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Na volta às aulas, debate sobre militarização causa polêmica no Gisno

Alguns servidores da Educação acusaram o diretor do colégio de permitir que integrantes do Sinpro panfletassem em horário de aula

atualizado

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Jacqueline Lisboa/Metrópoles
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1 de 1 WhatsApp-Image-2019-07-29-at-18.32.34 - Foto: Jacqueline Lisboa/Metrópoles

O retorno do ano letivo nesta segunda-feira (29/07/2019) foi conturbado no Centro de Ensino Gisno, localizado na 907 norte. A escola é uma das seis escolhidas para ser administrada por meio da gestão compartilhada do GDF com a Polícia Militar. No primeiro dia após o recesso, o diretor do colégio foi acusado de autorizar reunião de integrantes do Sindicato dos Professores no DF com alunos durante o horário de aula.

De acordo com alguns servidores da própria pasta, os representantes do Sinpro-DF tentavam desconstruir o novo modelo já implementado em quatro centros de ensino.

“O intervalo durou, no mínimo, trinta minutos a mais do que deveria”, pontuou um educador, que preferiu não se identificar. Ele ainda acusou os colegas de sindicato de fazer panfletagem na sala dos docentes.

Veja imagens do panfleto distribuído:
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Pelo Twitter, o Secretário de Educação, Rafael Parente, disse que o caso será investigado pela Coordenadoria Regional de Ensino do Plano Piloto.

Veja:

Um vídeo gravado e publicado nas redes sociais mostra dois sindicalistas discursando ao microfone para uma plateia formada por adolescentes.

Assista:

 

Diretor nega irregularidades

Isley Marth, diretor do Gisno, defendeu-se das acusações e negou que a presença do Sinpro nas dependências do centro educacional tenha causado algum prejuízo didático. “A única panfletagem foi fora da escola. Com relação à reunião dos alunos com o sindicato, ocorreu dentro do intervalo”, afirmou.

De acordo com Isley — opositor ao sistema de gestão compartilhada —, não houve irregularidade na ação desta segunda (29/07/2019). “Não foi feito nada fora da lei. O Sinpro esteve aqui para passar seu posicionamento aos alunos. Também pediremos à UNE [União Nacional dos Estudantes] que venha falar com os estudantes”, frisou. O educador garantiu concordar que pessoas favoráveis à militarização na escola também tenham a oportunidade de se manifestarem no espaço.

O diretor ainda explicou que marcará uma votação com pais, alunos, professores e servidores no próximo dia 9 de agosto. Segundo Isley, são eles que decidirão se concordam ou não com a mudança de gestão. “A Secretaria se ofereceu para organizar o pleito, mas recusei. Isso precisa ser feito apenas por quem é da escola”, ressalta.

PM imobiliza aluno

Não é a primeira vez que a presença de policiais militares nas escolas do governo gera polêmica na capital do país. Em abril deste ano, no Centro Educacional 07 de Ceilândia, uma confusão acabou com um adolescente imobilizado por um sargento. O caso foi registrado na Delegacia da Criança e do Adolescente da região administrativa (DCA 2) e encaminhado à Corregedoria da PMDF.

Vídeos feitos pelos estudantes mostravam um aluno sendo derrubado e imobilizado por um policial. O jovem aparece no chão e o militar sobre ele. Também é possível ver um segundo rapaz sendo controlado por outros agentes de segurança.

A direção da escola, a Secretaria de Educação e a Polícia Militar afirmaram, na época, que os PMs agiram para conter uma briga e evitar confusão generalizada.

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