Alexandre de Moraes determinou que forças de segurança combatam protestos antidemocráticos que fecharem vias com caminhões no Distrito Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda quer a identificação dos veículos que se deslocaram para Brasília, e impõe multa de R$ 100 mil por hora, no caso de protestos que consistam em “bloqueios, obstruções e/ou interrupções”.
A decisão chama o movimento de ilegal e demanda ações das Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar do DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB), os diretores e os coordenadores das forças foram intimados com urgência. A ordem é adotadar medidas para desobstruir vias públicas com trânsito interrompido.
O documento solicita a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”, e busca impedir, inclusive nos acostamentos, “a ocupação, a obstrução ou a imposição de dificuldade ao acesso a vias e prédios públicos”. Nesta quinta-feira (10/11), os veículos ocupavam o acostamento das vias adjacentes ao Setor Militar Urbano (SMU).
Moraes decidiu tomar essas providências após as notícias de que 115 caminhões chegaram ao DF para reforçar atos antidemocráticos.
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Uma caravana de 115 caminhões chegou ao Quartel General do Exército em Brasília, na tarde desta quarta-feira (9/11). A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) acompanhou a movimentação de integrantes e auxiliou na chegada ao QG.
As manifestações por todo o país começaram após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Nos Quartéis Generais das Forças Armadas de diversas partes do país, militantes pedem “intervenção federal” das Forças Armadas.

Caminhões ficam em gramado e acostamentoLuis Nova/Especial Metrópoles

Mais de cem caminhões chegaram ao DFLuis Nova/Especial Metrópoles

Frases pedindo intervenção das Forças ArmadasLuis Nova/Especial Metrópoles

Protesto é antidemocrático, segundo entendimento de MoraesLuis Nova/Especial Metrópoles

Fileira de caminhõesLuis Nova/Especial Metrópoles

Manifestantes estão em frente ao QG do ExércitoLuis Nova/Especial Metrópoles
Perfil
Bolsonaristas prometem “morar” em frente ao QG em Brasília. No acampamento, a maior parte dos manifestantes são empresários, autônomos, aposentados, grupos armamentistas e militares reformados, brancos e de alto poder aquisitivo.
Eles contam com uma estrutura cara. Comidas, bebidas e tendas são entregues “de graça” para os presentes. A maioria não sabe dizer quem banca tudo isso, enquanto outra parte diz que são doações voluntárias. A arrecadação em dinheiro vivo chama atenção. Em cerca de 10 minutos, uma vaquinha para “contratar um trio elétrico” recebeu R$ 3.670 em espécie. Notas de R$ 100 e de R$ 50 saíam facilmente do bolso dos presentes.
Caminhões
Manifestações com caminhoneiros também foram feitas pelo Brasil. Em decisão que autorizou as polícias locais a atuarem, além de aplicação de multa de R$ 100 mil a integrantes presos, Moraes entendeu que os protestos “afetaram não apenas a regularidade do trânsito nas rodovias, mas, principalmente, a segurança pública em todo o território nacional, inclusive por meio de condutas tipificadas na Lei nº 14.197/2021 como crimes contra as instituições democráticas”.