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“Mataram o Paulo”, afirma advogado do pai do menino Bernardo

O assassino confesso do filho de apenas 1 ano e 11 meses foi encontrado morto em cela onde estava preso na Papuda

atualizado

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Em entrevista ao Metrópoles, o advogado de Paulo Roberto de Caldas Osório (foto em destaque), 45 anos, preso após confessar o assassinato do próprio filho Bernardo, de apenas um 1 ano e 11 meses, afirmou que o seu cliente foi assassinado. Segundo ele, o ex-servidor do Metrô-DF tinha problemas psiquiátricos e ficou preso sem tratamento. O corpo do detento foi encontrado por um policial penal nesse sábado (11/4), no Complexo Penitenciário da Papuda.

“Já havíamos pedido uma nova avaliação médica de insanidade mental. A primeira constatou que ele não tinha problemas e, por isso, foi colocado no regime prisional comum. Não concordamos com o resultado. Vou mover uma ação para responsabilizar o Governo do Distrito Federal e a Justiça do DF”, afirmou Luciano Macedo Martins.

“Mesmo antes do crime, ele estava afastado do trabalho por problemas psiquiátricos. Um homem que mata a mãe e, 27 anos depois, mata o filho não é normal, e estávamos perto de provar isso. Se existe um homicida, se existe uma pessoa que matou o Paulo foram o Estado e a Justiça”, disparou.

Veja vídeo em que Paulo fala sobre o crime:

Outro ponto levantado pelo advogado é que, na ocorrência registrada na 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) consta que o pai de Bernardo foi encontrado com uma corda amarrada no pescoço. O item é proibido no complexo e, sobretudo, os presos não podem ter acesso. “Como essa corda entrou no presídio? Como Paulo teve acesso a ela? Queremos que seja investigado”, ressaltou.

Fontes do Metrópoles informaram, no sábado (11/04), que o interno usou uma calça jeans para se enforcar. A Secretaria de Segurança Pública garantiu que os fatos serão apurados.

O advogado afirmou, ainda, que visitava o preso toda semana e “que Paulo estava animado com a possibilidade de receber tratamento, caso fosse transferido para a ala psiquiátrica da Papuda”. “O pior não foi ter perdido no júri, foi ter perdido para doença, para o Estado. Um Estado de barbárie”, ressaltou.

Paulo deixou outros dois filhos, um de 15 e outro de 11. No entanto, as crianças não participarão do enterro do pai. O homem não tem outros familiares de primeiro grau vivos, então os trâmites para o enterro serão feitos pelo advogado.

Confira fotos do caso:

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Conversa com detentos
O Metrópoles conseguiu detalhes do relato do servidor que encontrou o corpo. O policial informou que fazia a vistoria no Bloco F, ato conhecido como “confere”, e, ao chegar à ala G, verificou que a cela onde Paulo Osório era mantido preso estava escondida por um lençol, o que impossibilitava a visualização de seu interior.

O agente contou ter chamado pelo detento, mas não obteve resposta. Tirou o lençol e visualizou Paulo desfalecido, com uma corda amarrada no pescoço, no espaço correspondente ao banho de sol da cela. O servidor acredita que, nesse momento, o preso já estava sem vida.

A equipe de apoio foi acionada e foram feitas manobras de primeiros socorros. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito.

Internos das celas vizinhas afirmaram que conversaram com Paulo por volta das 13h e que, depois, não ouviram nenhum barulho vindo da cela ao lado. O policial afirmou ainda que não há nenhuma ocorrência de contaminação por Covid-19 na ala, tampouco presos com sintomas da doença.

Sesipe
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), órgão responsável pela administração do presídio, informou que o corpo foi encontrado pelos policiais penais, na tarde de sábado, durante uma vistoria de rotina no complexo penitenciário.

“A  Sesipe informa que, por volta das 17h15 de sábado (11/04), quando era realizada a inspeção vespertina na PDF I, foi encontrado o detento Paulo Roberto de Caldas Osório no chão da cela com sinais suicídio por enforcamento”, informou.

A Sesipe-DF também disse que os agentes tentaram reanimar a vítima. “Foi acionada a sirene, e o policial penal entrou no local e deu início aos procedimentos de reanimação, sem sucesso. O Samu foi acionado, mas quando chegou apenas comprovou o óbito”, ressaltou.

Paulo ficava em uma cela individual, na mesma ala onde estão os hackers detidos na Operação Spoofing. No local, também já estiveram presos o senador Acir Gurgacz, ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Luiz Estevão.

O ex-servidor do Metrô estava preso e isolado, desde novembro do ano passado, para evitar que fosse alvo da massa carcerária, em função da gravidade do crime cometido.

O crime
Conforme ele mesmo confessou aos policiais, após pegar o filho na creche, na Asa Sul, Paulo Osório ofereceu ao menino um suco com remédios controlados. Provas colhidas ao longo da investigação indicam, segundo a Polícia Civil, que o ex-servidor do Metrô matou o garoto antes de pegar a BR-020 em direção à Bahia. Ao ser encontrado naquele estado. confessou que deu uma superdosagem de medicamento controlado ao garoto, que começou a passar mal ainda na casa do pai, na 712 Sul.

O assassino confesso percorreu 1.035 km com o corpo até o Povoado Campos de São João, zona rural do município de Palmeiras (BA), onde o jogou às margens da BR-242, com a cadeirinha infantil.

O corpo foi desovado na região de Palmeiras. No dia 30 de novembro, o homem foi até Salvador. Depois, acabou preso em Alagoinhas (BA).

Sete dias após a localização do corpo do menino na Bahia, a Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) concluiu a investigação sobre o caso. O relatório policial foi finalizado e enviado à Justiça.

Posteriormente, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra o pai da criança. O homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (praticado contra criança, motivo torpe e meio insidioso) e ocultação de cadáver.

Veja aqui a cobertura completa do caso Bernardo.

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