metropoles.com

Mãe encontra filho trancado no escuro com baratas em creche no Paranoá

O caso aconteceu na última segunda-feira (6/11). Moradores da região relataram ter ouvido o choro da criança por aproximadamente meia hora

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Mãe encontra filho trancado no escuro com baratas em creche
1 de 1 Mãe encontra filho trancado no escuro com baratas em creche - Foto: Reprodução

Na última segunda-feira (6/11), a psicopedagoga Patrícia Rocha, 26 anos, foi buscar o filho na creche Educa Mais, no Paranoá, e viu uma cena que nenhuma mãe gostaria de ver. O menino, que tem apenas 1 ano, estava trancado em uma sala infestada de baratas, com a luz apagada. Segundo moradores da região, o choro da criança era ouvido há meia hora.

Davi Nascimento, o pai, 30, é estudante de enfermagem e explicou que o filho estava iniciando a segunda semana de adaptação na creche. O menino havia sido matriculado na instituição para que Davi pudesse começar um estágio. A oportunidade de emprego acabou sendo perdida após a situação, já que o estudante teve que voltar a ficar em casa para cuidar do filho.

Ele relatou que Patrícia foi buscar o filho no horário combinado com a creche, às 19h. Quando chegou encontrou o filho trancado, sozinho em uma sala escura cheia de baratas. Vizinhos estavam na porta e contaram para ela que o menino chorava desde as 18h30, e por isso decidiram arrombar a porta. A mulher gravou a cena e, com a voz chorosa ao fundo, narrou como encontrou o espaço em que estava a criança.

Veja o vídeo:

Eline Nascimento, 40, é uma das moradoras da região que ouviu o choro do menino. Ela passou pelo local por volta das 18h40 e estranhou o que escutava, já que o local estava completamente escuro. “Eu estranhei o barulho de choro e cheguei a comentar com outras pessoas que estavam do lado de fora da creche”, conta.

A mulher explicou que passa perto da instituição toda segunda e quarta-feira, quando busca o filho na aula de futebol. Ela relata que sempre ouve crianças chorando quando passa pela escola.

Ketlen Alencar, 24 anos, mora em frente à creche e conseguiu acompanhar toda a movimentação pela janela da própria casa. O marido dela, Jhonatan Alencar, 28, disse ter visto a última funcionária sair do local, às 18h25. Segundo ele, o menino começou a chorar cinco minutos depois, às 18h30.

Jhonatan foi o responsável pelo arrombamento da porta, com a ajuda de outro morador da região, por volta das 19h. Eles decidiram não esperar a polícia, que chegou ao local apenas às 19h33.

Ketlen disse que outra moradora tinha o número da dona da creche e ligou insistentemente para a mulher, que chegou por volta das 19h17.

Criança sozinha

Apesar dos relatos, a creche Educa Mais afirmou, em nota a imprensa, que a criança não passou mais de cinco minutos sozinha e que “a direção agiu com prontidão, ordenando imediatamente que os portões fossem arrombados e que a criança fosse amparada, felizmente, sem qualquer ferimento”.

“No episódio em questão, a criança encontrava-se desacompanhada por aproximadamente cinco minutos em um espaço sem que tenha sido notada a sua ausência pelos nossos funcionários. Assim que tivemos conhecimento desse ocorrido, a direção agiu com prontidão, ordenando imediatamente que os portões fossem arrombados e que a criança fosse amparada, felizmente, sem qualquer ferimento”, disse a instituição, contrariando a versão de testemunhas.

“Contudo, lamentavelmente, o pai da criança, mesmo após a resolução pacífica desse incidente, invadiu as dependências da escola de forma agressiva, provocando danos materiais e proferindo ameaças à integridade física de nossos funcionários e familiares. Ressaltamos que estas ameaças já foram formalmente denunciadas às autoridades competentes, e a apuração dos fatos está sob segredo de justiça, devido à sensibilidade do caso, especialmente por envolver menor de idade”, diz a creche, em nota.

Davi Nascimento conta que a mãe do filho está bastante abalada psicologicamente, bem como a criança. “Meu filho é alegre, sorridente… Agora ele está choroso, acuado e agressivo”, lamenta. O estudante registrou um boletim de ocorrência sobre o ocorrido na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).

Ele e a família vão acionar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e entrar com um ação judicial contra a creche por falso testemunho e pelo ocorrido. O homem afirma que já reuniu mais de 10 testemunhas e marcou encontro com um defensor público.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?