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Pela 1ª vez, delegado brasileiro é eleito para cargo-chave na Interpol

O policial concorreu com candidatos da Colômbia e de Trindade e Tobago. A assembleia geral ocorreu nesta quinta-feira (25/11), em Istambul

atualizado

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Interpol/Divulgação
Delegado da PF
1 de 1 Delegado da PF - Foto: Interpol/Divulgação

O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza Júnior (foto principal) foi eleito vice-presidente do Comitê Executivo da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). É a primeira vez que um brasileiro ocupa o cargo. O mandato é de três anos.

O policial da PF concorreu com o candidato colombiano, General Jorge Luis Vargas Valencia, diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia. O brasileiro venceu com 55,8% dos votos.

A assembleia geral ocorreu nesta quinta-feira (25/11), em Istambul, na Turquia. A Interpol conta, atualmente, com integrantes de 194 nações, dessas, 172 delegações foram credenciadas. Foi a maior assembleia geral da história, em termos de número de países credenciados para participar.

A delegação brasileira, liderada pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, e integrada por policiais federais e diplomatas brasileiros, atuou em sucessivos encontros bilaterais em busca da construção de alianças em torno da candidatura brasileira. Para Paulo Maiurino, “a Polícia Federal estará bem posicionada, participando e influenciando em discussões estratégicas e relevantes à segurança global e ao efetivo combate aos crimes transnacionais. ”

“A atuação do Ministério de Relações Exteriores nesse processo foi vital. Os diplomatas brasileiros atuaram de forma profissional e eficiente, conseguindo transmitir ao mundo a visão da Polícia Federal sobre o futuro da Interpol e angariando apoios estratégicos em torno da candidatura brasileira”, acrescentou Maiurino.

Polêmica
Por meio do Twitter, a organização também anunciou a vitória do novo presidente, general Ahmed Nasser Al Raisi, inspetor-geral do Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos. Figura polêmica, Raisi é alvo de denúncias de torturas na França e Turquia. Ele ocupará a função em período parcial e de forma não remunerada no país de origem.

O cargo de presidente é protocolar e, na prática, quem comanda a organização é o secretário-geral, Jürgen Stock, reeleito em 2019 para um segundo mandato de cinco anos.

O Comitê Executivo da Interpol tem, entre outras atribuições, definir o orçamento e ditar as regras mundiais em assuntos de polícia e segurança. Com um brasileiro em cargo-chave, a expectativa é de que o delegado possa reforçar a atuação da Polícia Federal em atuações internacionais.

Representatividade
À coluna, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ressaltou a importância de ter um integrante brasileiro na cúpula da Interpol. “Trata-se de uma conquista relevante, compatível com o padrão da nossa Polícia Federal, reconhecido nacional e internacionalmente”, destacou.

“Essa representatividade, ainda maior agora, ampliará a possibilidade de parcerias e trará mais oportunidades de crescimento para a PF no Brasil e no mundo. Felicito o Urquiza pela honrosa missão para a qual foi eleito. Destaco também o trabalho do diretor-geral, Paulo Maiurino, a parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o apoio imprescindível dos nossos diplomatas do Ministério das Relações Exteriores. Foi um trabalho de equipe, muito bem coordenado e integrado, para que chegássemos a essa vitória. É realmente um dia de muita alegria para o Brasil”, completou.

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