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Morador de rua agredido diz o que quer para o futuro: “Sarar as dores”

Givaldo Alves, 48 anos, teve uma costela quebrada devido às agressões e, até hoje, sentes dores na barriga e no nariz

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Morador de rua, Givaldo Alves dá entrevista sobre agressão que sofreu de personal ao ser encontrado tendo relações sexuais com mulher dele. Ele faz gesto com as mãos, é negro e tem cabelo cacheado - Metrópoles
1 de 1 Morador de rua, Givaldo Alves dá entrevista sobre agressão que sofreu de personal ao ser encontrado tendo relações sexuais com mulher dele. Ele faz gesto com as mãos, é negro e tem cabelo cacheado - Metrópoles - Foto: Reprodução

Após ser espancado pelo personal trainer Eduardo Alves, em 9 de março, em Planaltina – e virar assunto nas rodas de conversa de todo o país – Givaldo Alves, 48 anos, revelou em entrevista exclusiva ao Metrópoles nessa quarta-feira (23/3), que está focado em cuidar da saúde. Segundo ele, um dos desejos é renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) , e talvez, voltar a trabalhar como motorista, função que já ocupou no passado.

“Não me sinto culpado. Agora me sinto na obrigação de me cuidar. Espero que as pessoas que me julgam, se coloquem em meu lugar. Preciso sarar as dores que ainda me restam muito. Eu preciso de um óculos, porque enxergo muito mal de longe e quero e preciso trabalhar, pois o trabalho enobrece”, ressalta.

Conheça a história do morador de rua espancado por personal trainer

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Segundo Givaldo, durante a agressão ele teve uma costela quebrada e precisou levar pontos nas sobrancelhas. Givaldo diz que ainda não sente o nariz e acredita que pode ser a parte mais lesionada do rosto, apesar de não ter quebrado.

“Não sinto que foi só uma costela. Por causa dos socos eu fiquei dias sem conseguir tocar na barriga e sentindo muita dor. Às vezes a costela estala e parece que eu estou pisando em folha seca. Sinceramente, só o tempo vai dizer”, lamenta.

O homem revelou o desejo de morar em Planaltina. Ao final, emocionado, Givaldo pediu desculpas para a família do personal e diz que é a única vítima da história, apesar de ter vivido seu “maior prazer da vida”, finaliza.

Veja entrevista completa: 

Briga com personal

Quatorze dias após o episódio que surpreendeu o Brasil e inundou as redes sociais com as opiniões diversas, o Metrópoles encontrou o sem-teto que, em entrevista exclusiva, narrou o que teria acontecido na noite do último dia 9 de março. As imagens em que ele aparece apanhando foram gravadas por câmeras de segurança de uma casa.

Assim como em depoimento à polícia, Givaldo reafirmou que a relação com a mulher foi consensual e que, inclusive, foi convidado por ela a entrar no veículo, mesmo após dizer que não “tinha tomado banho”. “Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘Moço, moço’. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: ‘Quer namorar comigo?’.”

“Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, iniciou.

“Não cometi estupro”

Em um dos momentos mais importantes da conversa, ele rebate as acusações do personal sobre o crime de estupro. “Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso”, disse, aliviado.

Ao ser agredido pelo educador físico, Givaldo conta ter reagido e revidado: “Nós trocamos socos”. O sem-teto diz que só tomou conhecimento de que a mulher era casada quando recebia atendimento médico no hospital. Até então, ele achava ter sido vítima de uma retaliação após testemunhar um motorista em um carro arrastando propositalmente uma mulher, na região, alguns dias antes. Por essa razão, deduzia que o autor do crime poderia estar se vingando.

Em função da briga com o personal, Givaldo sofreu um edema no olho e teve a costela quebrada. Sem acreditar na notoriedade que ganhou nas redes sociais, o sem-teto comenta a situação: “Não me arrependo”.

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