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Incêndio na 110 Norte: moradores só devem voltar ao prédio dia 28

Segundo engenheiro, não será possível habitar a prumada atingida pelo fogo enquanto durar o trabalho de escoramento

atualizado

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JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles
Edifício afetado na 110 Norte
1 de 1 Edifício afetado na 110 Norte - Foto: JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles

Os cerca de 70 moradores dos 24 apartamentos do Bloco M da 110 Norte afetados por um grande incêndio na segunda-feira (14/5) não devem voltar ao edifício antes do dia 28 de maio. A previsão é do engenheiro civil e responsável pelas obras de escoramento da construção, Renato Cortopassi.

“O processo de escoramento dos andares afetados deve durar até segunda-feira (21). Depois, será realizada a recuperação da parte hidráulica e elétrica. Calculamos que, nos próximos dias, os apartamentos não poderão ser habitados”, afirmou. Nesse período, os moradores da prumada afetada pelas chamas poderão apenas pegar os pertences.

Cortopassi explicou que começa nesta quarta (16) a instalação de 80 torres metálicas, que suportam cerca de 480 toneladas e darão sustentação ao edifício. Só depois disso é que poderá ser descartado completamente o risco de desabamentos. Já se sabe que a laje do teto do 6º andar foi a mais afetada. “O escoramento será feito entre o quarto e o quinto andar, o quinto e o sexto e entre o sexto e a cobertura”, detalhou o engenheiro.

fogo começou em um cômodo do apartamento 603, provavelmente em um dos quartos, e se espalhou pelo 604. A fumaça chegou ao 602, onde estavam as duas mulheres resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Uma é a síndica, identificada como Míriam. A outra é uma idosa, de 90 anos. O cachorrinho que estava com elas, um shih-tzu, de 11 anos, chamado Uísque, morreu intoxicado.

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Perito em incêndio, o major do Corpo de Bombeiros Rissel Valdez disse que não é possível, por enquanto, falar sobre as causas do acidente. Ele ressaltou que a perícia será iniciada nesta quarta (16), caso todas as condições de segurança com o escoramento sejam oferecidas.

Toda a parte de coleta de dados e informações deve ter início nesta quarta (16) e a previsão é que o laudo fique pronto em 15 dias. Vamos investigar a origem e avaliar o sistema de segurança contra incêndio do edifício

Major Rissel Valdez

O subsecretário da Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, reforçou que os moradores só vão poder voltar aos apartamentos depois que o sistema de fornecimento da prumada (parte hidráulica, elétrica e gás) for avaliado. “A partir disso, poderá ser autorizada a ocupação por parte dos moradores”, garantiu.

O subsíndico do bloco, Luiz Antônio Tizoco Melgaço, 54 anos, destacou que os serviços de água, luz e gás foram restabelecidos nas outras prumadas e boa parte dos moradores retornou aos imóveis. Segundo ele, o escoramento será arcado pelo seguro do prédio construído pela Via Engenharia.

Moradores em busca de informações
Enquanto a situação não se resolve, os moradores vão ao prédio para ver como andam os trabalhos de perícia e escoramento. A psicopedagoga Neide Aragão, 49 anos, reside no primeiro andar do Bloco M. Ela disse que está ficando com os dois filhos e o marido na casa de uma amiga que viajou.

No dia do incêndio, ela contou que a faxineira percebeu um cheiro estranho e que tinha algo errado no edifício. “Em seguida, vi a fumaça preta, fechei as portas e janelas e desci. Graças a Deus, os danos foram apenas materiais. Os bombeiros nos falaram que, como as divisórias são de gesso, a propagação do fogo ocorre de forma mais rápida”, contou.

A dentista Soraya Borges, 50, reside no segundo andar. “A família do meu esposo mora próximo e estamos ficando lá. Quando soube do incêndio, fiquei atordoada. Estava no trabalho e uma amiga da minha filha disse que o prédio estava pegando fogo. Felizmente, ninguém se feriu e meu apartamento não foi afetado”, destacou.

 

Veja vídeo do momento em que o apartamento pega fogo:

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