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Advogado pichador queria avisar a Bolsonaro sobre “droga comunista”

Droga seria o LSD. À polícia, o advogado Claudemir Antônio Parisotto disse que usou o entorpecente 7 vezes. Algumas delas, sem consentimento

atualizado

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Claudemir Antonio Parisotto
1 de 1 Claudemir Antonio Parisotto - Foto: Reprodução

Investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por pichar e fazer ataques ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a políticos, como o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), o advogado Claudemir Antônio Parisotto, 48 anos, afirmou que mora em Chapecó (SC) e veio a Brasília porque queria conversar com o presidente Jair Bolsonaro (PL), para dizer que “descobriu” uma droga da “reeducação comunista”. O entorpecente seria o LSD.

Veja fotos do advogado pichador:

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À polícia, o advogado alegou que teve contato com a droga pela primeira vez em 2020, sem consentimento e, após o episódio, teria usado LSD outras sete vezes: cinco em Santa Catarina; uma no voo para a capital federal; e uma em Brasília, “em um coquinho, que lhe foi oferecido para comer por uma pessoa que conheceu na Rodoviária do Plano Piloto”.

Claudemir Antônio relatou, ainda, que quem supostamente deu LSD a ele “são [pessoas] cooptadas por comunistas” e que o grupo faz com que ele “tome água, sorvete ou outro alimento com a droga”. O suspeito acrescentou que pichou monumentos de Brasília sob efeito do entorpecente.

O advogado depredou monumentos da cidade com frases como “Lula drogou Alckmin com LSD” e “PT reeducou Alckmin com droga LSD”. Em depoimento aos policiais, garantiu que picharia “cada vidro da cidade com esses dizeres até que todos vissem que isso é verdade”. Nas mídias sociais, chegou a gravar um vídeo, em 2 de novembro, para falar sobre o suposto entorpecente descoberto.

Assista:

A investigação

Após as primeiras pichações estamparem a fachada dos ministérios da Saúde e da Agricultura, equipes do 6º Batalhão da Polícia Militar (BPM) começaram a monitorar a região, na tentativa de encontrar o suspeito. Poucos dias depois, policiais legislativos do Senado Federal chegaram a correr atrás de Claudemir Antônio, mas não o alcançaram. No entanto, na ocasião, ele deixou uma mochila cair.

Com a pista, as autoridades descobriram a identidade do advogado que manchava os monumentos com ataques ao PT e a políticos ligados à legenda. Mesmo assim, o pichador não parou e sujou as paredes do Museu Nacional da República, bem como os anexos do Senado e da Câmara dos Deputados. O Ministério das Relações Exteriores e a Catedral de Brasília também não escaparam.

As depredações ocorreram entre 22 e 24 de novembro. Nessa quinta-feira (1º/12), PMs que fiscalizavam a área central de Brasília flagraram o vândalo em frente ao Ministério da Defesa. Depois de abordado, ele se identificou como advogado, mas portava uma lata de tinta spray idêntica à usada para depredar outros prédios; por isso, foi levado para a delegacia.

Veja imagens das pichações:

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Confissão

Em depoimento, Claudemir Antônio Parisotto confessou ser o autor das pichações, mas negou estar prestes a sujar o prédio do Ministério da Defesa. Aos policiais, o advogado não apresentou qualquer documento de identidade, apenas uma cópia do que alegava ser de consulta ao banco de cadastro dos advogados brasileiros.

O caso

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e Museu Nacional da República foram alvos de pichações contra o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

Com letras em vermelho, as mensagens diziam: “O Alckmin foi drogado com LSD, a droga da reeducação comunista”; “O fruto proibido domina a mente por sete dias”; e “Alckmin foi drogado pelo PT com LSD”.

 

 

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