e levado para a 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que investiga o caso.

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