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Menino prodígio: aos 6 anos, morador de Águas Claras ganha ouro em olimpíada de astronomia

Theo Abiorana Santiago Guedes tem facilidade em diversas áreas do conhecimento e sonha ser “astronauta jogador de futebol”

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Menino prodígio: criança de 6 anos de Águas Claras ganha medalha de ouro em olimpíada de astronomia
1 de 1 Menino prodígio: criança de 6 anos de Águas Claras ganha medalha de ouro em olimpíada de astronomia - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O interesse de um garoto de 6 anos morador de Águas Claras em estudar o Sistema Solar rendeu a ele uma medalha de ouro na 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) realizada neste ano. Identificado com altas habilidades, Theo Abiorana Santiago Guedes tem demonstrado facilidade nas áreas artística, de raciocínio lógico e linguagem.

A prova ocorreu em maio deste ano. Para conquistar a medalha de ouro, Theo precisava tirar 10 na prova voltada para a idade dele. Foram cobrados conteúdos como pontos cardeais, fases da Lua, eclipses, translação da Terra e constelações. Quando chegou a hora, o garoto não titubeou e acertou todas as questões. “Teve um verdadeiro ou falso sobre os planetas e teve uma que eu ri muito, perguntando se em Marte tinha marcianos”, conta o menino.

Ele diz que ficou sabendo da prova por meio da professora de altas habilidades que o acompanha na rede pública. Animado com o assunto, baixou um aplicativo com simulados dos testes e passou a responder as perguntas dos níveis mais altos.

A preparação veio também com a observação dos astros. Presenteado pelo pai, o servidor público Marcelo Santiago, 45, com um telescópio, Theo teve a oportunidade de ver a Lua “de perto”. “A gente vai na Praça dos Cristais. Teve um dia que fomos na época da Lua Nova e estava linda”, diz a criança.

Antes mesmo de saber da prova, quando ainda não havia pandemia, o menino já estava de olho nos planetas. Conforme conta a mãe de Theo, a servidora Fernanda Abiorana, 43, além das observações pelo telescópio, visitas ao Planetário de Brasília também o encantam. “Para um trabalho de ciências da escola, ele já construiu uma maquete do Sistema Solar”, relata.

A vontade de aprender dele, no entanto, não se restringe ao espaço, o garoto é muito curioso. “Ele vem com uma pergunta sobre qualquer assunto, a gente responde e joga uma coisinha a mais para que ele continue indo atrás das informações”, explica a mãe.

Uma das coisas que Theo também vem se destacando é na escrita e ilustração. Durante a pandemia, foram várias as histórias criadas que podem, futuramente, tornar-se um livro. “Nós estamos pensando em publicar algum. São temas muito interessantes, como bullying, por exemplo, em que ele pega umas folhas de papel, dobra, cria tudo e desenha”, detalha Fernanda.

Na matemática, a criança já sabe de potenciação e “descobriu” a função da raiz quadrada. “Ele chegou para mim um dia com a calculadora e disse que se apertasse um número e depois o símbolo da raiz quadrada isso dava a mesma coisa que usar a potência de um número. Foi aí que o nosso filho viu como funcionava”, conta o pai.

A professora de altas habilidades de Theo na rede pública de educação, Mônica Tavares, destaca que ele responde muito bem o que lhe é passado. “É uma criança bastante curiosa e criativa. Quando lhe é apresentado algo novo costuma explorar, investigar, brincar com aquela novidade. Ele tem uma grande preferencia por assuntos como astronomia, robótica e artes”.

Ela conta que o menino também está participando da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e que tenta oportunizar a maior variedade de conhecimento ao garoto de maneira lúdica. “Trabalho também com soluções de problemas reais, para incentivá-los na busca de soluções criativas para problemas do cotidiano”, explica.

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Theo, antes de qualquer outra coisa, é uma criança, e a família faz questão de lembrar isso. “Ele brinca muito. Faz futebol, natação e tem muitos amigos”, lembra a mãe, Fernanda.

O menino não tem muita noção do que significa a dotação e, quando perguntado, costuma responder: “Eu tenho facilidade em aprender”. Como ele diz, a vontade é de, no futuro, se tornar um “astronauta jogador de futebol”. “Só vai ser difícil por causa da gravidade”, brinca Theo.

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